Capítulo 6

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— Você acha que vai demorar muito pro seu pai nos achar? — Camila disse, deitada com a cabeça em minhas pernas.

Nós estávamos vendo um filme enquanto o almoço não ficava pronto.

Insisti para Sara me deixar a ajudar a cozinhar, mas a mesma não deixou.

— Ele com certeza vai tentar comprar algumas companhias de viagem, vai perceber que a passagem não está no meu nome. Mas até ele descobrir que tá no nome do agente de viagens, já vai ser tarde.

— Para o nosso bem, espero que ele não descubra. — Camila sentou em minha frente. — Aliás, você vai me ajudar em relação ao Theo.

— Você sabe que eu sou péssima nesses negócios de relacionamento, é melhor você se ajudar sozinha.

— Ah, você é especialista na parte teórica, só precisa treinar mais a pratica. Talvez eu possa ficar espiando ele e descobrir o que gosta de fazer. — deu de ombros

- Mila, isso é chamado de perseguir. — revirei os olhos. — Tem que ser uma coisa natural.

— O quê tem que ser natural? — Theo disse, entrando no quarto sem ao menos bater na porta.

— Sua mão vai cair se você ao menos bater na porta? Uma de nós podia estar nua, sabia? — cruzei os braços

— Eu não me importaria nem um pouco com isso. — sorriu enquanto observava o quarto. — O almoço está pronto.

— Tarado. — resmunguei pra mim mesma e deixei o quarto.

Fui até a cozinha onde a mesa estava arrumada, tinha sucos e o cheiro da macarronada com queijo estava maravilhoso.

— Nós não sabíamos do que vocês gostavam, então fizemos uma macarronada. Acredito que qualquer um goste. — Sara disse, sentada na mesa ao lado de um homem que eu não conhecia.

Puxei uma cadeira e sentei de frente para eles. Camila saiu do quarto rindo junto com seu babaca encantado.

Ela se sentou ao meu lado e Theo se sentou na ponta da mesa.

— Meninas, esse é o meu namorado Scott. — ela sorriu e apontou para o homem sentada ao seu lado. — Essas são as meninas brasileiras que eu te falei.

— É bom conhecer vocês. — sorriu. — Posso fazer uma pergunta?

— Uh...pode sim. — falei receosa.

— É verdade que vocês no Brasil andam de biquíni pelas ruas? Sempre tive essa dúvida.

Theo riu da ponta da mesa enquanto Sara estava completamente vermelha de vergonha.

— Olha, depende muito. Se estiver perto de uma praia sempre vai ter alguém de biquíni e sunga. Mas todo mundo sai praticamente nus somente no carnaval. — ri.

— Car-naval? Eu quero ir nisso só para saber se as brasileiras são isso tudo que dizem.

— O único lugar que você vai é pro inferno se não parar de falar de mulher na minha frente. — Sara bufou do outro lado da mesa, enquanto acertava um tapa na nuca de seu namorado — Nem vem falar que doeu, não tenho culpa se você é uma mulherzinha e não aguenta um tapa.

— Sério que você vai deixar ela bater em você? Scotty está amolecendo com o tempo.

— Ele não é nem maluco de me bater de volta. Vai querer se meter mesmo? Vou mostrar as fotos de você pelado tomando banho quando era criança para as garotas que você chama de namorada. — sorriu. — Tenho certeza que elas vão adorar te ver na banheira.

— Um dia queimo essas fotos para você parar de me chantagear. — revirou os olhos.

— Eu não vejo como uma chantagem, irmãozinho, é só uma vantagem que eu tenho sobre você. — sorriu. — E você era uma gracinha quando pequeno.

Deus, eu odiaria ter um irmão.

— Então... vocês estão juntos há muito tempo? — falei enquanto observava os dois.

— Acho que há uns três anos, não é amor? — Sara sorriu enquanto beijava a bochecha dele.

— Oh, a vela me persegue até em outro continente. — Camila revirou os olhos.

— Vão arrumar um quarto vocês dois. — Theo falou enquanto encarava Camila. — Nós podemos mudar isso, gatinha.

— Ugh, muita melação para mim. — levantei e levei os pratos para cozinha.

[...]

— Não acredito que não tem ninguém nessa casa... — murmurei para mim mesma na porta da casa do Liam.

Camila me deu a ideia de fazer brigadeiro e levar junto com a camisa dele, isso pode ser chamado como um pedido de desculpas/obrigado.

Totalmente impaciente, apertei a campainha mais uma vez. Até que ele abriu a porta.

— Agora planeja jogar uma gororoba preta na minha varanda? — disse apontando para o pote de doce em minha mão. — Eu espero que isso não seja o que estou pensando.

— Primeiro, isso não é uma gororoba. É um doce dos deuses. — sorri enquanto entregava a camisa junto com o pote.

Ele pegou a camisa junto do pote e ficou encarando o conteúdo.

— Lá vem você com esse papo de Deus de novo. Tem certeza que isso não é o que eu estou pensando?

— Ah, é claro que eu colocaria fezes dentro de um pote e entregaria para uma pessoa que me ajudou...

— Nossa, isso é um obrigado? Não ouvi direito, pode repetir? — sorriu enquanto me encarava.

— Estou começando a pensar que a ideia das fezes não era tão ruim. — suspirei. — Olha, eu te devo um obrigado e também um pedido de desculpas. Mas eu não tenho culpa que você é grosso demais para aceitá-los.

— Eu não sou grosso demais, imagina uma coisa: você escuta uma gritaria na porta da sua casa, e descobre que são alguns garotos idiotas tentando chamar atenção de uma garota. Depois essa mesma garota surge na tua porta completamente bêbada e atirando ovos. — deu uma pausa e continuou. — Acho que é um pouco difícil aceitar isso numa boa.

Por Deus, alguém chama um psicólogo para esse cara! Como muda de opinião tão rápido? Isso é impossível.

— Eu não tenho culpa se o meu consciente gosta de atirar ovos quando estou bêbada! Além disso, você meio que merecia. — cruzei os braços totalmente arrependida de ter escutado a Camila, era óbvio que isso não daria certo.

— Você fica bonitinha quando está irritada, sabia? — sorriu de lado.

Mas que maldito sorriso, foco Alice!

— Uh, você também é bonitinho... — nessa hora eu quis literalmente me dar um tapa. — N-Não foi isso que eu quis dizer... é, droga.

— Você é notável, e além disso nunca me disse o seu nome.

— Uhm, Alice. Eu realmente tenho que ir, está ficando tarde e eu não quero que aquilo se repita. Aproveite o doce. — fiz com que as minhas pernas andassem o mais rápido que pudessem.

Eu jurava que o escutei rindo do meu nervosismo, mas estava envergonhada demais de olhar para trás.

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