Capítulo 12

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Roberta

- Então pai, vamos poder?

- Dar uma festa aqui semana que vem? É claro, aniversário de 18 do meu filho...

- Mas, não podem quebrar a casa. - Julieta complementou.

- Não quero ninguém na minha cama, só vocês dois... Deixem o quarto de vocês pros seus amigos.

- Então quer dizer que vocês não vão poder ficar? - Eduardo perguntou?

- É uma pena, Malu tem uma festinha lá em Saquarema. - Julieta respondeu.

- É a festinha da Letícia, minha amiga da escola...Vai ter mágico. - Malu disse sorridente.

- Nossa, que legal - Fingi animação e surpresa. Malu riu sapeca da minha reação.

- Então vamos cavalgar? - Eduardo se levantou.

- Iiih, creio que isso não será possível hoje. - Meu pai falou.

- Porque? - Eu e Pedro Dissemos em coro.

- Pé de pano passou mal ontem, levamos ele pro veterinário ontem à noite na cidade.

- Vocês foram pra cidade? - Perguntei.

- Fomos, voltamos essa manhã.

- Mas como está o Pé De Pano?

- Minha filha, ele já está conosco desde o dia em que você nasceu, ele tá velho, cansado...

- Ele vai morrer? - Disse com lágrimas nos olhos.

- Isso, só o veterinário dirá...

- Mas o Máximos está aí? - Eduardo perguntou.

- Claro, está no celeiro...

- Vamos Roberta, a gente cavalga em um só... - Eduardo me puxou pra fora.

Eu estava mole, triste. Pé De Pano, meu cavalo, ele sempre estava comigo, meu melhor amigo...
Eu queria chorar, mas estava sem graça...

Eduardo percebeu como eu estava, claro que percebeu, ele sabe que amo meus cavalos, Máximos e Pé De Pano... Mas Pé De Pano, foi meu primeiro cavalo, nele que eu montava nos torneios de hipismo quando tinha 9 anos, ganhei muitos prêmios por conta dele...

- Vem, eu te ajudo a subir - Eduardo me ergueu e montei no cavalo, abracei Máximos e deixei uma lágrima cair.

- Está pronta? - Edu já estava atrás de mim segurando as rédeas.

- Onde vamos?

- Em um lugar onde nós não visitamos faz anos.

Encostei nele enquanto me envolvia com um braço de cada lado controlando o cavalo. Pepito era bom nisso, sempre chamava ele pra participar dos torneios, mas ele nunca foi fã disso.

- Chegamos - Eduardo disse me puxando do cavalo.

Estávamos no meio do nada, literalmente, só tinha mato e apenas uma árvore no centro.

- Onde estamos? Sabe como voltar? - Perguntei preocupada.

- Claro que sei, confia em mim? - Ele estendeu a mão.

- Confio - Demos as mãos e fomos andando até a árvore.

- Não lembra daqui? - Eduardo perguntou parando em frente à grande árvore.

- Não, porque lembraria?

- Ainda sabe escalar árvores? - Eduardo começou a subir na árvore de maneira ligeira.

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