capítulo 9 - parte 2

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P.O.V Annebell

Meus pulmões pareciam prestes a explodir, estavam queimando com o pouco ar que recebiam, o suor corria as bicas pelo meu corpo. Mas eu me recusava a parar.

Não sabia nem mesmo para onde estava indo, mas sabia que não podia parar, tinha que continuar correndo até o Verdugo se distrair e me perder, ou que outra coisa chamasse sua atenção. Virei várias vezes e por fim, o barulho de raspagem sobre a pedra foi ficando para trás. Olhei ao redor, procurando algum lugar que pudesse me esconder. Perto de outra curva, um amontoado de heras deveria servir e fui para lá, me encolhendo o máximo que podia para que nada do meu corpo ficasse visível. Respirei fundo, fechando os olhos por alguns segundos e tentando pensar em como sairia daquele pesadelo. 

"—  Você sabe que Annebell nunca foi de colaborar com a gente. Ela tem o mesmo espírito teimoso que Jocelyn  —  Ouvi uma voz por detrás de uma porta branca e franzi o cenho, esperando.

—  Eu não me importo. Quero resultados. Faça o que tiver que fazer  —  O homem terminou, a voz autoritária e só ouvi um breve murmúrio em concordância da outra pessoa, uma mulher."

Uma garra fincou-se ao lado de minha cabeça, abrindo uma cratera na parede. Estava há centímetros de meu rosto e isto foi suficiente para dissipar a visão estranha que aparecera em minha mente. Arregalei os olhos, em choque. Eu não ouvira nada, não sentira nada, mas o Verdugo estava ali. Bem na minha frente, fazendo vários ruídos mecânicos, uma gosma esverdeada caindo de seu corpo e sujando meus pés. A garra forçou saída da pedra e logo foi para trás, preparando-se para mais um golpe. Dessa vez ele não erraria.

Não pensei duas vezes antes de rolar para o lado, voltando a correr como uma louca. A criatura logo atrás de mim, agindo suas várias próteses mecânicas, querendo muito me fatiar em vários pedaços, de preferência de uma maneira que eu sofresse bastante. Seu desejo em me pegar era quase palpável.

  

Trinquei os dentes. Não, eu não podia morrer ali. Não daquele jeito e muito menos sem saber nada sobre o lugar em que encontrava. Uma lâmina raspou em minhas costas, rasgando minha blusa e cortando a pele. O cheiro do sangue pareceu fazer o Verdugo ficar ainda mais afobado, levantando as lâminas e os braços mecânicos. Corri ainda mais rápido e fiz uma curva — percebendo que o bicho não era lá muito bom nessa hora, derrapando e perdendo velocidade —, encontrando Minho. O asiático acenou para que eu o seguisse e foi o que eu fiz, aliviada por finalmente encontrá-lo. Se tinha alguém que conhecia esse Labirinto e como despistar os Verdugos, esse alguém era ele.

Enquanto corríamos, mais Verdugos juntaram-se ao banquete, famintos por sangue e carne fresca. O som de metal raspando em metal, na gosma fazendo-os derrapar a cada curva, estava fazendo-me ficar tonta e certamente irritada. Beleza que podiam ser maquinas mortíferas, mas será que não poderiam ser um pouquinho menos irritantes? 

Em uma curva brusca, Minho segurou meu pulso, ajudando-me. E tive vontade de socá-lo quando vi o que tinha na nossa frente. Um penhasco que era impossível de se ver o fundo. Agora era isso ou os Verdugos. Já estava criando coragem para pular antes de ser fatiada.

— Temos que enganá-los. — Sussurrou Minho, olhando-me expressivamente. E arregalei os olhos, um sorriso frouxo brotando em meus lábios.

— Vamos fazê-los cair no penhasco. — Balancei a cabeça, uma sobrancelha erguida. — Tem certeza que consegue? 

— Você vai se arrepender de ter perguntado isso — Minho tomou como desafio e pude vê-lo ajeitar a postura, pronto para acabar com os Verdugos.

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⏰ Última atualização: Sep 10, 2018 ⏰

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