Acordei com meu telefone vibrando em cima do criado mudo.
Peguei o mesmo e atendi.
— Alô?
Do outro lado da linha, pude ouvir uma voz com um misto de sono e nervosismo.
— Alice, você acha que fúcsia combina com amarelo-canário? — afastei o meu celular e olhei para o criado-mudo perto da cama, onde estava o meu relógio.
O relógio marcava 3:00 horas da manhã
— O que? Eu não acredito que você me acorda uma hora dessas para dar uma de esquadrão da moda comigo. Já viu que horas são, Camila?! — aumentei um pouco o tom da minha voz e suspirei frustada.
— Melhores amigas servem para serem ligadas de madrugada quando você está ansiosa demais com o que vestir! Por Deus, você é muito mau-humorada quando acorda. — ela diz tentando soar menos nervosa.
— Fúcsia combina com qualquer cor,Camila. — suspirei vencida pelo cansaço. — Use o seu vestido fúcsia com os peep toes que lhe dei em seu aniversário.
— Mas como você sab...? — antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, encerrei a chamada e larguei o celular em qualquer parte da cama.
Camila é minha melhor amiga desde que me conheço por gente, nos conhecemos através da empresa de meu pai. O pai de Camila tinha acabado de fechar um contrato de fusão com a empresa de meu pai.
Então nós nos conhecemos na festa de comemoração.
Foi Mila que veio com a brilhante ideia de saírmos às surdinas para Londres. De início, eu não coloquei fé que daria certo por conta das influências de nossos pais. Eles facilmente poderiam mandar um grupo de busca atrás de nós.
Como o seu pai, Camila também tinha grandes contatos e influências. Um deles era um agente de viagens que fora facilmente comprado com duas garrafas de whisky da coleção do Sr. Fernandes.
Camila claramente afirmou que seu pai não sentiria falta daquelas duas garrafas, desse jeito ela conseguira duas passagens só de ida do agente de viagens.
Era até inteligente a jogada dela, já que ninguém desconfiaria de um agente de viagens no auge dos 57 anos que não possuía nenhuma ligação com nenhuma de nós duas.
(...)
Após de acordar com o barulho ensurdecedor do alarme, finalmente obriguei as minhas pernas a fazerem o seu trabalho e se levantarem.
— Troço estúpido. — murmurei enquanto desativei o alarme.
Forcei-me a andar descalça até o banheiro, onde o piso era extremamente frio. Mal dava para acreditar que olhando para fora da janela, era uma época de verão carioca que daria para fritar um ovo no asfalto.
Segui para uma ducha demorada e terminei as minhas higienes.
Andei enrolada na toalha branca de algodão até o meu closet que se encontrava impecavelmente arrumado, graças à Dona Luzia, a empregada da família.
Meu closet possuía milhares de combinações,que iam de moletons extremamente surrados pelo uso até vestidos extremamente chiques e desconfortáveis que nunca tive coragem de arrancar a etiqueta.
Escolhi um vestido preto que ia até o meio das minhas coxas, era totalmente fechado nas costas com apenas um pequeno decote no busto. Em combinação, peguei um ankle boot bege.
Desci as escadas silenciosamente junto com as minhas duas malas médias, estava literalmente rezando para que ninguém surgisse na minha frente. Caminhei até a porta com o molho de chaves em minhas mãos, mas antes deixei o meu bilhete na mesa de centro de madeira escura.
Eu realmente não queria fazer isso, mas vocês não deram nenhuma escolha. Amanhã ligo dando notícias. Amo vocês
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Para Sempre
RomanceO que você faria se o garoto de sexta á noite fosse o professor de segunda de manhã? Alice Becker deixou o Brasil fugindo de suas possíveis responsabilidades, com a ajuda de sua amiga Camila, elas puderam deixar o país em rumo à Londres. Mas ela não...