Capítulo 8

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- Vamos de carro ou andando? - pergunto, até porque era a praia é perto.

- Carro, é claro, sou preguiçoso.

Ele tem um Honda civic preto. Como um bom cavalheiro ele abriu a porta pra eu entrar no carro.
No caminho, ficamos falando sobre o que vamos comer e de nossas comidas prediletas.

- Chegamos, Roberta. - Disse ele abrindo a porta para que eu saísse do carro. Ele esticou a mão e eu aceitei.

Sentamos em uma das mesas na parte de trás do quiosque, que tinha a vista da praia à casa com fogueiras e postes de luz

- Então, o que o casal deseja? - Perguntou o garçom aparecendo ao meu lado.

- Eu quero dois Martine de azeitonas, pra comer, salmão... Você gosta né Roberta?

- Gosto, mas pra beber eu quero um suco de laranja.

- Só isso, senhores?

- Acho que depois... alguma coisa doce para a sobremesa. - Respondeu Matheus.

O garçom se foi. E eu tava louca pra fazer xixi, mas tava sem graça de falar. Então dei uma desculpa esfarrapada dizendo que ia retocar maquiagem.

- Mas acabamos de chegar, e você está linda

- Chega mais perto- Eu disse, então ele fez. Ficamos cara a cara, e eu disse. - Preciso fazer xixi.

- Aaaah, entendi - ele se afastou rindo.

Perguntei pro garçom onde era o banheiro e segui ele.
Fui pra parte da frente onde tinha uns caras bebendo e umas garota com ele.
Tinha gente no banheiro e mais uma mulher na minha frente. Então tive que ficar esperando.
Tava tocando pagode, aqueles legais de dançar, não aqueles de chorar. Então vi uma loira se jogando pro cara de uma maneira patética, então ri pra mim mesma pensando no mico que essa garota tava passando. O garoto parecia​ nem ligar pra, ele tava sentado em um dos bancos do balcão bebendo sua cerveja. Mas espera... eu conheço, eu conheço aquela blusa, não pode ser, não aqui, não agora... Eduardo tava ali, bebendo cerveja, mas ele tava ali sozinho? Olhei em volta e vi Arthur se agarrando com uma garota. Fiz uma trança no meu cabelo e virei a cara. Não podia correr o risco do Eduardo me ver. Eu tô aqui, com um cara legal, pra tirar um cara ainda mais legal e ainda mais bonito da cabeça. Ótimo Roberta, você é uma otária mesmo.
Eduardo sabe que eu odeio trança, então, não tem como desconfiar que sou eu.
Fiquei uns 5 minutos na fila e depois quando saí, vi que Eduardo estava com as mãos na cintura da loira e ela ria pra ele. Não dava pra ver sua expressão, pois ele estava de costas, mas devia estar dando trela pra putinha.
Uma lágrima escorreu e tratei de limpar pra voltar pra mesa. Mas, porque isso tá acontecendo? Eu tô mesmo apaixonada por ele?

Eduardo

- Eu não to afim hoje, gata, Desculpa.

- Mas seu amigo disse que você tava doido pra me pegar... - Ela ria e insistia jogando o corpo pra cima de mim. Ótimo, Arthur falou com ela.

Eu sei que hoje de manhã eu tava doido pra poder beijar outra pessoa sem ser a Roberta. Mas alguma coisa me desanimou, não sei o que. Mas eu preciso da amizade dela, e do amor também, mas eu tenho que escolher um dos dois e eu escolho a amizade.
Vou ali na praia tomar um ar, preciso sentir a brisa do mar, preciso ouvir as ondas batendo... Isso me ajuda.

Então sigo pra parte de trás do quiosque que tinha uma passagem pra praia.
Vejo Matheus, meu vizinho novo de mãos dadas com uma garota que estava de costas pra mim, a garota estava de tranças e usando um vestido um tanto familiar. Matheus diz alguma coisa que faz a garota gargalhar alto.... Eu... eu conheço aquela gargalhada... É DELA... Roberta.
Porque ela não disse que Matheus e Ela tinham um encontro? Ela me conta tudo. Pronto... Ela perdeu a confiança em mim depois daquela tarde... A melhor tarde de todas.
Porque ela está gargalhando daquele jeito? Só eu faço ela rir desse jeitinho... esse jeitinho lindo... e ... o que eu tô falando. Espera... eu tô chorando.
Saio correndo na direção oposta, eu Preciso ir pra casa.

Roberta

- Então quer dizer que você teve que ir só com um ursinho de pelúcia no lugar do... - Eu não consegui terminar, estava rindo muito.

- Vantagens de ser um novato na faculdade... - Ele riu também.
Estava segurando minha mão porque eu comecei a bater na mesa quando estava em crise de risos e ele segurou pra não fazer fezes escândalo no quiosque lotado.
O toque dele era delicado, mas não senti o misto de sensações que sinto quando Eduardo me toca. Ele também não faz meu coração disparar a cada segundo... Mas é um cara legal e engraçado. Não vou conseguir esquecer Eduardo facilmente, mas preciso focar na nossa amizade, apenas isso.

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