Capítulo III

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(Dave)

Corri tanto, pensando que alguém estava a seguir - me, só parei quando notei que já estava bem perto da minha casa e olhei para atrás impressionado pela minha própria corrida.

Peguei no telefone e mandei mensagem para os meus dois melhores amigos, o Daldry (chinês inglês) e o " Big Corporation"(grande corporação). Avisei - lhes que me encontrariam na cafetaria que fica na mesma rua da minha casa, onde sempre nos encontrávamos desde que somos melhores amigos.
Cheguei em vinte minutos, ainda exasperado pelo que acaba de acontecer em casa da Aubrey, já passei por tantas coisas com os meus amigos, mas nada se compara a fugir de casa de uma filha mimada da mãe e do pai, que para sair de casa tem que ficar a puxar o saco dos pais, uma semana inteira e pedir permissão a faltar um ou dois meses.
Os meus amigos já estavam bem acomodados e acabavam de fazer os pedidos, primeiro comer a dar sermão ao meu amigo chinês por ter me abandonado na festa, eu não deveria estar impressionado porque ele sempre fazia isso. Também acho que não deveria dar sermão, porque ele ficou me encarando a todo momento, resolvi me calar.
A garçonete de mau humor, chegou com nossos pedidos e estávamos servidos.
O prato estava recheado, notei o quanto estava com fome mas também tinha um nó na garganta por causa do assunto que tinha de tratar. Estava tão disposto a saber o que eu poderia fazer em relação a Aubrey, estava confuso o bastante para meter alguma coisa no meu estômago.

- Deveríamos procurar uma cafetaria em que as garçonetes, usem roupa um bocado mais curta que as deste lugar. - o chinês comentou, olhando em direção a bunda da garçonete. Ele se achava muito experiente em miúdas e realmente era. Era tão experiente que se disponibilizava a dar conselhos, conselhos que eu achava metade bom e metade mau.

O Big, concordava contudo que ele dizia, eu podia ficar sem escutar a voz dele por um mês e nem me incomodava, ele simplesmente, concorda com tudo.
Deve ser, pelo tamanho dele, pela aparência. Gordos são subestimados e vão se adaptando à isso, durante o tempo. Confortam - se com o bullying que lhes é feito.

Contei a história desde o princípio, com todos os devidos detalhes, eles me olhavam com cara de tédio, ao menos me ouviam com atenção.

Não disse como me senti ao todo, porque eles achariam que sou fraco, não queria me expor tanto ao ponto deles saberem que estava confuso, tinha algum receio, mas nem por isso não gostaria de a ver nunca mais.

Quando terminei de contar, eles se olharam, um pouco espantados.

- O quê? - perguntei, terrivelmente curioso. Será que eu deixei escapar algo que indica que sou fraco com as mulheres?

- Você é adorável. - chinês disse, enquanto pousava o de suco copo na mesa.

- Cala boca. - disse e senti minha boca seca, então tomei um bocado do meu suco.

- Não, você é mesmo. Essa sua inocência toda é adorável. - disse e o Big abanou a cabeça como quem concorda. - Vou apertar suas bochechas.

- Vá se ferrar, cara! - falei, pouco irritado.

- Dave, não existe nenhum namorado. - ele falou, fiz uma face confusa e ele continuou - NÃO.

- Você acha que ela inventou? - Ela me parecia honesta, ela não estava a tentar nada que uma menina normal tenta quando vê um garoto meio fixe.

- É claro que sim. - Daldry insistiu. - Garotas dizem que tem namorado quando conhecem um cara qualquer. - Realmente isso acontece, mas ela não parecia o tipo de garota normal. - Está no manual. - falou, com certeza.

- Eu acreditei nela. - sussurrei, mais para mim mesmo do que para eles.

- É claro que acreditou. Até agora enquanto eu afirmo que é mentira. É assim que você sabe se ela gosta de você. Mande uma mensagem daqui uns dias. Veja se ela quer sair para comer comida chinesa. Se ela disser "namorado", então ela não gosta de você. - desabafou, mas deu pausa para responder a garçonete que ele achava uma brasa.
- Obrigado, querida.- continuou - Mas você pode ficar dizendo " ela tem um namorado. Eu não sou assim". É um bom esquema. Diga para ele. - apontou com o garfo para o Big e ele abanou a cabeça em concordância, como se estivesse cansado de tanto concordar.

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