Capítulo 12

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  Andei rapidamente pelos prédios do Campus procurando pela cafeteria onde há cinco minutos atrás, Camila me mandou um SMS avisando que ela estava lá. Segui a placa que me mandava entrar à direita logo após os bebedouros onde algumas garotas se reuniam fofocando sobre algum assunto.

  Após conseguir passar pela enxurrada de pessoas que entravam e saíam da cafeteria, localizei os longos dreads de Camila que estavam caindo sobre suas costas. Ao seu lado estava Theo, ela parecia rir de alguma piada dele. Não sei se aquilo me fazia rolar os olhos ou ficar feliz pela minha amiga.

  Não que eu não gostasse de Theo, só o achei muito atirado - não que isso também fosse um problema - mas eu sentia que Camila pela primeira vez, procurava algo sério. Já Theo parecia não pensar a mesma coisa.

  Caminhei até eles sentando no banco que estava acoplado na mesa branca, larguei minha bolsa ao meu lado e fingi um sorriso para Theo que pareceu retribuir.

  — Então, como foi com a fera? — Camila disse irônica enquanto remexia o seu descafeinado. — Deixa eu adivinhar, levou uma bronca por ter usado folha sulfite branca ao invés de amarela? — Theo riu baixinho ao lado dela enquanto eu rolei os olhos em desaprovação.

  — Não, Mila, ele não me deu uma bronca. Ele até gostou do trabalho e disse que eu superei as expectativas dele. — dei de ombros. — Ah, e ao que parece eu vou receber por cada pesquisa que fizer por ele.

  Tirei o envelope branco da minha bolsa e joguei na direção dela, a mesma o abriu e encarou o envelope surpresa. Logo depois me deu um sorrisinho e retornou o dinheiro até a minha bolsa.

  — Isso é o melhor trabalho do mundo, Ali! Você recebe dinheiro por cada trabalho que fizer e ainda é assistente daquele gato. — começou a se abanar fingindo que estava com calor ao citar Liam na conversa, aquilo me arrancou uma risada.

  Ok, ele era um ogro? Sim! Mas era um ogro totalmente irresistível. Até a pessoa mais idiota notaria isso.

  — Vocês garotas só sabem falar sobre homens?  — The finalmente se pronunciou do outro lado da mesa com um olhar entediado. — E ainda mais quando ele é mais velho que vocês.

  — Oh, o gatinho está com ciúmes. — provoquei. — Então qual é a idade dele? Camila parece estar totalmente interessada nele, cuidado para não se tornar estepe. — pisquei para ele que parecia visivelmente irritado com o meu comentário.

  — Engraçadinha. — Theo rolou os olhos enquanto Camila ria. — E respondendo à sua pergunta, o querido Liam Whittemore tem 27 anos. De acordo com o Scott o cara é um gênio, terminou o ensino médio com 15 anos, se formou em psicologia com 20 anos e da aula á 7 anos.

  Estava surpresa por ele não aparentar aquela idade, é claro que a sua barba por fazer o tornava mais velho. Mas até que ele era jovem.

  — Viu, Mila? Ele só tem sete anos de diferença com você, já pode por o seu plano em pratica. — sorri me divertindo com a expressão enjoada de Theo. Assim que Camila abriu a boca para me responder, ela notou o horário do relógio que se encontrava em seu pulso esquerdo.

  Dei um suspiro de reprovação pensando nas próximas três horas que eu passaria trancafiada numa sala com professores diferentes.

  (...)

  — Sério, quando eu topei fazer faculdade de psicologia com você não pensei que era tão difícil entender as pessoas. — Camila reclamou enquanto terminava de copiar as minhas anotações sobre a aula.

  Nós tínhamos acabado de chegar em casa, acabamos por optar em almoçar fora já que Sara não tinha dado as caras. Levei muito tempo tentando convencer a garota que nós devíamos revisar tudo, afirmando que isso nos ajudaria futuramente.

  — Não é só entender as pessoas, Mila. O psicólogo também ajuda as pessoas a superar traumas, medos e receios. — murmurei enquanto mordia a tampa da caneta vermelha. — Você sabe muito bem que foi por isso que eu escolhi esse curso, eu gosto e me sinto na obrigação de ajudar as pessoas.

  — E você sabe que eu só escolhi esse curso por causa de você e por que possui disciplinas relacionadas à Ciências Biológicas. — comentou enquanto eu rolei os olhos. — Não me olha assim, Becker! — me provocou sabendo que odiava quando me chamavam pelo meu sobrenome.

  Eu não odiava a minha família, pelo contrário eu os amava e sempre vou amar. Só não concordava muito com as ações deles, começando com as coisas erradas que eles faziam na empresa da família.

  Becker Enterprise, a maior causadora de discórdia na família. Principalmente entre eu e meu pai. O sonho de Alexander Becker era de ver a filha comandando a empresa que já estava na família à gerações.

  Mas o problema não era se tornar CEO de uma empresa mundial, e sim que ele nunca me perguntara se eu queria aquilo pra minha vida. Se eu queria casar com um engenheiro estupido de sua escolha.

  Foi isso que me levou a fugir sem avisar a ninguém de onde eu estou - além de minha mãe, ela conhecia os meus sonhos então sabia onde me encontrar.

  — Droga, estou atrasada para a entrevista. — Camila correu enquanto colocava seus pés dentro de seu Scarpin preto. Me lançou um beijo antes de passar correndo pela porta.

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