Capítulo 14

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Daniel

Por que toda vez que eu conversava com Melissa eu ficava irritado? Era raro eu ficar satisfeito.
Ela está me usando e eu to caindo no papinho dela direitinho. Merda! Eu to apaixonado, não posso mais deixar ela pra lá e pronto.
-Daniel? - Edu me chamou e eu o olhei sério. - Posso falar com você? - perguntou e eu respirei fundo.
-Claro, fala. - dei um sorriso para tentar melhorar meu humor.
-Estou namorando. - falou e eu fiquei triste ao mesmo tempo que fiquei feliz por ele. Porra! Eu queria estar namorando com a Melissa, mas não passava de sexo.
-Parabéns, espero de coração que você tome jeito.
-Ah eu to amarradão na da Gabi e ela parece estar também. Acho que vai dar certo. - deu de ombros me parecendo confuso.
-Do que tem medo? - perguntei.
-Eu não tenho medo de nada, só receio dela acabar me sacaneando.
-Cara, ela deve estar pensando o mesmo.
-Por que acha isso?
-Mulheres são confusas.
-Você que o diga, como está com a Melissa?
-No momento irritado. - suspirei. - Eu sei que ela sente algo por mim, mas ela não admite e finge só querer sexo. Mas eu sinto o sorriso dela toda vez que nos falamos, os beijos não são mais carnais parece ter sentimento.
-Pelo o que eu soube, Melissa tem um passado conturbado. Tente convencer ela de que ficar contigo vai valer a pena.
-Fazendo o que?
-Ah cara, eu sei lá. A Gabi não é tão complicada assim.
-É, ela é uma menina ótima. - falei e ele me deu um sorriso que mostrou o quanto meu amigo estava apaixonado. Alguém bateu na porta e entrou segundos depois.
-Daniel, temos um ensaio em 10 minutos. - Lis informou e eu ri.
-Cadê minha secretária ou você trocou de função com ela? - brinquei e ela revirou os olhos.
-Ora Belmonte, estou fazendo um favor. - piscou para mim e saiu.
-Cara, você sabe que a Lis é louca para te dar, né?
-Que maneira feia de falar isso.
-Ok, vou arrumar. - ele limpou a garganta. - Você sabe que a Lis é doida para você fazer amor com ela. Melhorou?
-Um pouco sim. - dei de ombros e ele riu. - A Lis é uma grande amiga, somente isso.
-Espero que ela saiba disso.
-Edu, eu estou com a Melissa.
-Espero que Melissa saiba disso. - brincou e saiu da sala rápido. Balancei a cabeça e levantei pegando minha câmera. Vamos trabalhar e esquecer um pouco isso tudo.

[...]

Estava caminhando pelas ruas, tinha acabado de sair da revista quando meu celular tocou. Era Melissa, pensei em deixar pra lá, mas era mais forte do que eu.
-Fala, Belinque. - atendi sério.
-Quer uma visita hoje? - perguntou e eu respirei fundo.
-Quero conversar com você, será que posso?
-Conversar não faz muito o meu estilo, mas tudo bem. Na sua casa?
-Não, naquele restaurante que almoçamos outro dia.
-Ok. Que horas?
-Está livre agora?
-Sim, chegarei em 15 minutos. - desligou na minha cara para variar e eu segui para o restaurante.

[...]

Fiquei observando o copo a minha frente até que senti o cheiro dela perto de mim.
-Pontual como sempre, Belinque. - falei e ela sentou a minha frente me dando um sorriso amargo.
-O que deseja tanto conversar? - perguntou sendo direta como sempre.
-Por que finge não se importar quando eu sei que sente alguma coisa? - resolvi ser direto também e vi espanto no seu rosto.
-Eu sinto prazer, só isso. - respondeu tentando passar confiança. - Entre a gente é só sexo, acho que já falei isso milhares de vezes.
-Então você não se importaria se eu ficasse com outras mulheres?
-Não, eu não me importaria. - deu de ombros e eu respirei fundo. - Assim como eu posso ficar com outros homens. - acrescentou e eu a olhei irritado.
-Você fica com outros homens? - ela me deu um sorriso arrogante.
-Nunca se sabe. - eu bufei e virei minha cerveja de uma vez só. - Relaxa, por enquanto é só você. - falou e eu fiquei aliviado em saber disso. Mal sabe ela que eu vou fazer de tudo para esse "por enquanto" durar por um bom tempo.
-Nós podíamos namorar. - dei de ombros e ela ficou em silêncio depois de uns segundos.
-Não estraga o que é tão bom para nós dois. - falou olhando para a bebida no seu copo.
-To cansando disso. - suspirei e levantei. Deixei um dinheiro em cima da mesa e saí do restaurante. Começei a caminhar revoltado quando senti uma mão encostar no meu braço, olhei para trás e era Melissa. Ela me surpreendeu quando me beijou intensamente, no meio da rua. Eu a puxei para mais perto e segurei sua cintura com propriedade. Ela puxou meu cabelo levemente enquanto nossas línguas praticamente dançavam uma música lenta uma com a outra. Nos separamos porque o ar faltou. Eu ainda segurava Melissa enquanto nossa respiração acalmava.
-O que foi isso? - perguntei.
-Queria mostrar o que você vai perder se você cansar disso. - me deu um sorrisinho de lado.
-Você é impossível, Melissa Belinque.
-Já me disseram isso. - me deu um selinho. - Que tal irmos para um local mais discreto? Eu até gosto de correr risco de ser pega, mas sinceramente não quero passar minha noite presa por estar transando na rua. - falou e eu ri.
-Vamos para o meu apartamento. - peguei sua mão e entramos num táxi que tinha acabado de parar. Seguimos para o meu apartamento em silêncio.
Estávamos passando na portaria quando eu vi o Seu Joaquim.
-Boa noite, Seu Joaquim.
-Menino Daniel, como vai?
-Bem e o Sr.?
-Estou bem. Que linda mulher ao seu lado. - falou dando um sorriso para Melissa.
-Essa é Melissa, minha colega. - ela deu um sorriso na direção do Seu Joaquim. - A entrada dela está sempre liberada.
-Eu não proibiria a entrada dela nunca. - falou rindo.
-Iremos subir, qualquer coisa é só interfonar. - chamei o elevador e ele não demorou muito a chegar. Entramos e seguimos para minha cobertura.
Assim que entramos no apartamento Melissa me atacou com seu beijo viciante. Ainda colados conseguíamos andar até o corredor. Foda-se! Iria atacar ela alí mesmo.
Tirei sua blusa rápido enquanto ela beijava meu pescoço. Beijei seus seios e vi seu corpo arrepiar. Adorava quando ela ficava assim entregue a mim. E eu adorava me entregar a ela.

[...]

-Nossa! - falou deitando no chão ao meu lado. Sorri e virei para a olhar melhor. - Preciso de horas para me recompor. - acrescentou.
-Quer dormir aqui hoje? - perguntei e ela negou com a cabeça.
-Na próxima, pode ser? - eu fiquei feliz quando ela considerou dormir aqui um dia.
-Que tal amanhã? Posso fazer o jantar que te prometi. - fiz um carinho no seu rosto e ela não recuou apenas soltou uma gargalhada.
-Querendo me ganhar pelo estômago? - perguntou rindo. Dei de ombros. - Está conseguindo, Sr. Belmonte. - levantou rápido e começou a se arrumar.
-Quer que eu te leve? - perguntei quando ela estava pronta.
-Não precisa não, eu pego um táxi. - me deu um beijo rápido e eu levantei para levá-la até a porta.
-Amanhã você vai vir?
-Sim, vou. Que horas, Sr. Cozinheiro?
-Às 19:30, tá bom pra você?
-Sim, ótimo.
-Vai dormir comigo? - perguntei e ela me deu um beijo casto.
-Até amanhã, Belmonte. - fechou a porta atrás de si e eu respirei fundo.
Amanhã eu faria Melissa dormir aqui ou eu não me chamo Daniel Belmonte.

Primeira publicação: 22/07/2016

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