Não ouse me deixar | lésbico

3. Por água a baixo

Estou sentada em um pequeno banco de pedra olhando algumas garotas e alguns garotos saírem do vestiário, pra falar a verdade eu não tenho nada melhor pra fazer enquanto espero Ethan e Daniel. Leona sai do vestiário rindo, e pra piorar ela está na companhia de Tina. Reviro os olhos e tento ignora-las, mas aquela cena ridícula é demais pra mim. A minha única vontade é levantar e soca-las. É, pelo visto a Leona não perde tempo mesmo. Como pude ser tão idiota assim a ponto de pensar que em algum momento essa garotas seria sincera comigo? E o que essa Tina tem de tão especial? Ela não é grandes coisas, é apenas uma replica da Olivia, só que com o cabelo castanho claro e uma voz irritante.

— No que você está pensando? — pergunta Ethan sentando ao meu lado.

Eu quase pulo do banco, ele me deu um puta susto. Eu estava esperando que ele fosse sair do vestiário, não aparecer pelas minhas costas sem mais nem menos.

— Ai que susto!

— Pelo visto está bem distraída. — diz rindo.

— Não, não é nada. — olho para a porta do vestiário feminino, Leona e Tina não estão mais lá, reviro os olhos — Mas me conta, como foi o teste?

— Acho que fomos bem, apesar que Daniel não completou todo o teste.

— Ué, por que?

— Não sei. Na verdade acho que ele não estava lá quando o teste começou, provavelmente foi eliminado.

— Isso é importante pra ele. Ele não sumiria assim sem mais nem menos. — estranho.

— Pelo visto foi o que ele fez.

Essa história está muito estranha. Daniel nunca foi de fazer isso, ainda mais em um dia tão importante como esse. Ethan já quer ir embora, mas eu insisto para ficarmos mais um pouco, pois eu pensei que Daniel pudesse aparecer a qualquer momento e se explicar, mas depois de quase uma hora esperando decidimos ir embora.

Estamos passando pela praça da cidade quando escuto alguém gritar meu nome de longe, quando olhamos para trás Daniel vem correndo em nossa direção como um louco. Ele está quase todo suado com um sorriso estampado na boca, quando ele finalmente chega até nós, temos que ajudá-lo sentar. Dani mal consegue respirar.

— Onde você se meteu seu maluco? — pergunto o abanando com meu livro.

— Ficamos te esperando por quase uma hora. —   murmura Ethan. 

— Eu estava fazendo uma coisa muito importante.

— E o que pode ser mais importante do que entrar no time de basquete da escola? — pergunto me sentando ao seu lado.

— Acho que encontrei o emprego perfeito para você. Quer dizer, eu não, a minha mãe. — conta com certa dificuldade.

— Emprego? Assim tão rápido? 

— Me diz que você sabe nadar.

— Claro que sei, mas o que tem?

— O que tem é que encontramos o trabalho perfeito para você, para nós dois pra falar a verdade.

Daniel é o rei em enrolar para dar alguma noticia, então antes de me contar a verdade ele conta uma histórias que ninguém tinha o menor interesse em saber, já vou logo cortando a conversa. Troco olhares com Ethan e ele está segurando para não rir.

— Que emprego é esse? — pergunto arrancando o folheto da mão dele.

— Vamos trabalhar como salva-vidas. 

— Você está zoando?

— Não. — diz Dani, sorrindo — Bem, você vai né, eu vou trabalhar como o organizador de festas. E eles pagam super bem!