Capítulo 22

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LUAN

   Foi tudo muito rápido. Puff enroscou a toalha nos pés da Manuele e ela perdeu o equilíbrio. Vendo que ela estava desesperada tentando voltar a superfície percebi que ela não sabia nadar e não perdi tempo em pular dentro da piscina.

- Calma. Eu estou aqui. - segurei ela pela cintura e nadei até a parte rasa.

- Vem, senta aqui. - Bruna me ajudou a leva-la até uma espreguiçadeira.

- Manu fala com a gente. -desesperado pedi enquanto afastava os cabelos molhados dela do rosto.

- Eu... - ela tossiu por causa da água que entrou em seus pulmões - Eu estou bem, obrigada. - Manu se encolheu dentro da toalha que Bruna colocou nela.

- Desculpas pelo o que o Puff fez. - Bruna se sentia culpada.

- Ele não tem culpa Bruna. Eu devia ter avisado antes que não sei nadar. - Manu olhou para o chão envergonhada.

- Descobrimos da pior maneira. - suspirei aliviado em saber  que ela realmente estava bem.

- Podem nadar, eu fico aqui. - ela forçou um sorriso para dizer que estava tudo bem.

- Perdeu a graça agora. - Bruna fez bico e sentou no chão.

- Nunca tinha me contado sobre isso, não parece ser apenas que você não saiba nadar. Você tem tipo um trauma também né? - me sentei com ela e a abracei de lado.

- Não tive boas experiências com água, prefiro me manter longe, tive essa sensação assim que você deu a idéia para vir aqui. - disse enquanto se aconchegava mais em mim.

- Quer contar para a gente? Talvez podemos ajudar. - Bruna foi cuidadosa ao falar dando espaço para Manu fazer a escolha entre se abrir ou não.

- É algo meio vago ainda. Foi quando eu tinha dez anos e meu irmão treze. Resolvemos ir à uma cachoeira na fazenda vizinha da minha vó. Era apenas eu, meu irmão, minha prima mais velha e uma amiga dela que eu tinha a abado de conhecer. Foi empolgante no começo, meu irmão estava me ensinando a nadar até que nos cansamos e fomos jogar vôlei dentro da água na parte rasa. No meio da brincadeira a bola foi em direção a parte funda, apenas meu irmão e minha prima foram buscar já que tinham mais experiência do que nós duas. Eu fiquei observando eles e me esqueci da garota. Foi rápido, em questão de minutos já tinham voltado com a bola. Me perguntaram onde estava a garota e quando olhei para trás não a encontrei. Foi tarde de mais quando enfim a encontramos, ela tinha caído em um poço dentro da cachoeira e não conseguiu voltar. Foi desesperador ver aquilo... - Manu tremeu ao falar e a abracei forte - Meu irmão me afastou de lá... - sua voz ficou fraca.

- Está tudo bem. Já entendemos tudo. - beijei sua testa.

- Sinto muito Manu. - Bruna tinha os olhos marejados.

- Eu também. - respondeu com um olhar vago - Se eu tivesse olhado ela, prestado atenção isso não teria acontecido. - se culpou.

- Você não tinha como imaginar, não teve culpa de nada. Venha, vamos tirar essa roupa molhada. -a ajudei a levantar.

- Vai lá,  vou arrumar um filme pra gente. - Bruna forçou um sorriso para anima-la.

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