Prólogo

1.2K 45 4
                                    

P.O.V Annebell

As luzes pareceram aumentar de intensidade de um jeito quase insuportável, pensei que fosse ficar cega. Por que aquela sala tinha que ser tão branca? Já não aguentava mais, e minha mente começou a vagar. Pensava em tantas coisas...
— Senhorita Annebell? — a voz autoritária pareceu ter penetrado em minha mente. Sobressaltei-me e arregalei um pouco os olhos, observando a mulher. Ela não estava com a melhor das caras.
— Desculpe-me. — abaixei um pouco a cabeça e ouvi um som de reprovação vindo de Jocelyn, a que estava ao meu lado. Apenas dei um pequeno sorrisinho, rapidamente voltando a ficar séria.
— Bem... — franziu o canto do lábio, estava incomodada em ter sido interrompida por uma garota de dezesseis anos, muito legal. — Os resultados do Grupo A não tem sido satisfatórios e estávamos pensando em mandar algo para surpreendê-los. Então as mandaremos ainda hoje, meio dia, pela Caixa até lá. Quero que estejam prontas neste horário.
Minha garganta pareceu ter ficado seca. Como assim seríamos mandadas para o Labirinto? Depois de alguns segundos em estado de choque, assenti, escondendo muito bem minhas emoções, apesar de estas estarem se revirando dentro de mim.
Jocelyn balançou a cabeça e logo saímos, indo para o quarto que dividíamos desde que nós tínhamos nos conhecido. E não trocamos qualquer palavra no corredor longo e iluminado.
Ao chegarmos lá, fui direto para a cama e sentei-me. Agora sim demonstrando o que sentia. Estava tremendo, era perceptível, tanto de surpresa como de raiva, nós sempre os ajudamos e agora... isso! Como podiam? Trinquei os dentes e segurei a cabeça com as duas mãos, apenas ouvindo os passos de Jocelyn enquanto esta andava de um lado para o outro no quarto.
— Não podemos. Simplesmente não podemos ir para o Labirinto, Jocelyn. Você sabe disso mais que ninguém. — falei assim que consegui recuperar minha voz e ergui o rosto para fitá-la. Ela parecia assustada, mas mesmo assim concordou. A morena sempre foi melhor em esconder o que sentia, nem me impressiono.
— Primeiro temos que fingir que concordamos... acredito que não mandarão muitos guardas para nos escoltarem, afinal, somos de confiança, não é? Nos comunicamos daquele nosso jeito. — deu um pequeno sorriso, o que também me fez sorrir e assentir, em concordância.
— Eles não podem com a gente. — falei, confiante, e então esperamos.
Tudo pareceu correr em apenas segundos até eles chegarem. Um homem e uma mulher, ambos apenas com uma pistola presa no coldre, na cintura. Eles estavam relaxados, dava para notar pelo modo que se moviam.
— Senhoritas, nos acompanhem. — o homem falou, dando espaço para passarmos. Mesmo tendo uma cara séria e amedrontadora, sua voz era tranquila, até dava para dormir se ele começasse a contar uma história.
— Certamente. — Jocelyn falou e dei um pequeno sorriso, saindo rapidamente e ela me seguindo.
E outra vez estávamos naquele corredor. Grande, longo, estreito e o silêncio sendo quebrado apenas pelas nossas respirações e o som das botas batendo contra o ladrilho.
"Está pronta?"— perguntei para ela.
"Sempre estive" —respondeu-me.
"No três. Um, dois..."
Em sincronia corremos até o par que estava na nossa frente. Jocelyn fechou o punho e atingiu com toda a sua força o meio das costas do homem, pude ouvir seus ossos estralarem.
Belo começo
Aproveitando a distração de ambos, abaixei-me e passei uma rasteira pela mulher, fazendo-a cair para cima de seu companheiro. Iam perder, com certeza. Estávamos perto do Hangar, conseguiríamos esca...
— O quê...? — meus pensamentos são interrompidos quando sinto um beliscão no pescoço, uma certa agonia e um resmungo de desaprovação. Cambaleio e olho para trás, vendo várias guardas, um deles, o mais próximo de mim, com uma seringa... agora vazia. Não, não pode ser!
Caio de joelhos, meus corpo começando a ficar dormente. A visão estava turva e eu só conseguia distinguir outro guarda abatendo Jocelyn, levando-a ao chão. Tentei falar, mas minha língua parecia embolada e apenas palavras desconexas saíam. Em seguida, vi eles se aproximando, porém nada fiz. Não conseguia. Aí senti o impacto de meu corpo contra o chão frio, a cabeça girando... e enfim a escuridão me atingiu.

[...]

— Eu realmente estou decepcionada com vocês, meninas. Pensei que fossem mais que isso, entendem? — eu ouvia aquela maldita voz sem graça, séria e autoritária outra vez... mas não bem, minha cabeça simplesmente queria apagar de vez. — Sinto em dizer que ainda irão conhecer os Experimentos. Podem injetar o Soro e mandá-las para a Caixa.
Sinto outra vez aquela agonia no pescoço e até mesmo o líquido provavelmente incolor penetrando em minhas veias. Este teve o efeito mais rápido e apaguei. Outra vez.

Maze Runner - A SobrevivênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora