Capítulo 23:
Ignorei o que eu estava sentindo depois do beijo na bochecha que James havia me dado e fui atrás de seu violão do outro lado do quarto.
- Posso tocar¿- perguntei assim que peguei o violão.
- Mas é lógico.- falou do sofá.
Voltei para o sofá e posicionei o violão em meu colo, pensando em qual música eu iria tocar.
- Algum pedido¿- perguntei para James, assim que percebi que não fazia a mínima ideia de qual música escolher.
- Só um. Eu quero que você cante junto.
- Mas, James, eu não sei cantar.
- Ah, sabe sim. Mas você ainda não sabe que sabe cantar. Entendeu¿
- Não, eu sei muito bem a verdade, eu não sei cantar.
- Então prove.- falou com um sorriso presunçoso.
Fiz uma careta.
- Vou acabar com os seus ouvidos... Ou estourar as janelas do seu quarto.
Ele deu uma gargalhada.
- Pare com isso, vamos, cante.
Já vi que não adiantava mais contrariar. Pensei mais uma vez em qual música deveria tocar, e me veio à cabeça "Call me Maybe" da Carly Rae Jepsen. Eu amava essa música, acho muito fofa e com uma letra divertida.
Toquei e cantei, mesmo morrendo de vergonha. Eu não sou uma pessoa insegura até onde eu sei, eu me conhecia muito bem, por tanto sabia muito bem que não sabia cantar. Mas me impressionei ao perceber que eu estava cantando em um tom muito bom e parecia acertar o tempo de todas as estrofes da música.
Toquei a última nota ainda impressionada por descobrir que talvez eu não tenha ido tão mal.
James bateu palmas animado.
- Arrasou!- comemorou- Eu disse que você sabia cantar. Sério, sua voz é muito boa.
- Obrigada.- falei com uma expressão cética.
- Ei, pare de duvidar, estou falando sério.- falou, e continuou assim que viu minha expressão ainda desconfiada- Clarissa, sou praticamente seu professor de música, pare de duvidar de seu mestre musical.
Caí na gargalhada, e ele me acompanhou, como de costume.
Deixei o violão de pé encostado no sofá, e me aproximei de James, bagunçando seus cabelos e os deixando como de costume.
- Ei!- reclamou.
- Desculpa!- falei levantando as mãos e fazendo cara de inocente- É que apesar de eu ter amado seu cabelo arrumadinho, gosto mais bagunçado. Sei lá, é como se fosse sua... marca registrada.
- Minha marca registrada¿- repetiu rindo- Nossa, sou tão imperfeito a ponto da minha marca ser o meu cabelo bagunçado.
Dei um sorrisinho culpado.
- Não foi isso que eu quis dizer. Só disse que faz parte de você, é uma coisa sua, sabe, bagunçar o seu cabelo tipo a quase todo o momento. E eu acho engraçadinho.
Ele fez uma careta divertida.
- E sério, já deu para perceber que você bagunça seu cabelo quando fica tenso, envergonhado ou... charme.
- Charme¿- perguntou mudando sua careta divertida para uma confusa.
- É, charme. Como se fosse um tique, mas que para você virou um jeito de chamar atenção.
- Clarissa, onde você tirou a ideia de que eu sei fazer charme¿ Como assim¿ Me explica.
Dei risada da sua confusão.
- Tá, essa conversa tá ficando confusa.
- Nem me fale.- falou dando um meio sorriso- Então, voltando ao assunto inicial, tipo, bem do início mesmo. Você foi ótima.
- Tá, obrigada, já que você diz e insiste...
- Meu Deus! Vai começar de novo. Como você é teimosa!
- Ei, não sou teimosa.
Ele me olhou com uma cara do tipo "viu, percebeu agora como você é teimosa."
- Hum... Tá, talvez eu seja um pouco teimosa de vez em quando.
Nos olhamos e ficamos um tempo nos encarando, até que caímos na gargalhada descontroladamente e sem motivo.
É, realmente, conversar com o James é muito bom.
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Depois de almoçarmos, fomos para uma sala na casa (mansão) de James que havia uma televisão enorme, provavelmente o último tamanho existente. E tinha sofás. Era como uma segunda sala, mas de cinema.
A cozinheira fez pipoca para nós, e ficamos assistindo a uma comédia que eu amava, "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", seguido de mais e mais comédias. Chorávamos de rir.
Passamos a tarde inteira assim, até dar 17:00h e eu precisar me despedir dele.
Me despedi de seus pais também e agradeci por me receberem. James me levou até a minha casa. Falei para ele que não precisava, já que sua perna estava um pouco machucada, e isso iria cansá-lo. Mas ele nem ligou, foi assim mesmo comigo.
Fomos o caminho inteiro rindo e nos lembrando de partes engraçadas dos filmes que assistimos.
- Bom, então, nos vemos segunda.- falou James assim que paramos em frente à minha casa.
- Sim. Mas podemos trocar mensagens.
- Isso.- falou- Adorei passar o dia com você.
- Eu também.
- Devíamos adotar esses dias como algo nosso também.
Sorri.
- Sim, devíamos.
Ele me deu um beijinho no rosto.
- Tchau, Claris.- falou sorrindo.
- Tchau, Jay.
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Depois de ligar para Letícia e explicar sobre o último post do meu blog (ela literalmente surtou, e ficou confusa igual a mim sobre se eu fiz uma decisão certa ao cancelar com Ricky), fui escrever mais um post.
Blog Cupida.com:
Assunto: #DiaComMelhorAmigoImperfeito
Hey hey! Vim passar aqui rapidinho para falar como foi meu dia com o Garoto Imperfeito, também conhecido recentemente como meu melhor amigo.
Primeiramente eu toquei violão para ele e cantei, depois fomos almoçar e logo depois fomos para uma sala que só não é cinema porque não tem telão, mas a televisão era enorme. Ficamos assistindo filmes de comédia e comendo pipoca. E é claro, teve nossas famosas conversas repletas de risadas. Foi muito legal!
É só isso que tenho para contar.
Tenham um bom final de semana!
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Cupida.com- Volume Único [Completo]
Teen Fiction"Ela era uma garota perfeita! Engraçada, gentil, se importava com os outros apesar de alguns (eu) serem tão imbecis com ela. E era romântica! Eu sou imperfeito demais. Nunca deveria ter me apaixonado tanto por ela." Clarissa é blogueira de um site q...