Chapter Five.

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Já haviam se passado duas semanas desde que Louis e eu decidimos fingir um namoro. Eu odiava ter que mentir pros meus fãs e iludir as pessoas, mas esse era o único jeito de voltar a fazer o que eu amo: atuar.

O primeiro passo para "assumir Larry" foi no snap de Louis. No meio do vídeo, eu simplesmente disse qualquer coisa, mas que fosse claro e alto o bastante para que reconhecessem a minha voz. Aquilo gerou uns dias de repercussão e discussão em todo o twitter. De um lado as pessoas dizendo que claramente era eu no vídeo e outras afirmando que não. Era engraçado ver como as pessoas levavam isso realmente a sério.

O segundo passo foi no twitter, quando Louis tweetou "I miss you babecakes" e dois dias depois eu coloquei "I miss you too sweetcheeks". Se eu achava que o vídeo do snap tinha tido uma grande repercussão, isso nem se comparava. Fiquei espantado pela quantidade pessoas com o nome "babecakes" e "sweetcheeks" no twitter e em outras redes sociais. Tudo parecia estar correndo bem. Até que não era difícil manter uma vida dupla.

Mas tinham pessoas espertas que já sacaram a pura marketing. Uma pena que elas eram a minoria.

- Louis já chegou lá – Nick aparece na sala com o celular na mão – Pronto para a terceira parte de assumir seu lado gay pro mundo?

- Se tivesse um lado pra assumir... – Bufo e me levanto, colocando o casaco.

- É o que veremos – Ele pisca pra mim e eu reviro os olhos, saindo logo depois.

Agora as coisas ficariam um pouco mais sérias. Nós seríamos vistos juntos, em público, pela primeira vez. Não ia ser nada grandioso, era apenas um encontro "casual" em uma Starbucks perto daqui. Por onde quer que Louis e eu fôssemos, a gente sabia que os paparazzi estariam em todo lugar. E como uma imagem vale mais do que mil palavras...

Em poucos minutos, chego á Starbucks, vendo uma pequena aglomeração de fãs na porta de entrada. Como elas sabiam que a gente estaria aqui? Me aproximo mais e vejo Louis abraçando uma menina e tirando uma foto. Reviro os olhos e rio sarcasticamente. Eu não sabia como ele ainda conseguia ter fãs sendo... Ele. Esse sorriso falso não me engana nem de longe.

Aproveito que toda atenção está sobre Louis e entro despercebido, indo até o balcão fazer um pedido.

- Boa tarde, o que o senhor AI MEU DEUS É VOCÊ MESMO? – A atendente me encara e começa a surtar.

- Obama? Hm, não, cara errado – Dou um sorriso fraco, fazendo minhas covinhas aparecerem propositalmente. Eu sabia que elas enlouqueciam quando eu fazia isso.

- EU NÃO ACREDITO. HARRY... – Faço sinal pra ela falar mais baixo e ela começa a sussurrar – Harry fucking Styles está aqui mesmo.

- Atores também tomam café, sabia?

Ela ri e fica me encarando.

- Você é mais bonito pessoalmente. Nossa, você é uma delícia – Ela fala rindo – Prazer, Serena.

- Acho que não preciso me apresentar – Seguro a mão dela e deixo um beijo delicado na mesma.

- Que lindo, vejo que já fez amizade – Ouço uma voz atrás de mim e a única coisa que eu consigo pensar é "empata foda, filho da pu..." – Mas acho que o pedido que é bom você não fez ainda.

Olho pro lado e vejo um anão sorrindo sarcasticamente. Apesar desse negócio de "Larry" ser bom pra minha carreira, era ruim pra minha vida sexual. Eu estava na seca, duas semanas sem sexo e lá vem esse projeto de Oompa Loompa empatar mais essa foda. Reviro os olhos e encaro a garota na nossa frente, que parecia em estado de choque ao ver Louis e eu no mesmo lugar.

- Vocês estão mesmo juntos? – Ela solta de uma vez e eu franzo a testa.

- Não!

- Sim! – Louis me encara tipo "o que você tá falando seu bosta?".

- Sim ou não? – A atendente parece confusa.

- Talvez – Respondemos juntos.

