- Capítulo XI

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(Dave)

Está tudo em silêncio e apenas o grupo de pombos anda por aqui, comendo restos de lanche dos alunos e arrulhando.
São 15h45min, só agora me dei conta de que cheguei um bocado cedo. Estou a gazetar a aula de Estatística, mas não me importo, minha prioridade neste momento é a Aubrey.
Venta muito, então o sol aquece de fato. Volto para dentro do carro e continuo à escutar a Coletânea feita por ela, noto que a maioria das músicas são electrónicas - progressivas, não que eu goste muito deste tipo de música, mas gosto de escutar músicas que nunca escutei. Estranho, não é?!

Eu escuto Childish Gambino, Anderson Paak, Drake. Gosto também do Jaden Smith , mas não gosto de assumir por ser mais velho que ele e por ser da época do Justin Bieber. Eu não confio muito em homens que escutam Justin Bieber. À maior parte do tempo, escuto músicas alternativas, porque combinam como dirigir à 100 km/h numa noite fria de domingo.

Aí, olho à minha direita e vejo a Aubrey que quando encontra o meu olhar sedento, sorri, um sorriso lindo que para o meu mundo.
Ela tem uma franja que cobre a testa, como se quisesse esconder algo, os fios completamente desalinhados e rebeldes. Uma faixa preta os prende para trás. Contraste perfeito com o rosto delicado que ela tem. Eu gosto da forma como ela se recusa a seguir o padrão da sociedade e não abre mão das calças jeans pouco apertadas e alguma camiseta de banda ou desenho insignificante, como o desenho do cavalo que ela trás na camiseta de hoje, e uma camisola cor de vinho, sem nenhuma estampa. All star preto com atadores brancos.
Se eu não conhecesse a Aubrey como conheço agora, o jeito que ela usa e a aparência de Princesa que ela tem, iriam me repelir. Eu iria pensar que ela é uma menina mimada, muito controlada pelos pais, não teve uma infância sofrida, quer disvirginar depois de casar e tem festas de pijamas todas às sextas feiras com suas melhores amigas.
Ela me surpreende e sinto que há mais coisas à se descobrir que vão fazer um contraste com a aparência da menina.
Adoro esse contraste, gosto da forma que veste e amo a aparência da Aubrey, mas como todo o homem (acho, não tenho certeza disso) gostaria de ver a sua mulher em diferentes trajes, eu também gostaria de ver a Aubrey no vestido justo e curto com saltos altos e um pouco extravagantes de um batom vermelho encarnado, ou então, numas calças apertadas com uma blusa com decote para variar.

A Aubrey entra no carro, me dá um beijo rápido e sorri. Acho que ela não nota quando está a sorrir para mim, é tão natural. Estou feliz por saber que tenho esse efeito nela.

- Para onde vamos?- Pergunta, divertida. Olho para ela, intrigado. Pensei que fosse deixa - lá em casa, mas eu já devia saber o quanto ela é imprevisível. - Tenho que chegar em casa antes das 19h. Meus pais não são muito liberais. - Informa.

- Tem fome? - pergunto.

- Muita fome. - diz, sorrindo. - Para onde vamos? - Pergunta.

- Você verá quando lá chegar. - digo.

- Sabia que não gosto de surpresas? - Pergunta, com a testa enrugada e noto uma borbulha vermelha mas decido não comentar porque a pele dela é o seu ponto fraco.

- É bem a sua cara, mas não é uma surpresa. - Digo, enquanto ligo o carro para dar partida. Olho pelo canto do olho e sinto seu olhar intrigante sobre mim.
Levo à ela para minha (e de meus amigos) favorita, tem todo tipo de comida - de Hambúrguer até sopa - ela vai poder conhecer um dos meus sítios preferidos e vai poder conhecer o meu prato favorito, afinal é assim como é suposto nós nos conhecermos. Também vou poder saber o que ela gosta de comer, o plano não tem como falhar.

(Aubrey)
Estamos em frente à uma lanchonete, poderia ser descrita usando três palvras: café com leite. Apesar de soar refinada, esta é a melhor que consigo fazer, por que os únicos tons desta, são os castanhos e brancos.
Os clientes são separados por madeira que suportam as almofadas organizadas para formar um sofá confortável e as janelas permitem visualizar a estrada do lado de fora. Deu para notar que é um sítio pouco agitado mas frequentado por quase todo tipo de pessoa, mas todas elas parecem muito discretas. Tem um ar frio que nele paira o cheiro de café e o lugar é bem limpo.

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