Epílogo

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A antevéspera de Natal enfeitou com pequenos flo­cos de neve a relva castigada pelo frio intenso, e o dia escuro pediu que as luzes permanecessem acesas pela manhã.

Alguns presentes, os enviados na última hora, chegavam e eram entregues ao mordomo que pedia às copeiras em uniforme de gala para colocá-los na mesma sala onde muitos outros já haviam sido guardados.

Caixas dos mais diversos tamanhos, embrulhadas com papel de fina qualidade e ornadas com fitas largas, laçarotes esmerados, só seriam abertas quando os noivos voltassem da viagem de lua de mel.

Em poucas horas estava tudo pronto: toalhas bordadas forravam as mesas onde já estavam arrumados os pratos, rasos e de sobre­mesa, os talheres, garfos, facas, colheres, conchas e colherinhas, taças, cálices de cristal...

— Por favor — Marcella chamou o mordomo —, peça a uma das copeiras que lave este copo. Não está bem limpo.

— Faça-me uma gentileza — Marcella pediu ajuda a Diana, após atender ao mordomo —, pode trazer aquele samovar para esta mesa, por favor?

Tudo estava na mais perfeita ordem, a prataria reluzente, o bri­lho dos cristais, as flores coloridas...

— Katherine, você está linda! — Marcella elogiou ao olhar para a Sra. Wingate, que descia a escada, graciosa, em seu vestido dis­creto, muito correto, radiante como há muito não a via.

— Pode colocar o meu broche? — ela pediu à responsável pela organização da festa. — Harrison está falando com Graham no quar­to dele e eu não quis interromper a conversa.

— Certamente, Katherine. Você está linda. — O vestido de crepe de seda cor de rosa da mãe do noivo era bastante simples e ostentava um único adereço: um broche de rubis e diamantes preso à altura do colo, um pouco abaixo do ombro.

— Obrigada, minha querida. — Katherine olhou para a porta de entrada da casa e caminhou na direção do primeiro casal que che­gava para o casamento.

— Que prazer em recebê-los aqui em casa! — ela recepcionou os Brabourne.

— Então, chegamos ao feliz dia de Graham e Cynthia. Muitas felicidades para seus filhos. — Melanie Brabourne desejou.

— Agradeço muito, meus queridos. Entrem, por favor, e fiquem à vontade. Os garçons já devem servir as bebidas e os salgadinhos.

— Obrigado — disse Arthur Brabourne. — Katherine é a mais perfeita anfitriã de Seattle! — comentou com a mulher.

Logo em seguida, chegou o segundo casal, e depois o terceiro, duas amigas que vieram juntas, e logo a casa se encheu.

— Sra. Meier, seja bem vinda! Que bom revê-la! — Alegrou-se Katherine.

— Como vai, meu bem? Jayne e Alfred devem estar muito felizes com o casamento de Harrison.

Imediatamente Katherine percebeu que a Sra. Meier já estava perdendo a memória recente. Mas quem seria Jayne? Sua sogra chamara-se Elaine. De qualquer forma, não era hora para esclare­cimentos.

— Naturalmente, minha querida. Estão sim, muito felizes. — Katherine chamou Marcella e pediu que acomodasse a herdeira da indústria Peppermint em um lugar de onde ela pudesse assistir à cerimônia confortavelmente.

A casa estava repleta quando os convidados abriram alas e Har­rison se dirigiu para perto da escadaria. Ali, ficou à espera de Cyn­thia que deveria descer dentro de poucos minutos.

De pé, entre seus dois filhos, Katherine analisava o altar impro­visado para a cerimônia. Saudou o pastor com um movimento de cabeça.

—As Quatro Estações, de Vivaldi — respondeu, quando Graham lhe perguntou o nome da música que os violinos executavam para receber Cynthia que despontava no topo da escadaria.

Tiffany cruzou os dedos e, mentalmente, desejou boa sorte à amiga.

Os fotógrafos aproximaram-se de Harrison e esperaram a noiva descer. O responsável pelas fotos a serem publicadas no dia seguinte no principal jornal de Seattle achou que deveria ter o privilégio de ficar na frente dos outros. No entanto, decepcionou-se.

Uma pequena parada na escada para facilitar o trabalho dos profissionais da imprensa, e Cynthia, de braços dados com Harrison, seguiu ao encontro do homem com quem se casaria.

— Quem dá esta mulher em matrimônio? — o pastor perguntou.

— Representando seus pais e seus avós, eu, Harrison Wingate dou esta mulher em matrimônio. — Beijou-a na testa e disse a ela: — Sei que fará meu filho feliz.

— E tudo o que quero. — Havia lágrimas nos olhos azuis da noiva. Harrison caminhou na direção de Katherine e ficou em pé ao seu lado.

Graham adiantou-se, tomou uma das mãos de Cynthia e a levou até Rick. Em seguida, voltando-se para os familiares e amigos ali presentes participou:

— Eu gostaria de lhes dizer que aceito a Srta Cynthia Noble como minha legítima cunhada, mulher de meu querido irmão Ri­chard Wingate, prometendo amá-los e respeitá-los por toda a vida.

Antes de se posicionar ao lado de Cynthia para a cerimônia de seu casamento, Rick abraçou o irmão que lhe desejou:

— Quero que sejam muito felizes.

Katherine ia dizer alguma coisa, mas, desta vez, Harrison a im­pediu:

— Querida, eles não esperaram pela sua opinião.

FIM.

Definitivamente... Amor! (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora