*Mais uma nota do autor que já está sendo inconveniente*
Pros leigos que acabaram de chegar e não conhecem algumas "gírias" que usamos no mundo das fictions. Toda vez que usar a palavra "POV" quero dizer "Person on View", ou no caso o personagem que estou contando a história. A história segue seu ponto de vista. Boa leitura!
Pov Rose
Acordei. Estava sonhando com unicórnios sorrindo quando fui interrompida por mamãe me cutucando. Meu pescoço estava doendo. Acho que dormi de mal jeito no sofá. Passei os olhos na casa inteira procurando por Karen e seu pai. Eles já tinham ido embora e mamãe me olhava com uma cara de orgulho, enquanto eu bocejava. Mamãe desligou a TV, que estava exibindo uma novela sobre um Rapaz e um robô mulher. Queria ir dormir, mais tinha muita louça pra lavar. Minha mãe bocejava, então decidi arcar com a responsabilidade. Fui abraçada com ela até a cama, à deitei e cobri. E tão engraçado como a vida toda ela fez isso por mim, me ver no lugar dela era especial. Eu sorri. Não estar vendo Karen ainda me incomodava. O que me incomodava mais era a pia cheia de louça. Coloquei meu celular em cima da pia, respirei fundo e comecei a esfregar os pratos. Meu celular vibrou e acendeu indicando que havia uma mensagem. Olhei para ele quando vibrou e vi que no título dizia: notícias sobre Molly.
Separei um pessoal no hospital para manter o olho em uma paciente minha muito especial chamada Molly. Ela foi diagnosticada com um tumor na cabeça que precisa ser retirado. Eu a acompanho desde então e tenho um amor de mãe com ela. Aqueles dias perturbadores no hospital e ela ali, sorrindo para seu avô que a enchia de histórias criativas que sempre faziam sorrir e chorar. Espero que nada grave tenha acontecido com ela. Corri secar ao mãos para ver o conteúdo da mensagem. Na mensagem dizia:
"Olá doutora, a observação de hoje foi um pouco complicada. Sua paciente reagia bem quando entrou em sono profundo, com os olhos abertos, e em seguida veio o coma. O avô de Molly passou mal em seguida e teve que ser atendido e internado as pressas. Sinto muito por essa notícia.
- Att: Enfermeira Gabriela."
Aquilo me deixou muito preocupada. Eu não queria mais saber de lavar louça. Molly havia entrado em coma, seu avô passou mal. Estou irritada por isso. A vontade era de gritar. Meus olhos enchiam e eu não conseguia chorar. Eu fechei a mão, queria bater e quebrar tudo. Olhava para a pia buscando a distração para aquela situação. O que restou foi terminar de lavar a louça, pensando em como Molly estaria.
"E o que estaria fazendo Karen?"
E enquanto lavava a louça, o meu choro saia. Era difícil me concentrar. E as horas não passam.
"Ah, vá se danar. Eu não aguento estar passando por tudo isso."
"Onde está Karen, pra me motivar?"
Minha cabeça parecia me agredir com esses pensamentos.
Era ela que dava sermão e sorria dizendo que se eu podia fazer merda, eu podia consertar. Porém eu não havia feito nada, isso foi consequência do destino. Eu precisava deitar.
"Que se ferre a louça" - pensei. E me joguei no sofá.
Enquanto o teto parecia me encarar, eu fui apagando aos poucos.
Acordei as 5:00 da manhã, bem agitada e elétrica. Não sei o porque daquela eletricidade toda, mas não consegui pegar no sono por mais que eu tentasse. Fui até a cozinha, lavei a louça e fui fazer café enquanto mamãe dormia. Eu ria internamente dos roncos dela. Enquanto o café estava na cafeteira, eu corri, peguei minhas roupas e jaleco na bolsa e joguei no banheiro. Peguei meu celular e bati na minha testa, vacilei em não ter pego o número da Karen. Ontem foi um dia tão complicado. Depois de toda aquela confusão, e saber sobre a Molly logo pela noite não me ajudou a dormir bem.
A cafeteira apitou, mamãe acordou, eu me assustei e só faltou eu me queimar. Peguei a xícara que usava quando era menor. Ela era pequena e tinha desenhos de flores por toda parte. Enquanto tomava o café quente torcendo para não queimar a minha língua, lembrava de ontem. Karen e eu nos encaramos tanto, faltava só um beijo para que eu pudesse dormir bem. Eu sorria sadicamente enquanto lembrava cada um daqueles momentos. Eu mal conseguia me concentrar tendo pensamentos sádicos sobre tudo o que aconteceu enquanto Karen me olhava inocentemente. Tomei apenas dois goles de café, derramei o restante da minha xícara na pia e corri para o banheiro pra me maquiar. A minha vontade era de espalhar a maquiagem por toda a cara, porém eu teria que fazer meu plantão e estar apresentável. Entrei no banheiro, escovei meu dentes e me maquiei. A sombra azul e o batom vermelho estavam combinando com o meu humor pela manhã. Vesti o meu jaleco amassado, peguei minha bolsa e corri até a porta, e mamãe do quarto gritou:
- Já vai querida? Bom Trabalho!!
- Muito obrigado mamãe, te amo! - respondi.
Corri em direção ao meu carro, mas por um segundo tudo havia ficado lento. Karen estava recolhendo as cartas da caixinha de correio. Ela não havia me visto, e eu estava tentando me concentrar em colocar a chave na porta do carro. Eu sorri e levantei o braço, acenando com muita vergonha. Karen me viu de longe, abaixou as mangas da sua blusa, pegou aquele bolo de cartas e acenou de volta, séria. Ela parecia me olhar como se quisesse alguma coisa, e eu estava com muita vontade de ir até lá pedir seu número. Abri a porta do carro e entrei, joguei minha bolsa no banco de trás, olhei as horas e vi que tinha que ir. Liguei o carro e o olhei para ela sorrindo, esperando um sorriso. Karen me olhou, tentando sorrir mas sua expressão parecia péssima. Eu acenei novamente para ela, e gesticulei que depois queria falar com ela. Ela mexeu a cabeça confirmando e eu me virei, e sai com o carro. Eu olhava toda a cidade enquanto dirigia até o hospital e minha cabeça já estava em outro mundo, por pouco eu não bati o carro. Aquele estacionamento gigante do hospital parecia me dizer que o dia hoje não seria fácil. Ao estacionar na minha vaga demarcada, eu fui pegar a minha bolsa na parte de trás do carro. Tinha alguém atrás de mim. Eu estava toda arrepiada e tensa por não saber quem era. Me virei rapidamente e quando vi, era a enfermeira Gabriela.
- Cacete! Não faça mais isso - Gritei, assustada!
- Me desculpa doutora! - Respondeu ela, envergonhada.
- Eu é que me desculpo pelas palavras. - Respondi.
- E que eu vim te avisar sobre a situação de Molly e seu avô. - ela disse.
- Eu ja estou abalada Enfermeira, não gostaria de chegar aqui e saber que algo pior aconteceu. - Respondi, séria.
- Então doutora.. o Avô de Molly...
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Esqueça- Me
RomanceKaren e Rose sempre foram melhores amigas desde crianças. Karen tinha um sentimento forte não assumido por Rose. Rose sempre via Karen como seu objeto sádico por causa de suas experiências juntas. Porém, com algumas situações repentinas, elas se sep...