- Isso é tão fofo – Ela nos encara – Embora eu sempre tenha pensado que você fosse hétero, Harry.

Seguro a vontade de dizer "sim, você pensou certo. Eu sou hétero", mas me contento em dar um simples sorriso.

- Tem mais fãs lá fora que eu preciso atender – Louis fala por fim – Eu quero um cappuccino e o Edward vai querer um café descafeínado.

- Edward?

- Sim, é o nome do meio dele. Ele não gosta muito, mas pode espalhar – Bufo, ao ouvir meu nome do meio. Como ele ainda lembrava disso? – E cuidado pra não deixar as penas cair no nosso pedido.

- Penas? – A garota franze a testa e eu faço o mesmo.

- Sabe como é, galinhas deixam penas por todo lugar – Ele dá uma piscadinha pra ela e se vira, empinando a bunda e sumindo rapidamente assim como tinha aparecido.

Depois de pedir desculpas milhões de vezes pelo comportamento de Louis e ter tirado uma selfie seguida de um abraço, pego os pedidos e caminho pra fora da Starbucks. A aglomeração tinha diminuído bastante e espero Louis atender o último grupinho de meninas.

- Olha quem voltou – Ele sorri ironicamente ao me ver – Conseguiu o número da atendente?

- Pra sua informação – Pego um papel qualquer no bolso, que na verdade era a notinha dos nossos pedidos e exibo sorrindo – Sim, eu peguei. E aqui seu café, sem penas.

Tomlinson semicerra os olhos e bufa, tomando o copo da minha mão. O que ele não esperava, e nem eu pra ser sincero, é que toda a força com que ele apertou o copo acabou quebrando ele, fazendo todo o cappuccino escorrer na sua camisa branquinha.

Minha reação? Exato, eu ri.

- SEU IDIOTA – Ele berra e joga o resto do copo no chão – Isso tudo é culpa sua!

- Minha? – Tento recuperar o fôlego – Você que deu um surto do nada, esclerosado.

- Esclerosado é a sua mãe, aquela rapariga – Louis parte pra cima de mim e confesso, eu tive vontade de rir mais.

Imagina alguém de meio metro, enfezado, vindo na sua direção com os punhos fechados. Era de fazer qualquer um gargalhar.

Acabo me distraindo, imaginando Louis vestido numa roupinha de Oompa Loompa que quando menos espero, sou arremessado ao chão. Sinto minhas costas baterem com força no asfalto e um Louis completamente bravo em cima de mim, me batendo ou pelo menos tentando me bater. De relance, consigo ver um flash em cima da árvore e forço os olhos, vendo um paparazzi tirando várias fotos.

- Sorri – Falo entredentes e encaro Louis, arregalando os olhos.

- Siri? Tu ta me chamando de siri? Ora, seu... – Antes que ele pudesse terminar o provável xingamento, inverto as posições ficando em cima dele – O que te deu?

- Olha pra cima da árvore, na nossa direita.

- O que?

- Só. Olha. – Falo pausadamente e vejo Louis mover os olhos, os arregalando logo depois – Levanta os braços e começa a rir, como se eu tivesse te fazendo cócegas.

Dito e feito. Louis levantou os braços e começou a rir, enquanto eu encenava estar fazendo cócegas nele. Pude ouvir o barulho dos flashes e continuei, focando no sorriso dele. Até que ele ficava fofo quando ria. Mas não fofo tipo, nossa que fofo. Fofo tipo, uma bola de gordura anã.

Depois de me certificar de que o fotógrafo tinha fotos suficientes, me levanto e ajudo Louis a se levantar.

- Um abraço? – Ele fala baixinho.

- Não, eca! Você tá fedendo a cappuccino – Falo e recebo um beliscão de leve no braço – Ei!

- Sai da minha frente antes que eu belisque a cabeça do seu pinto – Ele fala bravo e eu o obedeço, depois de dar o meu melhor sorriso de despedida e ter certeza que tinha sido fotografado.

Caminho na direção oposta dele e desapareço pelas ruas, respirando de forma aliviada. Tento conter o riso ao lembrar de Louis todo sujo de café. Parece que fingir

tinha seus benefícios.

Something That We're NotOnde histórias criam vida. Descubra agora