Capítulo 52

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~Casa de Luna

Luna*

Eu estava no meu quarto, não vem sendo fácil pra mim nesses últimos meses, o ano daqui a pouco chega o fim e logo completará os doze meses da morte de Hannah, o que faz meu coração quebrar. Não sei ao certo o que devo fazer com q minha vida.

Talvez eu devesse me mudar com a minha mãe e sumir, mas ele me acharia e o inferno começaria novamente e além de que eu tenho o Harry... Mas eu deveria continuar com ele? Os pensamentos que rondam a minha mente me fazem ter paranóias sobre o que houve em todo esse tempo de caos.

Eu estava sendo egoísta com meu namorado, ele não tem nada haver com isso e estava sendo julgado por isso. Ninguem merece estar perto de mim para ser vitima de julgamentos. Eu tenho que afasta-los.

Ouvi batidas em minha porta.

"Filha? Meu amor, você precisa comer algo." Era minha mãe.

"Não, mãe... Estou sem fome, depois eu como." Respondi.

"Tudo bem.." Ouvi seus passos se distanciando.

Era bom ela estar respeitando meu espaço, ela entendeu que preciso ficar um pouco só.
A culpa de tudo isso não é exatamente minha, mas querendo ou não estou envolvida e pessoas próximas à mim estão morrendo, e isso eu sei que é minha culpa. 

Eu preciso pensar melhor sobre tudo.

~ Dois dias depois~

~Colégio.

Aaah o colegial, que lugar perfeito para acabar com a sua vida. As vezes eu odeio ser adolescente. Eu odeio ser eu mesma.

Uau, Luna, desde quando você é tão depressiva assim?

Experimente perder sua melhor amiga, pessoas estarem perdendo a vida por sua causa, sua mãe e você mesma em perigo. É, eu estou muito fodida mesmo.

E ótimo, agora falo comigo mesma.

Fui andando até minha sala, ignorando olhares, até que...

"Como tem coragem de aparecer por aqui, vadia? Já não basta tudo o que causou? Quantas vidas a mais precisarão ser tiradas no lugar da sua? Você deveria morrer logo." Era uma loira, eu não a conheço.

"Com licença.." Pedi, já que a mesma estava na minha frente.

Vieram mais duas meninas, droga.

"Não vou dar porra de licença nenhuma, Luna Smitt!" Ora, ela sabe meu nome.

"V-Você me conhece?" Perguntei assustada.

"E-Eu conheço." Ela gaguejou propositalmente, para debochar de mim. "Quem não conhece a fodida que está acabando com a cidade?"

"Por favor, saia." Pedi novamente. "Eu tenho que ir pra aula."

"Já falei que não vou sair, idiota!" Ela me empurra. "Ninguém te quer por perto, será que você não entende? Todos te odeiam, Diretor, professores, cordenadores, alunos, a policia, o prefeito, a cidade toda te odeia. Todos querem sua morte. Então faça esse favor a sociedade."

"Angelina, não acha que esta pegando pesado demais?" Uma de cabelo rosa disse olhando pra mim.

"Não, Jessie! Eu não estou pegando pesado! Isso é apenas a verdade. Não foi o seu irmão que morreu e então você não tem o direito de opinar, cala a boca." A tal da Angelina berra para a ... Amiga?

A Jessie se cala.

Quando percebi, já havia uma rodinha de alunos à minha volta.

"Angelina... Eu não tenho culpa.." Ela me corta.

"Cale a boca, não diga meu nome com essa sua boca de verme, é o que você é. Um verme! Um Lixo! Nem o planeta te quer." Ela cuspiu e aquilo me machucou.

Ninguém interferia.

Segurei minhas lágrimas, mas era impossível contê-las.  Então decidi deixar cada uma cair, e com elas vinha o peso que eu sentia todo dia, o ódio, a magoa e a culpa. Como não estar quebrada agora?

Eu devo me matar? Isso irá resolver?

"O que está acontecendo aqui?" Uma voz masculina ecoou atrás da minha pessoa.

"Tinha que ser o namoradinho da assassina." Angelina debochou mais uma vez.

"Lu, porque está chorando e o que está havendo?" Harry perguntou me abraçando.

Eu não queria responder.

"Por favor... Me tire daqui." Pedi.

E quando estavámos saindo.

"Isso leva essa nojenta assassina pra fora daqui, quem sabe até do país." Angelina continuou.

"Escuta, quem te deu o direito de chamar ela assim? Olha, nenhum de vocês sabe o que ela está passando todo dia, vocês não tem noção de como é se culpar por algo que você não fez. Vocês não tem vergonha? Deveriam estar apoiando ela, a ajudando e não aqui a julgando com quinze pedras nas mãos. Quem são vocês para julga-la? O que te fazem melhor que ela? E se estivessem no lugar dela? O que iriam fazer? Por favor, mostrem a parte humana de vocês. " Harry falou e falou bonito, sou grata por ele existir em minha vida.

Logo após ele me tirou dali, e finalmente fomos em direção a nossa sala.

RUN - H.S   ‡concluída‡Onde histórias criam vida. Descubra agora