Chapter Twenty Six

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- A gente precisa parar de transar - Louis e eu falamos ao mesmo tempo, assim que eu entro dentro de casa.

Vou até onde ele está, me sentando de frente no sofá.

- Aquilo que você fez...

- Foi bizarro, eu sei - O corto antes que ela prossiga - Tipo, a gente nem é casal ou coisa do tipo. Eu nem sei porque eu te beijei daquele jeito.

Por que eu beijei Louis daquele jeito? Até agora todos os beijos que nós trocamos foram só de tesão. Mas aquele selinho foi tipo, algo mais íntimo. Não que sexo não seja íntimo. Porque a gente fica entrando e saindo, depois entrando de novo e depois sai, depois pega o pau e... O que eu estava falando mesmo?

- Tá, não importa o porque você fez aquilo, a gente só precisa parar - Louis tenta se acalmar - Nossa vida já é complicada demais pra gente se envolver em outra complicação.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, receosos de dizer qualquer coisa. Eu realmente estava gostando de transar com Louis, sei lá, eu comecei a descobrir coisas sobre mim que nem eu mesmo sabia. E a gente estava se dando cada dia melhor, por que raios eu fui estragar tudo isso com aquele maldito selinho?

- Sabe o que eu acho? Que a gente está fazendo um alarde por nada. Okay, o selinho foi estranho, mas isso não quer dizer que a gente está namorando ou coisa do tipo. Foi só... Um reflexo involuntário - Desabafo, me jogando no sofá - Você sentiu alguma coisa?

Eu tinha medo dessa resposta. Ao mesmo tempo que eu queria que ele dissesse não e nós pudéssemos continuar com o nosso lance, eu queria que ele dissesse sim. Eu sei, eu sou confuso. E na verdade, nem eu sei se senti algo. E eu não quero parar pra pensar nisso.

- Você sentiu? - Ele responde minha pergunta com outra.

- Não - Falo.

- Eu também não.

- Okay.

- Okay...

Um silêncio constrangedor se instalou na sala e eu sabia o jeito certo de acabar com isso.

- Sexo de reconciliação?

- Sexo de reconciliação.

...

Eu não aguentava mais esconder as coisas de Gemma, principalmente agora que eu precisava de conselhos. Então eu esperei ela chegar em casa e contei tudo, do inicio até agora. Como eu estava fodido na carreira e como eu precisava de um plano pra me reerguer, como eu encontrei Louis na premiação, como nossos empresários surgiram com essa ideia doida de fingir um namoro e como tudo deu certo. E como nós tínhamos chegado até aqui, com nossa parceria de sexo regularmente. E o melhor de tudo isso, Gem já sabia. Segundo ela, quando o Nick veio aqui ele deixou escapar sem querer e ela decidiu ficar quieta, esperando o momento que eu me sentisse mais confortável pra falar com ela. E esse momento tinha chegado.

- Eu adoro ter dois coelhos no cio transando sob meu teto, mas vocês precisam parar com isso - Ela me encara, séria - Se você já não consegue distinguir entre só sexo e gostar dele de verdade, isso não pode continuar. Porque alguém pode sair machucado.

- Mas comigo e com ele é diferente. Ele é o Louis, eu não vou me apaixonar nem nada. Eu só queria ter a confirmação de que eu não estava fazendo burrada.

- Olha, se isso não for atrapalhar vocês dois, que transem. Sejam felizes copulando. Mas se isso começar a machucar algum de vocês ou criar duvidas, é melhor terminarem com isso. Okay?

Balanço a cabeça afirmativamente.

- Ótimo, agora usem a droga da camisinha neon que eu dei pra vocês e se puderem filmar também...

- Gemma!

- Ai tá, chato.

Reviro os olhos e solto uma risada, vendo Gemma sair do quarto. Eu ia sentir falta de tudo isso. Nick já tinha nos dado um prazo pra voltar pra Londres, não podíamos ficar muito tempo afastados da mídia. Tem sido ótimo morar aqui no subúrbio, mas eu precisava voltar a ativa. E nós iríamos embora logo pela manhã.

- Temos um problema - Louis entra no quarto com uma cara séria - Eu não tenho mala pra levar o Clayton de volta.

Olho pra ele, franzindo a testa.

- Clayton?

- Meu deus, você tem a memória de um peixe. Meu urso grande, Clayton, que você ganhou pra mim no parque, lembra?

Ah sim, eu lembro. Toda vez que a gente transava no quarto eu sentia que aquele bicho ficando se aproveitando do momento. Eu precisei até colocar uma camisa em cima dos olhos dele. Assustador.

- Já começou a fazer suas malas? - Louis se senta do meu lado.

- Ainda não. Eu não queria ir. Eu sinto falta do meu apartamento e tudo mais, mas sei lá, as coisas são mais fáceis aqui...

Eu estava mais triste do que eu gostaria de admitir. O meu medo era que no momento que eu voltasse pra Londres, tudo voltaria a ser como antes. Eu seria um idiota que não consegue manter o pinto dentro das calças, Gemma seria só uma tela de computador, eu passaria minhas noites sozinho e Louis... Louis não estaria comigo. Ele tinha se tornado um grande amigo pra mim. Ou coisa do tipo. E ainda tinha o Eddie. E se ele esquecesse de mim?

- Escuta - Louis fica de frente pra mim, cruzando as pernas no estilo indiozinho. Adorável - Quando a gente se casar e tiver filhos, nós podemos nos mudar pra cá. Londres é muito tumultuado, não quero paparazzi em cima do meu bebê.

Suspiro, rindo.

- Eu estava andando pela vizinhança procurando uma casa pra gente - Dou um empurrão de leve nele, os dois rindo - Tá, agora é sério. A gente vai voltar.

- A gente?

- Claro. Eu adorei conhecer sua irmã e seu cunhado e ainda tem o Eddie. Não esquece que o nome dele foi inspirado por mim - Ele se gaba e eu o empurro de vez, fazendo ele cair da cama - Isso não é legal, Edward.

Eddie começa a chorar no quarto ao lado.

- Não você, o outro Edward - Louis me encara, semicerrando os olhos - É guerra, sua girafa cabeluda?

Finjo indignação, colocando a mão sobre a boca.

- Eu sou depilado, tá?

- Eu sei, eu já vi - Ele dá uma risadinha e eu jogo um travesseiro na cara dele - Ei!

- Pelo menos eu me depilo.

- Meu cu é lisinho tá? Você lambe, você sabe disso muito bem.

- Vou te chamar de Matagal Tomlinson.

- SEU MENTIROSO - Ele pula pra cima de mim e começamos a nos atracar, literalmente.

É sempre divertido porque ele é pequeno demais pra alcançar meu rosto. Anãozinho.

*Esse capítulo não teve tanta ação, porque nem todos os dias são incríveis, alguns são apenas normais. E claro, sempre tem uma calmaria antes da tempestade* :)

Something That We're NotOnde histórias criam vida. Descubra agora