Dora

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Terça - 12 de Julho de 2016 - Tarde


Um ônix azul vibrante para em frente ao Hospital Municipal de São José dos Campos. O salto preto é o primeiro item a emergir de seu interior. Dora veste uma saia preta até o joelho com um fino corte em V na lateral que permite que ela se movimente. Blusa branca com estampas em cinza completam o visual junto de um óculos escuro de armação azul, como seu carro e um colar de bolotas azuis que combinam com seu brinco.

_Posso dar uma olhada madame? – pergunta um rapaz grande e mau vestido em frente ao seu carro. Flanelinhas, a cidade esta cheio deles.

Dora acena com a cabeça e caminha que sim, alarma o veiculo e caminha para o Hospital guardando a chave na bolsa. Empresaria de sucesso no ramo da moda, Dora se sente um peixe fora d'água voltando aquela cidade, estando naquele hospital publico. Doentes deitados e encostados em toda a parte, atendentes com aquela vontade de trabalhar, médicos que passam mais tempo em seus smartphones do que atendendo os pacientes. Seus olhos correm por aquele caos tentando encontrar algum sentido. Vai até a recepcionista.

_Boa tarde! Eu sou Dora, me pediram para procurar a Doutora Roberta.

_Quem pediu?

_O Dr. Murilo, delegado. Eu sou a irmã do Michel.

A menina deu uma boa olhada avaliando Dora.

_Só um momento.

Murilo havia tentado contatar sua irmã, Catarina. Quanto tempo. A saudade chegava a apertar seu coração. Não se falavam a uns sete anos ou mais, nem se lembrava. Já estavam brigadas da ultima vez que se falaram, a ligação cortando, Cat gritando do outro lado da linha, do outro lado do mundo. Sabia que estava bem. A acompanhava nas redes sociais com alguma frequência. Ainda tinha o seu numero, mas o que tornava tão difícil o contato?

Se Michel não tivesse desaparecido tudo seria diferente. Sua mãe não iria enlouquecer, seu pai não casaria com outra. Nada de madrasta megera. Teria Cat e Michel para lhe apoiar... chegaria onde chegou? Essa parte não gostaria de mudar, mas certamente chegaria lá. Dona da própria marca, faturando bem e melhor por 4 anos consecutivos, não tinha do que reclamar. Sempre foi a mais esperta, mais brilhante e habilidosa Hudson.

_Dora? Dora Hudson? – perguntou uma voz feminina.

Dora se virou e a mulher estendeu a mão para ela.

_Dra. Roberta! Me acompanha por favor.

Um segurança abriu uma porta para que as duas entrassem no hospital. Lá dentro seguiram num corredor comprido desviando de macas que iam e vinham e outras estacionadas no próprio corredor onde pacientes repousavam inquietos com o calor do dia.

_Então... – dizia enquanto lutava para acompanhar os passos da médica. – Como foi que o encontraram?

Dr. Roberta estava com uma prancheta na mão e conseguia andar, preencher guias e falar ao mesmo tempo. Era um feito e tanto!

Onde dorme a escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora