— Eu vim ver você! Conversar com você!
— Nós não temos mais nada para falar, afinal já resolvemos tudo naquela noite, lembra?
— Pelo jeito já esqueceu tudo mesmo, não é? – Nick olhou para Bobby com certo nojo. — Quem é esse aí?
— Ele é... – Marly pensou em dizer a verdade, que eram apenas comigo. Mas logo mudou de ideia, afinal Nick já tinha a feito sofrer muito. E agora era a vez dela de dar o troco. Então ela se aproximou de Booby (que não entendeu nada) e o abraçou. — Esse é meu noivo, Bobby Singer. Nos conhecemos a um mês e estamos de casamento marcado para daqui a dois meses. Se você quiser pode vir no nosso casamento, vai ser aqui mesmo onde viveram meus avós e como aqui eles foram muito felizes, certamente eu e Bobby seremos também, não é amor? – então afim de completar a sua vingança, ela deu um leve beijo em Bobby, que mesmo confuso, gostou da brincadeira.
— Muito obrigada pelo convite – Nick falou furioso. — Mas creio que não virei! – então enraivecido, ele deus as costas a eles e saiu sem olhar para trás.
Bobby, esperou para que ele se distanciasse e a olhando de leve, falou:
— Esse Nick parece gostar mesmo de você e não gostou nem um pouco de ver você em um chalé numa praia deserta, sozinha com um homem. E para melhorar, você ainda diz ser minha namorada? Não devia gostar de ser usado – deu um belo sorriso —, mas gostei. Quer dizer que vamos nos casar, é? Não é uma má ideia – brincou.
— Nunca me casarei! - Marly falou, irritada. Vendo que ele zombava dela. — Vocês homens não prestam.
Irritada, ela saiu correndo em direção a escada. Foi quando tropeçou, mas antes que pudesse se esborrachar no chão, Bobby surgiu a tempo e a pegou no ar. Então mais uma vez seus olhos se encontraram e naquele momento, seus corpos pareciam um só. Eles sentiram suas respirações ofegantes. O que sentiram era algo mágico, algo que os dois não conseguiam decifrar. Seria amor ou apenas atração física? Afinal dois jovens lindos, em uma praia deserta, convivendo na mesma cabana, se parecia muito com um sonho, ao qual não queriam acordar.
Dois jovens que traziam no seu coração uma forte bagagem de perdas, desamores, frustrações, Marcar do passado que pela ironia do destino ou por um propósito de Deus, haviam se encontrado. Mas quem era Marly? Ou quem era afinal Bobby Singer?
— Se eu não estivesse aqui você poderia ter se machucando – Bobby falou, com a voz rouca.
Marly apenas concordou com a cabeça e meio envergonhada, subiu para o seu quarto sem dizer uma única palavras.
Depois daquilo, não conseguiu pensar em mais nada, a não ser nele – Bobby. O mais estranho, era que ela jamais sentira algo assim por Nick. Estaria ela ficando louca? Mal o conhecia. Assim adormeceu, acordando somente no dia seguinte.
Bobby, por sua vez, também pensava assim. Mas diferente dela, não conseguira dormir à noite toda. O que ele estava sentindo era semelhante ao que Marly sentia por ele. Entretanto, não queria amar ninguém, já sofrerá demais no passado. Ele tentava por isso na sua cabeça, enquanto uma certa dúvida o rondava: Quem era Nick e o que ele fora na vida de Marly?
Na tentativa de espantar tais pensamentos, ele tomou um longo banho. Em seguida, se vestiu e pelo reflexo do espelho notou o quanto estava abatido, com olheiras.
Logo, desceu devagar as escadas e percebeu que dessa vez sua amiga Marly não havia levantado ainda. Então ele preparou o café e arrumou a mesa do café, sem se dar conta de que a poucos segundo, Marly o observava de longe.
— Bom dia, cinderela – falou, assim que a viu. —Hoje eu levantei antes de você.
Marly continuou admirando aquele homem que a alguns meses era desconhecido pra ela e agora era de certa forma familiar
— Temos que conversar. Preciso te dizer uma coisa – ela disse.
Bobby concordou e pediu que ela sentasse. Sem perder tempo, foi o que ela fez. Então bebeu um gole de seu café, respirou fundo e começou a contar sua história. Pois ela precisava dizer a ele o porquê dela ter ido para aquele chalé ao qual era distante de tudo. Ele a ouviu atentamente, tendo as dúvidas que serpenteavam sua mente, respondidas.
— E o que você sente pelo seu ex noivo? – ele perguntou, depois de um longo período de silêncio.
Marly ficou calada, de um jeito que Bobby pensou que ficaria assim para sempre. Até ela de fato falar.
— Eu não sinto nada por ele, aliás ontem percebi que o amor que um dia eu havia sentido por ele, acabou. Claro que ficaram marcas, mas a dor já não existe mais, finalmente estou livre.
Sem pensar direito, Bobby se levantou e se aproximou dela. Então segurou seu rosto em mãos e a beijou como nunca havia beijado outro alguém. Suas carícias, seus corpos ali grudados. Parecia que o mundo ia acabar e eles precisavam desfrutar daquele momento mágico, onde nenhum dos dois haviam sentido por ninguém.
— Não! – Marly gritou, o afastando. Como se despertasse de um pesadelo. — Não podemos!
— Não? Porque não? – Bobby perguntou, confuso, passando as mãos nos cabelos freneticamente.
— Porque...Porque... – seu rosto pegava fogo devergonha. Então de cabeça baixa, sem ter coragem de pronunciar aquelaspalavras. Falou: — Eu... Eu... Eu sou virgem.
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Marcas do Passado
RomanceDois corações destroçados, duas almas que sofreram por marcas do passado. Um chalé em uma praia deserta, que reserva inúmeros segredos. Juntos eles serão capazes de se curar e esquecer o que passou? O amor será capaz de reconstruí-los?