4. Fui descoberta

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-- Oi?o que foi? - pergunto fingindo que não sei de nada depois de tanto tempo no silêncio e ele olhando pra mim

-Você lembra de mim, sou eu Manu, o Rafa que falava contigo por mensagem e morava em Minas Gerais? - ele pergunta – Nossa como você está linda, ao vivo é muito melhor que por foto. – diz ele me admirando todo bobo, o que ele está falando eu estou muito feia cheiode cicatriz e hematomas.

-Quem eu? Lógico que não. Você é o cara que derrubou café em mim. -falei com vergonha do comentário dele e meio grossa, meu corpo diz pra ficar e minha mente diz pra fugir, tenho medo

Eu não quero que ele descubra, eu sei que falei meu nome, mas estou com vergonha do estado que estou, de quem eu sou.

- Eu não lembro de você ser tão mal educada assim, não pode me enganar nunca vou esquecer dos seus olhos, hey espera aonde você vai? - ele vem andando atrás de mim, estava muito nervosa, passando mal, precisava respirar.

-Para minha casa? Para mais aonde eu iria?- e comecei a chamar o uber, mas lembrei de que não tenho dinheiro e meu cartão de crédito já está no limite, depois eu resolvo isso. Sei que estou agindo errado e nem sei porque estou agindo assim, mas estou nervosa

-Não!! Você vai para minha, eu disse que iria te ajudar e temos que conversar, queria muito te encontrar, o que fizeram contigo? Se está toda machucada- diz ele pegando na minha mão e olhando nos meus olhos.

-Não temos nada para conversar já está tudo resolvido, você sumiu á 3 anos e nunca quis saber de mim! - digo meio estressada e triste, lembrando do que aconteceu, que  ele teve 3 anos pra me ver, e não queria que ele soubesse que mesmo com 19 anos eu ainda apanhava...

-Para de ser teimosa e vamos logo- diz ele brincando, me pega no colo e me joga nas suas costas, puxando a minha mala.

-HEEEEY ME SOLTA EU SEI ANDAR- começo a bater nele, quem ele pensa que é para ficar me pegando desse jeito?. Mas que ele é forte... consigo sentir seu corpo, todo musculoso, é bem mais alto que eu, seu cheiro é tão bom, fico pensando em várias coisas que até esqueço que ele está me carregando e as pessoas da rua vendo.

-Disso eu sei, mas você não quer colaborar, estamos chegando.

Ele continua me carregando como se eu fosse um travesseiro, sua mão está em minhas coxas, prendendo o vestido, para que ninguém me veja minha bunda, pelo menos ele pensou nisso, sua pele tocando em mim, da uma sensação gostosa, me deixa arrepiada, da vontade de tocar nos cabelos dele, que parecem tão macios, sem perceber me vejo cheirando seus cabelos, meu coração está acelerado, e posso apostar que ele esteja sentindo, pois meu peito toca no ombro dele.

Ele passa pelo porteiro, o porteiro faz uma cara estranha e depois ri, pela situação que estou, de longe parecemos um casal.

-Olá, Boa tarde Antonio! É só uma amiga minha de mau humor hoje!

Como ele tem ousadia de dizer isso

-Amiga nada! Me solta agora - o porteiro ri e o Rafael sai andando para o elevador - MOÇO SOCORRO ELE ESTÁ ME SEQUESTRANDO CHAMA A POLÍCIA POR FAVOR – digo com cara de piedade e vergonha, mas nem assim ele me escuta, não tenho moral para nada mesmo.

Rafael me coloca no chão do elevador, coloca a mala no canto e não fala nada e aperta no último andar, e agora de pé, penso que queria que ele tivesse me carregando ainda, para sentir sua pele e não sentir esse desconforto dele me olhando. Vejo o botão e ele mora no 17° andar. Me sinto desconfortável sozinha com ele nesse elevador pequeno.

-Você sempre trás suas visitas assim? – digo para ele para cortar o silêncio é o olhar dele em mim

-Não, minhas visitas não são teimosas como você  - ele ri e me olha e da uma piscadinha

Minha vida em Preto e BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora