Capítulo 10

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Eduardo

Estávamos na casa da Roberta arrumando a mala. Depois da briga que tivemos tudo voltou a ser como antes, somos amigos de novo, mas... Tudo que eu queria agora era poder ser mais que amigo.
Nossas mães deixaram a gente faltar aula amanhã, elas souberam da briga e disse que precisamos de um tempo juntos. Claro que elas não sabem de tudo.

- Então, bota até a coxa ou até a panturrilha? - Roberta segurava cada bota em uma mão.

- Coturno fica melhor.

- Corturno não é bom pra cavalgar.

- O meu é.

- O seu é de homem, material grosso, o meu é de menina, tecido delicado.

- Botinha, então.

Ela separou a botinha e colocou na bolsa onde estava seu chinelo e um tênis.

- A gente só vai passar o fim de semana, não precisa de três sapatos.

- Não se mete, Pepito... Então... Qual biquíni?

- O Roxo, de Búzios.

Ela pegou o biquíni e enfiou na parte da frente da mochila.

- Quantas calcinhas eu levo?

- Umas 5, acho que dá...

Se fosse por mim, ela nem usaria calcinha.

Roberta guardou as cinco calcinhas junto com o biquíni.

- Um short jens - Ela foi até a gaveta e pegou um. - Uma calça - ela tira uma calça jeans no armário e junta com o short pra guardar na mochila.

...

Eram 4 da manhã de sexta e acordamos pra ir na rodoviária pegar o ônibus. Acabei dormindo com a Roberta falando sobre a diferença entre usar uma calça jeans e uma Legging.
Como sempre assim que o ônibus saiu, Roberta se aconchegou em mim e dormiu.
Essa é a melhor sensação do mundo, ter ela em meus braços, me faz sentir como se nada de ruim pudesse acontecer, faz com que me sinta útil na vida, e que minha função é cuidar e proteger Roberta, mas mesmo se não for essa minha missão, farei isso, porque eu a amo, e agora que sei disso... Nada, nem ninguém vai machucar ela, nunca.

3 horas de viagem, até eu dormi.

Chegamos na rodoviária e seu pai já esperava a gente na lanchonete.

- Oi pai, tô cansada. - Roberta disse abraçando seu pai, ainda sonolenta.

- Temos mais uma hora pra chegar no sítio, você dorme no carro.

Fomos andando pro estacionamento. Coloquei as bolsas na mala do carro e me juntei a Roberta no banco de trás, é claro que eu poderia ir na frente, pro caso de ela dormir, ela dormir nos meus braços.
E sim... ela dormiu.

- Então, como vai meu único filho homem? - Perguntou tio Danilo.

- Indo né...

- Namorando?

- Não, ainda não... - Eu tenho esperança, sim, me critiquem.

- Tá apaixonadinho né? É pela minha filha... Tenho certeza... Só digo uma coisa, eu super apoio vocês. Eu gosto de você, aquele ex namorado dela era um mongol, odiava ele, ainda odeio, ele olhava pra minha menininha como se ela fosse um prato de comida, mas você, você olha pra ela como se ela fosse tudo pra você no mundo, seu céu, ser mar, seu chão, seu oxigênio... Você é o cara dela.

Fiquei pasmo, mas ele estava certo, Roberta é tudo isso que ele falou e muito mais.

- É que eu não tenho cavalos brancos pra você cavalgar e também sei da sua fama meu caro filho e futuro genro, mas sim, você é o príncipe do cavalo branco dela.

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