Capítulo 4

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— Bobby – ele respondeu. — Eu moro aqui... e você? Como veio parar aqui? Você não me parece uma sereia – brincou ele.

Marly o achou muito debochado e ficou zangada. Como um estranho aparece do nada e ainda se acha no direito de dizer que não parecia uma sereia?

— Você por acaso caiu de paraquedas na minha praia? – comentou, zangada.

— Vamos falar sério – Bobby deu uma bela risada, deixando ela ainda mais irritada. — Como você veio parar aqui e como se chama?

— Me chamo Marly.

Bobby olhou bem dentro dos olhos da garota, sem dizer uma única palavra. Então, falou:

— Sou Bobby Singer e para sua informação, moro aqui há alguns meses.

Marly deu um pulo, ao ouvir aquelas palavras.

— Como? Não entendi. Você mora aqui? Não sabia que tinha outra casa, digo Chalé aqui por perto!

— Senhorita, Marly, acho que não entendeu. Eu moro aqui, no único Chalé. Que por sinal, pelo que percebi, você invadiu. Agora entendo porque no meu quarto haviam roupas femininas, que pelo estilo das roupas, não pertenciam a Abigail Keller!

— Como disse? Você quer dizer que conhece Abigail Keller? E ainda por cima está falando do meu estilo de me vestir? Não! Acho que ainda não acordei, estou sonhando ou delirando por causa do sol quente. Como chegou aqui? Nunca vi você! E como conheceu Abigail Keller?

— Calma, senhorita Marly – levantou as mãos em sinal de rendição. — Você parece nervosa. Mas não se preocupe, vou lhe contar como cheguei aqui, eu...eu, na verdade nunca havia estado aqui, mas o destino me trouxe até aqui sem eu mesmo saber o porquê – ele tinha o olhar triste, mas que não eram capazes de esconder a beleza de seus negros olhos. Mesma cor de seus cabelos. Bobby era alto, magro. Um homem capaz de chamar a atenção de qualquer mulher. Mas que trazia em seu coração marcas de um passado nada atraente, diferente de sua aparência.

Bobby Singer, um pouco nervoso, ajeitou seus cabelos encaracolados e não muito curtos e falou:

— Acho que já está ficando tarde, vamos voltar para o Chalé. Cheguei a pouco e estou faminto. Ia fazer algo para comer, mais fiquei curioso para ver quem estaria aqui e me deparei com uma jovem dormindo. Vamos!

Os olhos de Marly se encheram de lágrimas e tentando se controlar, respondeu:

— Eu também vim parar aqui por acaso. Confesso que não era minha intenção de vir para esse lugar, mas parece que o destino nos armou uma cilada e aqui estamos nós. Bom...vamos entrar. Também estou faminta. Faz algum tempo que não tenho comido direito.

A jovem sacudiu a área de seu corpo e fez menção de levantar, foi quando Bobby esticou sua mão. Ato que a deixou sem palavras. Seus olhos negros mais uma vez se encontraram e por alguns segundos, em silêncio, assim ficaram. Até ele quebrar o silêncio:

— Vamos, senhorita!

E assim os dois caminharam, lado a lado até chegarem a cabana. Como um cavalheiro, Bobby abriu a porta e fez sinal para ela entrar. Então novamente houve um período de silêncio, mas não por muito tempo.


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