Capítulo 41

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Eduardo

É uma dor, um vazio, não desejo isso a ninguém, é uma queimação que vai do meu coração aos meus olhos me fazendo chorar feito um bebê, mas não tenho vergonha de dizer que choro, Diego como um bom amigo fica comigo em silêncio, apenas para não me deixar só.
O meu maior medo se concretizou, eu a perdi, EU A PERDI, eu e esse comportamento bebum que tenho.

Mas como?

Não me lembro de nada, de absolutamente nada, Diego também não, Arthur já me disse que foi embora cedo, tudo deve ter acontecido depois, mas nem bebemos tanto.

Já faz exatamente uma semana, não a vejo, não escuto doce som da sua voz, sua risada ainda mora em meus ouvidos e seu sorriso nada em minha mente, apenas isso me faz sorrir, apenas as lembranças.

Matheus não me atende, muito menos Roberta, Alessandra falou umas poucas e boas pra mim essa semana na escola, até minha mãe anda me ignorando, deve saber do ocorrido, ela e tia Cris são muito amigas.
Me envergonho, me sinto sujo, humilhado, quebrado...
Não sei quem sou, mas não sou esse cara chorão que trai as pessoas que ama, não gosto do que me tornei, quero Roberta, preciso de Roberta, necessito dela.

Roberta

Sábado chega e minha vontade é não sair da cama, mas Alessandra e Matheus me arrastam pra rua.
Visto qualquer coisa e coloco um óculos escuros, não quero que vejam minha cara inchada.
Saio do quarto com empolgação zero e todos me olham com pena, não quero que me olhem assim... Como a coitadinha traída, mas não tenho o porque me mostrar bem se não estou, eles são meus amigos, qualquer tentativa de falsa emoção seria reconhecida.

- Viado, você tá péssima - Matheus comenta - Pálida toda vida, precisa de um sol garota.

- Matheus - Alê o repreende.

- Eu sou pálida - Falo com a voz rouca e embreagada que tenho usado nos últimos dias.

- Vamos levar você para o mundo, quando Diego e eu terminamos você me trouxe de volta ao mundo e me reanimou com um corte de cabelo, e isso que faremos - A loira pula animada.

- Gosto do meu cabelo assim.

- Olha garota, ou você vai com a gente por bem ou te arrastamos.

- Nossa que sutil Matheus - permito soltar uma risada, coisa que não acontece a dias.

Depois de muitas chantagens, resolvo aceitar a proposta de ir ao salão, mas assim que passo da porta me arrependo amargamente.

- Roberta? - Eduardo está saindo de casa também e parece acabado, mas não tanto quanto eu.

Volto imediatamente junto com meus amigos.

- Não, isso foi uma péssima ideia - Digo.

- Vamos esperar mais uns 10 minutos, depois saímos de novo - Alessandra fala.

- Gente não da, não quero - Volto a chorar.

- Aaaah não, Roberta você é um mulherão da porra, você vai é levantar essa bundinha magra daí e vamos às compras.

- Compras resolvem tudo - Alê concorda.

- Roberta minha filha - Mamãe aparece do nada na sala - Vá gastar dinheiro, esfriar a cabeça, esquece esse babaca, se você não sair daqui, eu te expulso.

- Mas mãe...

- Eu sei que tá doendo minha filha, e não existe remédio pra isso a não ser o tempo, ficar em casa chorando não vai ajudar em nada.

- Mas alivia.

- Eu sei filha, mas é temporário eu juro.

Abraço aquela mulher maravilhosa e sigo meus amigos até o salão.

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