Capítulo 31

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MANU

Esperei pela minha mãe ainda perto da piscina, aquela conversa seria difícil e eu precisava ter calma.

- Não tem mais medo da água? - dona Estela, minha mãe, se aproximou.

- Não é medo é receio de entrar. - justifiquei mesmo ela sabendo disso.

- Quer falar comigo?- se senta em minha frente na outra espreguiçadeira, ainda há algumas lembranças faltando sobre ela mas sinto que nunca a conheci realmente.

- Quero. - procurei pelas palavras certas fitando a água da piscina.- Mãe, a senhora sabe que com tudo isso minha vida já não é a mesma, tudo tomou proporções diferentes do que planejei minha vida toda. Estava pensando em morar aqui em São Paulo mesmo, o que acha? - a encarei, esperava ter algum conselho da minha progenitora, algo como a Dona Mari me dizia.

- Me deixar lá sozinha e viver a custas do seu namorado? - sua pergunta foi fria e cortante.

- Sabe muito bem que nunca iria me aproveitar de dinheiro dele. Eu não sei se sou exatamente a mesma pessoa que era antes disso tudo acontecer mas agora eu posso dizer que não preciso de você para fazer minhas decisões, eu estou pedindo um conselho mas se não consegue ser mãe a esse ponto essa conversa nem deveria ter começado. - quando me dei conta as palavras tinham voado da minha boca, os olhos arregalados e a feição pasma dela me deu uma leve impressão de que nunca tivemos uma discussão a esse ponto, eu sempre aceitava suas decisões.

- Essa família está fazendo mau a você Manuele, nunca me tratou assim temos que ir embora imediatamente. - ela se levantou com um olhar agressivo.

- Eu te amo mãe mas sua péssima mania é querer moldar minha vida como a que não teve. - também me levantei ficando de frente para ela.

- E como vai viver nessa cidade? Que eu saiba dinheiro não cai do céu! - ignorou minhas palavras.

- Vou usar aquele dinheiro guardado. - falei simples.

- Você não vai mecher naquele dinheiro, se fizer isso... - ela começou a me ameaçar mas a cortei.

- Se não o que? A merda daquele dinheiro não me pertence? - nossa discussão me faz ficar nervosa e com dores.

- Pensei que iria usar em outra ocasião. Foi você mesmo que disse que só usaria em caso de necessidade. - mamãe moderou seu tom de voz.

- E essa é uma necessidade, não quero morar de baixo de uma ponte. Está decidido, eu vou me mudar e ninguém irá interferir. - deixei claro e dando um ponto final na conversa.

- O que ninguém vai interferir?- Luan chega de surpresa.

- Essa menina está prestes a fazer a maior burrada da vida dela e não adianta vir atrás de mim quando perceber que foi um erro. A culpa é toda sua. - mamãe apontou para Luan que não sabia o que dizer.

- Mãe nos deixe a sós por favor. - pedi usando o resto da paciência que me restava.

- Você tem até amanhã para mudar de ideia, repense as suaa escolhas. - disse antes de nos dar as costas e sair bufando de raiva.

- Desculpas ter atrapalhado a conversa de vocês duas. - Luan disse sem graça com as mãos nos bolsos.

- Tudo bem, eu precisa de você aqui. - fui até ele e o abracei escondendo meu rosto em seu peito, ele retribuiu e beijou o topo da minha cabeça.

- Preciso falar com você pequena. - diz com receio.

- Também preciso. - suspiro, eu não queria ter uma discussão com ele também.

Isso Que é AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora