Capítulo 32

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   Quando chegamos no aeroporto Luan não poderia descer do carro para não causar alvoroço então pedi que minha mãe fosse indo na frente para me despedir dele sem seu olhar sanguinário nos vigiando.
   O vôo foi rápido mas que não me impediu de dar um belo cochilo. Acordei com mamãe me balançando.

- Já estamos chegando. - diz e eu coloco o sinto ainda tonta pelo sono.

   O pouso foi muito bem sucedido, saímos do avião e fomos pegar nossas malas na esteira. Assim que coloco minha pequena mala no chão e me viro para acompanhar minha mãe sinto outro corpo ser chocado contra o meu, dou alguns passos para trás pelo impacto.

- Como você pode ficar tanto tempo longe de mim assim em?! -a pessoa que deu seu querido e afetivo abraço pergunta brava. Foi fácil lembrar de tudo naquela doidinha e do seu namorado logo atrás apavorado.

- Yara você vai matar ela antes que eu possa fazer isso. - Eduardo briga com ela que me solta e ele me abraça.

- Vocês vão com calma, ela ainda está se recuperando. - mamãe repreendeu.

- Estávamos com saudades de você! -Yara bate em meu ombro.

-Eu também estava. - minha voz sai abalada, uma terrível vontade de chorar me invade.

- Se vocês chorarem eu choro também. - Eduardo faz bico e rimos dele.

- Yara, se importa em levar ela para casa por favor, ainda tenho que trabalhar amanhã e está tarde, preciso voltar para Anápolis. - mamãe pede para minha amiga.

- Claro tia. - Yasmim não recusa o pedido.

- Cuide dessaa meninas Eduardo. - Dona Estela diz séria para ele que se encolhe envergonhado mas assente.

   Mamãe mal se despede de mim e pega um táxi que a leve para a cidade próxima. Decidimos todos dormir em meu apartamento, imaginei que estaria uma bagunça mas alguém devia estar indo com frequência para manter tudo sem poeira. Contei tudo o que tinha acontecido comigo durante o tempo em que estive fora.

- Esse cara deveria ter morrido. - Eduardo diz enquanto afagava os cabelos da namorada, queria que Luan estivesse ali para fazer o mesmo comigo.

- Depois que Vinícius se recuperou ele foi levado lara o presídio mas lá se meteu com aa pessoas erradas e levou uma bela surra. As última noticia dele é  que a briga resultou em algumas costelas quebradas o que perfurou o pulmão e estava em estado grave. - falei esnquanto digitava uma mensagem para Bruna.

   Começamos a por o assunto em dias sobre eles e quando ficamos apenas eu e Dudu na sala ele me confessou que iria pedir Yara em noivado. Fiquei tão  contente e quase gritei de felicidade.

- Ainda não concordo em você viver naquela cidade, é muito longe da gente. - Yara chegou na cozinha já emburrada.

- Eu vou vir sempre visitar vocês, prometo. - abracei ela de lado.

   Luan tinha razão quando disse que eu estava diferente, mais reclusa e menos comunicativa com pessoas que eu não conhecia mas com eles e a família do Luan era mais fácil me abrir e demonstrar sentimentos. Foi nesse clima gostoso que passamos voa parte da noite e eles dormiram na minha sala.
   Quando acordei Yara já tinha ido ao mercado e comprado tudo o que eu precisava para passar alguns dias, me lembrei de como ela não tinha dó de dar as coisas para ninguém e nem perguntava se devia fazer algo ou não, ela só ia lá e fazia de intrometida. Tomamos um belo café da manhã e eles me deixaram no banco para resolver toda a burocracia da minha conta de outro estado que havia sido transferida para cá. Entrei na agência bancaria e peguei uma senha com a recepcionista, ela fazia parte do programa jovem aprendiz e quando me viu ficou pálida e começou a dizer que eu era a namorada do Luan desaparecida que apareceu. Tentei acalma-la e garota me fez tirar uma foto com ela. Foi assustador sua reação e um pouco cômica. Pelo banco ser uma das maiores da cidade o lugar estava movimentado e demorei ser atendida, enquanto isso fiquei trocando mensagens com o Luan.
   Quando a gerente de pessoa física me atendeu e viu os papéis que eu era responsável pela conta que não era movimentada a moça imediatamente ligou para alguém, esperei que ela desligasse para perguntar.

