Capítulo 25

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No outro dia...

A noite para mim não passou, fiquei relembrando do meu passado a todo instante e aquilo me deixou inquieta. Luan estava dormindo ao meu lado, mas seu sono não era tranquilo como da noite anterior. Assim que deu seis da manhã eu me levantei da cama já não aguentando mais ficar ali, o rapaz do meu lado remecheu.

- Bom dia. - ele remsungou com a voz rouca pelo sono mas ainda de olhos fechados.

- Me desculpe, não quis te acordar. - voltei até a cama e emaranhei meus dedos em seu cabelo desgrenhado e o beijei levemente.

- Não conseguiu dormir nada não é? - se sentou na cama e me puxou para me sentar junto a ele, neguei com a cabeça - Percebi pelo tanto que você se remecheu na cama de madrugada. - afastou meu cabelo do rosto pondo atrás da minha orelha.

- Minha mente resolveu despertar muitas coisas simultaneamente. - fiz careta ao dizer.

- Eu sei que foi difícil para ter suas memórias de volta mas quero que você esqueça de tudo por um dia, um dia só nosso. - ele sorriu e me beijou com vontade.

Ficamos em um clima gostoso ali, eu deitada em seu peito e ele fazendo carinho em meu cabelo. Desejei que aquilo não durasse apenas um dia e sim para sempre, porém, aproveitamos apenas alguns minutos. O celular de Luan começou a tocar e Luan o ignorou mas o aparelho insistia.

- Atenda, deve ser importante. - me afastei para ele se levantar.

Luan encarou o celular e sem ânimo o pegou e foi para a varanda atender a ligação. Poucos minutos depois ele voltou.

- Um dos policiais me ligou, ele pediu que fosse em um lugar. Desculpas pequena mas eu preciso ir. - ele me olhou culpado mas fui até ele e o abracei.

- Está tudo bem. - o acalmei.

Antes de ir até o banheiro ele me beijou de novo e pediu que eu tentasse dormir, ainda estava cedo. Foi o que tentei fazer e consegui, nem vi quando Luan saiu. Meu sono durou pouco por causa de um maldito celular tocando, o maldito celular era o meu.

- Oi Messias. - atendi depois de ver seu nome na tela.

- Manuele diz que o Luan está em casa. - a voz dele estava desesperada o que me deixou assim também.

- Não, ele foi encontrar com um dos policiais. O que está acontecendo? -, exigi saber.

- O celular era de um militar mas não foi ele que ligou. Eu o encontrei morto aqui na casa que você fugiu, junto com o companheiro. - não foi necessário mais palavras para que eu desligasse o telefone e corresse até o bloco de anotações que Luan tinha anotado o endereço.

Peguei um lápis e passei na folha de forma leve, aos poucos a marca do papel anterior apareceu e consegui o endereço. Peguei a arma inutilmente descarregada e coloquei na cintura. Vesti a primeira roupa que vi pela frente e desci as escadas com pressa pelo caminho esbarrei na Bruna.

- Bruna, eu preciso do seu carro, é urgente. - minha voz saiu apressada.

- Mas você não está com carteira. - ela resmungou.

- Isso não importa agora Bruna, é urgente! O Luan está em perigo. - para que me escutasse acabei gritando com ela.

- Me explica no caminho. - ela me puxou para a saída.

Não deixei que Bruna dirigisse, por algum motivo eu sabia que faria isso melhor que ela.

- Coloca esse endereço no GPS. - pedi lhe entregando o papel.

Eu explicava para ela o que tinha acontecido. Bruna arregalou os olhos quando me viu atravessar o primeiro sinal vermelho.

- Eu sou advogada, vou recorrer a multa depois. - falei enquanto acelerava mais.

- Minha família vai ganhar uma grana preta pelo meu seguro de vida. - ela murmurou.

O GPS nos levou até uma rua sem saída com prédios velhos ao redor.

- Olha, o carro do Pi. - apontou para a Ferrari branca logo a frente.

Estacionei o carro e corremos até o automóvel. Estava vazio e com a chave.

- Está vazio. - Bruna falou o óbvio.

Abri o capô do carro para conferir o motor.

- Não faz muito tempo que saíram, o motor está morno ainda. - falei enquanto voltava a fechar o capô do carro.

- Mocinhas, estão procurando o dono desse carro? - uma semhora nos abordou, nos braços tinha um gato preto e branco.

- A senhora viu alguma coisa? Pode nos ajudar? - Bruna implorou.

- Bom, por essas bandas o crime é grande. Vejo muitas coisas, não sei se minha velha mente se lembra de algo. - a senhora fez pouco caso.

- Talvez para a polícia a senhora tenha uma mente aberta. - tirei arma da cintura. Foi o suficiente para assusta-la e Bruna também, encarei ela para não abrir a boca e dizer o que não devia - Então, a senhora pode nos ajudar?

- M-Mas é claro. -ela gaguejou - Estava na minha varanda cuidando dos meus gatinhos quando vi esse carro parando aqui, logo depois uma van parou atrás e quem estava no último veículo saiu e começou a ameaçar o jovem. Ele levou uma coronhada na cabeça e alguns socos, foi o suficiente para deixa-lo desacordado, três contra um não é uma briga muito justa. - a velha começou a tagarelar.

- Eu espero que seja apenas isso que a senhora saiba. - passei os dedos pelo ferro gelado da arma.

- Também anotei a placa da van se isso ajuda. - sorriu amarelo e tirou o papel do bolso.

- Vamos Bruna. - chamei minha cunhada que estava calada mas com os olhos arregalados.

Por sorte ela só abriu a boca quando entramos no carro do Luan.

- Mas porque diabos você têm uma arma? E porque estamos indo nesse carro e deixando o meu para trás? - sua voz estava mais aguda que o costume.

- Eu manti essa arma escondida depois que desde que fugi da casa de Vinícius, está descarregada. O carro do Luan é mais rápido, podemos chegar logo seja aonde ele esteja. Ligue para Messias e coloque no viva voz ele pode rastrear essa van. - pedi enquanto tirava o carro da rua.

- Você ainda precisa me explicar muita coisa Manuele.

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