Capítulo 35

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*Luna*

Senti uma sensação estranha ao ouvir minha mãe dizendo "Precisamos conversar", fazia um bom tempo que eu não ouvia isso e agora me lembro que é bem assustador.

"Conversar ? Sobre o que mãe? " Ri para dar um ar que eu não estava levando à sério, mas eu estava nervosa.

"Eu preciso te contar quem é Robby Banks e o porque dele estar te perseguindo e matando seus amigos." Ela respondeu e eu fiquei sem chão ao saber quem era o assassino.

"É ele que está matando todos?... ELE QUE MATOU A HANNA? COMO SABE E PORQUE NÃO ME CONTOU?!" Gritei por desespero e raiva dela não ter me contado.

"Filha calma... Eu vou te explicar tudo... Mas se acalme." Ela pediu e suspirou.

"Não tem como ficar calma!" Diminui a voz para processar tudo aquilo.

"Luna... Quando eu, seu pai, Robby e o delegado Manchavelli estávamos no colegial, ocorreram coisas que foram escondidas por muito tempo e você agora precisa saber... Todos nós conhecíamos o Robby desde sempre, mas somente eu conversava com ele, até minha mãe me proibir graças a fama que o pai dele proporcionou para a própria família... Robby era um pouco diferente, ele era tímido, quieto e simplesmente adorava facas.. Era o fetiche dele." Ela contou.

"Facas? Oi? Ele era louco?" Fiquei confusa.

" Bem, as pessoas acreditavam que sim... Mas o motivo do pai dele ter abandonado ele, era por ele sentir atração por homens... Ele era gay.. E naquele tempo, era muito difícil principalmente para os meninos aceitar um homem gay... Quando eu tinha seis anos, sai de minha casa para brincar até que percebi um garotinho um pouco mais velho me observando, ele se aproximou e tentou me beijar, mas eu virei meu rosto e corri dele, mas ele me pegou e tentou fazer coisas comigo...Então um outro garotinho apareceu, e do nada enfiou um bisturi na perna do garoto que me segurava, esse menino era o Robby. Ele me ajudou... E foi aí que viramos amigos..." Ela continuou.

"Então você era amiga de um assassino? Desde criança ele era louco." Bufei.

"Ele me ajudou Luna, era o mínimo... Depois de um tempo que eu brincava com ele já que eu ia brincar na floresta, o pai do Robby voltou infelizmente. A primeira dele foi uma briga de bar, ele bebeu muito e olhou para uma mulher acompanhada de seu marido que não gostou nada e acabou indo pra cima do Sr.Banks, depois disso foi uma atrás da outra... Toda vez que ele chegava alterado em casa tentava espancar o Robby por perceber que ele era.. Afeminado.. Só que a Sra. Banks sempre entrava na frente para Robby não ser machucado e assim era espancada quase toda noite pelo próprio marido. Assim que minha mãe ficou sabendo me proibiu de ficar perto do Robby, já que ela não sabia quando o pai dele poderia estar por perto...
Na escola sempre ficávamos juntos, pelo preconceito dos outros ele só tinha a mim... No meu último ano do colegial, eu comecei a namorar com o seu pai e ele não gostava do Robby, vivia fazendo piadinhas de mal gosto com ele e coisas do tipo, eu ficava tão chateada de ver tudo aquilo e não fazer nada... Seu pai era meio violento e eu não queria arriscar.. Acho que Robby guardava aquele ódio dentro dele por tudo, até que um dia ele explodiu e acabou cometendo um assassinato... Ele matou o próprio pai." Ela parou me encarando.

"Mas gente.... O próprio pai? Como ele fez isso?" Perguntei.

"Sim, mas foi considerado legítima defesa.. Foi mais uma daquelas noites que ele bebia partiu para cima da própria esposa e depois pra Robby que se defendeu com uma faca, foi bem no coração... Ele me contou detalhe por detalhe, uma história diferente do que saiu no jornal da cidade e ele mesmo disse que jamais iria se perdoar.. E assim foi, ele nunca se perdoou. Eu me lembro como se fosse ontem como ele morreu. " Suspirou.

RUN - H.S   ‡concluída‡Onde histórias criam vida. Descubra agora