- O que há de errado? - me aproximei da tela do computador mas não entendi nada.

- Seu caso é delicado e você vai precisar de um advogado eu suponho. - a moça retornou a digitar loucamente.

- Eu sou advogada. - falei séria - Será que você pode me explicar o que está acontecendo? - exiji mas ainda mantendo a cordialidade.

- Desculpas mas seu caso é mais delicado do que imaginei, o gerente geral vai lhe atender e explicar melhor pode ser? -a moça sorriu amarelo e assenti mesmo ainda sem entender nada.

   Rapidamente ela me acompanhou até a sala dele no segundo andar e ele dispensou outro funcionário lara falar comigo.

- Oi, fique a vontade. - o homem sentando atrás de um computador sorriu para mim - Obrigado por trazê-la até aqui Nathália. - ele agradeceu a moça que me atendeu anteriormente e ela saiu.

- Tem algum problema? - pergunto enquanto me sento.

- Você cresceu muito desde a última vez que te vi por uma foto. -o homem disse e fiquei repreensiva.

-Desculpas, não estou entendendo. - ajeitei meu blase azul sobre a blusa branca com detalhes.

- Já faz o que, uns três anos que completou 18 anos? - perguntou realmente curioso.

- Cinco na verdade. - respondi sem ânimo, ele não explicava o que estava acontecendo.

- Só um momento. -ele pediu enquanto digitava rápido no computador - Está vendo esses números aqui. -apontou com a caneta para o canto inferior direito da tela - É o quanto você tem exatamente em sua conta hoje.

  Meu queixo caiu, nunca em minha vida tinha visto tantos dígitos. Neguei com a cabeça depois de me afastar da mesa.

- Não, essa quantia não é minha. Meu avô não juntou isso tudo para mim, ele apenas um trabalhador rural e que eu saiba ele odiava jogos do tipo mega-sena. - aquele valor não fazia sentido para mim, não me pertencia.

- Avô? Não, foi seu pai que fez essa conta para você. - o homem me observou com o cenho franzido.

- Eu não tenho pai, está errado. Veja. - entreguei minha identidade.

- Já entendi tudo. - ele negou com a cabeça - Sua mãe mais uma vez não te contou a verdade não é? - me olhou preucupado e não soube o que dizer - Olha, eu sei quem você é sim, não preciso de identidade para saber que é filha de Estela Camargo Medrado e você  é Manuele Medrado. Fui um grande amigo de seu pai, tive o prazer de trabalhar na empresa da família dele em Rondônia. Você Manuele é a única herdeira de tudo o que seu pai construiu ao longo da vida. Espero de coração que saiba lidar muito bem com essa quantia.

- Eu ainda não estou acreditando. - escondi o rosto nas minhas mãos e deslizei por entre os cabelos.

- Eu sei que é difícil mas precisamos entrar com a parte burocrática das coisas, pelo o que eu sei se formou em direito a algum tempo então será mais fácil para nós dois.

   Tive que fazer a abertura de uma nova conta e fazer alguns processos burocráticos, foi quase tudo no automático porque por dentro eu estava perdida e sem chão. Quando enfim pude ir embora ele estendeu um envelope para mim.

- O que é isso? - peguei o papel de suas mãos.

- Achei que nunca precisaria lhe entregar isso mas vejo que vai ser necessário, leia quando estiver em casae de preferência sentada. Sinto muito Manuele, por tudo isso que está acontecendo em sua vida e pelo o que você vai descobrir. - Rodrigo tinha um olhar pesaroso o que não me ajudou em nada.

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