Capítulo 23

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Sábado ás 20:00 - Casa da Luna.

*Luna*

Estava ajudando a minha mãe a colocar a mesa, não fazemos isso todo dia pelo fato dela não estar em casa todo dia e também por não termos costume. Na maioria das vezes pedimos comida chinesa e jantamos assistindo algum programa engraçado para passar o tempo na sala. Din don fez a campainha e minha mãe me jogou aquele olhar de 'vai atender a porta que eu vou trocar de roupa.' Assim fiz e caminhei até a sala. Girei a maçaneta da porta e a mesma se abriu, não era ninguém. Olhei para os lados e não havia nada, olhei para baixo e meus olhos fixaram em um envelope vermelho deixado no carpete que dizia 'Bem-Vindo'. 

Me abaixei com dificuldade pelo fato do jeans preto que eu usava ser apertado e peguei o pequeno envelope o abrindo.

 'É bom que saiba o que está fazendo princesa. Que saiba no que está se metendo. Nunca se sabe quando vamos escorregar, bater a cabeça e sangrar até a morte , não é mesmo? Pense bem nós seus atos, não queremos que sua querida mãe pague o preço.' Era o que estava escrito ali. 

Meu corpo se arrepiou quando escutou um barulho de motor sendo ligado, o carro passou lentamente em frente à minha casa. Havia alguém ali dentro dirigindo, mas não pude ver seu rosto. Estava muito escuro. Tentei ver a placa também, mas não obtive sucesso. O carro não tinha placa. Eu o segui com o olhar até ele desaparecer entrando na próxima rua, fiquei lá hipnotizada tentando imaginar quem seria, mas ninguém vinha a minha mente. Saí dos meus pensamentos quando outro carro parou em frente da minha casa, apertei os olhos para ver e felizmente foi Harry quem saiu do carro. Nesses poucos momentos até tinha me esquecido que Harry iria conhecer minha mãe.

"Hey anjo! O que faz aqui fora? O que é isso na suas mãos?" Harry me perguntou e logo fechei o envelope com a mensagem.

" Nada não. Tava só te esperando mesmo amor." Era estranho chamar alguém de 'amor'.

Ele riu.

"Você me chamando de 'amor' o restante da noite vai ser hilário. Dá pra ver de longe que essa não é você." Harry estava completamente certo. Não é minha praia.

"É também acho. Eu preci..." Ia contar para Harry sobre o envelope e as mensagens mas minha mãe apareceu e Harry mudou sua expressão para nervosismo.

"Mande-o entrar, Luna! Cadê sua educação ?!" Odeio quando minha mãe me repreende.

"É Lu. Cadê sua educação?" Harry zombou e eu saí da porta para que ele entrasse.

"Olá querido!" Minha mãe sorriu o cumprimentando e abraçando o mesmo.

"Olá senhora." Harry sorriu simpático e retribuiu o abraço.

"Ora, por favor me chame de Mary!" Minha mãe pediu. Eu estava ali na minha, me segurando para não rir cada vez que Harry me encarava sem saber o que fazer ou falar, quase me esqueci do bilhete que haviam me deixado.

"Ok então. Mary." Ela sorriu ao ouvir dizer seu nome como ela tinha pedido.

"Mãe! Vamos né? Ou o jantar irá esfriar..." Cortei logo aquele momento de apresentações que eu realmente detesto.

"Oh sim, claro! O jantar." Ela foi pra cozinha e eu segurei a mão de Harry o levando para a cozinha também.

No momento em que nos sentamos minha mãe encheu Harry de perguntas, em alguns momentos eu ria, outros repreendia minha mãe e outros ela me repreendia. Passou um longo tempo para nós sairmos da mesa e ir para a sala.

"A comida estava ótima senhora Smitt, quer dizer Mary." Harry elogiou minha mãe e ela sorriu. Minha mãe ama ser elogiada.

"Obrigado querido! Bem agora vou subir para meu quarto. Muito obrigado por ter vindo Harry, volte sempre!" Minha mãe se despediu se levantando.

"Boa noite e obrigado." Harry respondeu.

"Boa noite e Juízo os dois!" Ela riu no momento em que eu a encarei. E acabou subindo.

Eu e Harry ficamos assistindo um pouco, quase dormi em cima dele pelo fato de eu estar super cansada. Não sei exatamente o motivo, eu não fiz nada o dia todo.

"Ei Lu.. o que queria me falar?" Harry disse pegando seu celular em forma de tédio se lembrando do momento em que minha mãe me cortou na porta.

Eu ia contar há ele, eu ia mesmo. Mas meu celular apitou novamente e eu li a nova mensagem. 

'Não conte a ninguém amor, esse será o nosso pequeno segredinho. Não vamos envolver mais pessoas nisso! Você não precisa de mais pessoas para chorar no enterro.' Toda vez que lia mensagem dele meu coração acelerava.

 Então eu não posso contar ao Harry e nem a ninguém, mas.... Como ele sabia que eu ia contar?

"Luna?? Eu ainda estou aqui. Tinha algo pra me contar?" Harry refez sua pergunta com outras palavras.

"Nada não. Esquece. Era bobagem ia te falar de um comercial engraçado, mas esqueci." Menti como o assassino mandou.

Logo em seguida mais uma mensagem dele. 

'Boa garota. É assim que eu gosto!' Ele é tão cretino.

 "Você vai queimar no inferno!" Eu respondi a mensagem. 

'E você vai junto. :)' Harry riu do nada ainda olhando pro celular e eu fiquei sem entender.

Passou mais algum tempo e Harry foi embora, subi para meu quarto sem parar de pensar nas mensagens e o bilhetinho. Eu não quero que ninguém se machuque então vou ter de ficar em silêncio. 

'Boa noite vadia. Tenha bons pesadelos!' Foi a última mensagem que eu li antes de pegar no meu tão esperado sono.

RUN - H.S   ‡concluída‡Onde histórias criam vida. Descubra agora