Capítulo 15

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  Meus olhos estavam fixos ao relógio preso a parede creme, eram exatamente 23:55. O turno terminava em cinco minutos, mas a cada segundo que se passava, parecia uma eternidade.

  Liam ainda estava lá totalmente inerte enquanto bebia a sua terceira dose - que eu graciosamente tive o não-prazer de servir. Não era uma questão de odiá-lo e sim uma autopreservação, já que eu não controlava os meus impulsos perto dele.

  Não é a minha culpa que Liam era incrivelmente atraente. Acho que arranjei um tipo, pensei.

  — Garota! Não está me escutando falar? — Trevor gritou impacientemente. — Seu turno já acabou, avise a sua amiga que eu não quero mais esse tipo de imprevisto acontecendo.

Suspirei deixando o balcão, o bar tinha enchido por conta do horário mas não precisei servir todos já que a maioria ia até o balcão pegar a sua própria bebida. Retirei a chave do carro da bolsa que estava guardada no armário dos funcionários.

Eu só queria dar o fora daquele bar e finalmente retornar para o apartamento, assim que passei pela porta fui pega por um vento gelado.

— Por que diabos eu não trouxe um casaco?! — exclamei passando os braços ao redor do meu corpo tentando me esquentar. O carro estava estacionado na vaga para funcionários, algumas gotículas de água estão escorrendo pelo capô. Chovera e eu nem percebi.

Assim que fui me aproximando mais do carro escutei a porta do bar ser aberta então barulho de passos.

— Oi, princesa. — uma voz falou perto da minha nuca, quando virei assustada notei que era o idiota do bar. — Quer dar uma volta na minha baby? — inclinou a cabeça na direção de uma fileira de motos.

Essas coisas só aconteciam comigo.

— Não, obrigada. — afastei-me do homem careca, mas ele já tinha me agarrado pelo antebraço. — Dá pra você me soltar! Eu não quero dar uma volta na sua moto idiota, idiota! — berrei dando uma cotovelada na sua barriga saliente e logo depois mirei um belo de um chute nos seus países baixos.

Comandei os meus pés até o carro correndo a mais rápido que podia, minhas mãos tremiam segurando a chave metálica.

Vamos, qual é. — reclamei tentando acertar o buraco da chave até que consegui. Entrei no carro trancando-o logo depois, minha respiração estava totalmente alterada. Assim que liguei o farol o breu fora iluminado.

O homem ainda se contorcia no chão mas tinha uma pessoa encima dele o segurando pelo colarinho da camisa, buzinei tentando chamar atenção do homem. Por um momento os nossos olhares se encontraram, conhecia aqueles malditos olhos azuis.

Liam.

Ele aproveitou esse momento e mirou o seu punho direito até o nariz de Liam, foram dois, três e quando iria chegar no quarto avancei com o carro sobre eles. Sara ia me matar se eu arranhasse o carro e claro que eu não iria atropelar aquele cara — por mais idiota que ele fosse. Destranquei a porta então sibilei para Liam "entre.

Ele bateu o corpo do cara no meio fio e correu até a porta, assim que entrara pisei no acelerador fugindo daquele estacionamento idiota. Ao meu lado, um líquido escarlate escorria pelo nariz de Liam.

— Ah, meu Deus! Você está sangrando! — berrei pegando o atalho mais rápido até o centro da cidade. — Por favor não sangre no banco e nem no tapete.

— Sério mesmo garota? Primeiro você me coloca nessa história toda e agora você me pede pra não sangrar no seu maldito carro? Quanta gratidão. — praguejou com a cabeça reclinada sobre o banco tentando parar o sangramento.

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