Chapter Seven.

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Estaciono o carro perto da calçada e olho o celular, conferindo o endereço. Jura que ele tinha vindo parar logo aqui? Esse lugar é péssimo, nem pra escolher uma boate boa. Saio do carro e me direciono a pequena casa noturna, indo até um segurança que estava parado na frente.

- Identidade – Ele fala bravo e me olha com uma carranca adorável.

- Harry Styles.

- Você tem retardo? Eu pedi sua identidade, não seu nome – Ele fala grosso e eu arqueio a sobrancelha.

Eu poderia simplesmente sorrir e mostrar as covinhas, mas tenho a leve impressão de que não ia funcionar com ele.

- Harry Styles? – Um cara ruivo aparece na porta, me encarando.

Meneio a cabeça de forma afirmativa.

- Ele tá comigo – Ele fala pro segurança que parece em dúvida se deve acreditar ou não, mas acaba abrindo a passagem.

Entro rapidamente antes que ele mude de ideia.

- Desculpa, eu te conheço?

- Você não, mas ele... – Aponta com o dedo e então eu vejo a cena mais surpreendente da minha vida.

Louis Tomlinson em cima de uma mesa, virando uma garrafa de bebida goela abaixo. Meu deus, o que estava acontecendo com o mundo hoje?

- Ele não parou de falar de você um minuto – Volto minha atenção pro ruivinho – O quanto você é estúpido e o quanto ele era estúpido por ter te mandando uma foto da bunda dele. Coisas da vida – Ele dá de ombros – A propósito, Ed.

Dou um meio sorriso e olho para Louis.

- AGORA EU QUERO VODKA HEIN – Ele berra enquanto balança os minúsculos braços no ar – EU ME SINTO A DOROTHY VOANDO DIRETAMENTE PRA CASA.

Ótimo, além de estar bêbado, ainda fazia referências a filmes velhos e ruins.

- Seu namorado é engraçado.

Arregalo os olhos e começo a tossir. Saliva estúpida.

- Namorado? Cruzes, nem brinca com uma coisa dessas – Falo rapidamente, me recuperando.

- Ah sim, sei... – Ed fala desconfiado, semicerrando os olhos e eu ignoro seu tom de "você não me convence".

- Licencinha, preciso levar alguém pra casa – Faço sinal com a cabeça e vou até mesa onde Louis está gritando alguma parte qualquer de Someway Over The Rainbow – Tomlinson!

Ele olha em volta e fica me procurando. Reviro os olhos e dou um tapa na perna dele, que então olha pra baixo e abre um sorriso enorme, formando ruguinhas ao redor dos seus olhos.

- EDWARD! VOCÊ VEIO ME BUSCAR! – Louis fala como se tivesse encantado e depois olha pro resto das pessoas que rodeavam a mesa – VIU, EU DISSE QUE ELE VINHA ME BUSCAR!

Sinto meu rosto corar ao ver todos me encararem e suspiro, tentando me concentrar.

- Desce daí, vamos pra casa antes que alguém não tão bêbado perceba que você é Louis Tomlinson e ferre a sua vida e a minha – Falo calmamente.

- QUAL É, NÃO CORTA MEU BARATO – Ele gargalha, começa a rodar na mesa e do nada para, fazendo uma expressão de dúvida – EI, SERÁ QUE EU CONSIGO VOAR?

Louis faz menção de se jogar da mesa, mas antes que ele pudesse fazer isso, eu agarro suas pernas e o coloco no meu ombro, como um saco de batatas.

- VOCÊ NÃO PODE IMPEDIR UMA BORBOLETA DE VOAR.

- Mas eu posso matar a borboleta sufocada – Falo arfando, enquanto Louis fica se remexendo – Para de se mexer, você não é tão leve quanto parece sabia?

Acabo tropeçando em uma garrafa jogada no chão e me desequilibro. Sinto uma sensação de leveza tomar conta do meu corpo e olho para trás, vendo Louis correndo em direção ao bar. Sério, eu não era pago pra isso.

- Peguei – Ed grita e segura Louis.

- Eu me entrego por você, Prim. EU ME ENTREGO A PANEM! FUJA! – Louis grita se debatendo e eu bufo irritado, o pegando no colo do mesmo jeito de antes.

- Obrigado, nos vemos por aí – Falo alto e Ed ri, balançando a cabeça em forma de cumprimento.

Consigo sair do bar com Louis ainda se debatendo e o enfio dentro do carro de qualquer jeito, batendo a porta logo em seguida.

- Isso se chama sequestro – Ele fala emburrado e cruza os bracinhos gordos – Eu vou chamar meu agente.

- Se você não calar a boca, vai poder chamar ele pro assassinato também – Falo sorrindo sarcástico e ligo o carro.

Eu não fazia ideia de onde Louis morava e já que ele resolveu que estava "de mal" comigo, eu não fazia a mínima ideia de pra onde eu deveria levar ele.

- Louis, eu... – Paro de falar ao olhar pro lado e ver Tomlinson de olhos fechados, com a cabeça encostada no vidro – Louis?

Ótimo, ele tinha dormido. Tinha como ficar pior? Ouço um barulho como se várias bolinhas estivessem caindo no capô do carro e vejo as grossas gotas de chuva molhando o vidro. Minha sorte andava alta.

Considero seriamente em acordar ele ou joga-lo em qualquer lugar da rua. Ele não era um problema meu e pra inicio de conversa, eu nem sei porque vim atrás dele. Mas Louis parecia tão calmo dormindo, que preferi não acordar ele e ouvir mais uma linda melodia tirada do Mágico de Oz. Além do mais, não queria ser responsável por deixar um garoto bêbado e indefeso jogado por aí.

E agora, para onde eu levo esse garoto? Respiro fundo, sentindo meu coração pesar. Eu odiava ter um coração tão bom. Aperto o volante com força e viro á esquerda, indo em direção ao meu apartamento.

Something That We're NotOnde histórias criam vida. Descubra agora