Paguei o táxi e entrei no aeroporto.
De longe já pude avistar uma mulher de pele negra com longos cabelos repousando em suas costas, ela estava mesmo utilizando o vestido fúcsia com os sapatos que havia lhe dado em seu aniversário.
Camila finalmente me notou e veio ao meu encontro.
— Me dê um bom motivo para não arrastar a sua incrível fuça no chão desse aeroporto por ter desligado na minha cara. — disse completamente irritada com os braços cruzados logo abaixo de seus seios.
— Talvez por que você me ame muito? — dei um sorriso convencido enquanto ela ainda me lançava um olhar mortal. — Qual é, Mila! Você me liga as 3:00 das manhã e realmente esperava que eu não fosse fazer nada?Aliás, eu consegui a te ajudar com a sua roupa.
— Está perdoado por hora. — desfez a sua pose de irritada e voltou a sua postura normal.
— Está demorando tanto por que? Londres espera por nós. — sorrio enquanto escuto o nosso voo sendo chamado.
[...]
- Paga o táxi enquanto eu subo com as malas, e faça isso rápido.
Peguei as malas e subi as escadas do prédio. Não era um prédio tão ruim o quanto eu pensava.
Bati na porta e esperei Sara abrir.
Sara é uma caloura na faculdade assim como eu e Camila, ela desesperadamente esperava encontrar alguém para dividir o apartamento. Então nós acabamos nos candidatando.
Um homem abriu a porta, eu realmente esperava que não tinha batido na porta errada.
Olhei a papel em minhas mãos que tinha o número do apartamento.
56B. O apartamento era aquele.
— Posso ajudar a princesa? — disse sorrindo enquanto se apoiava na soleira da porta branca.
Ele não era tão atraente pra mim, e ainda mais com esse comentário idiota. Mas era totalmente o tipo da Camila.
A kryptonita de Camila Fernandes era garotos com um bom físico, sempre morenos e com um senso ridículo. O pior era que todos eram iguais, até mesmo o nível de idiotice.
— Meu nome não é princesa. — sorrio calmamente tentando manter a minha raiva sobre controle. — Estou atrás da Sara, ela se encontra?
Ele sorriu e então entrou no apartamento me deixando com uma vontade gigante de o mandar para o inferno.
Não existia nada no mundo que eu odiasse mais do que flertes estúpidos. Talvez existisse mais coisa para odiar, mas isso não vinha ao caso.
Já estava começando a ficar impaciente com a demora e finalmente a garota que eu procurava apareceu em minha frente.
Ela era ruiva, podia-se notar algumas sardas ao redor de seu pequeno nariz que iam até às suas bochechas. Era realmente verdade que os britânicos apresentavam uma beleza diferente de que qualquer brasileiro já tivesse visto.
— Sara? — falei guardando o papel no bolso e estiquei a mão para ela. - É um prazer te conhecer - sorri
— O prazer é todo meu. Alice, certo? — sorriu de volta enquanto dava um leve aperto em minha mão. — Está faltando a Camila, onde ela está?
— Ela ficou lá embaixo pagando o táxi, mas tá demorando muito — falei olhando para escadas esperando que ela aparecesse a qualquer momento.
— Eu vou mandar o Theo ir atrás dela, vocês já o conheceu, não é?
— É o idiota que abriu a porta? Infelizmente, sim.
— Pôde-se dizer que ele não puxou a sutileza de nossa mãe. — ela riu.
Parabéns, Alice. Acabou de chamar o irmão dela de idiota. Apesar de que eu não estava mentindo sobre isso.
— Vou mandar Theo atrás dela, entra.
Ela me ajudou a pegar as malas e nós entramos no apartamento.
Bom, pra um apartamento em que mora uma estudante sozinha até que não parece tão ruim.
Ela apontou para um corredor que tinha duas portas.
— Aquele é o seu quarto e o da sua amiga é o do lado.
— Obrigado,Sara. Eu realmente preciso de um banho. Onde fica o banheiro?
— A segunda porta à esquerda.
Deixei a minha mala no quarto e desfiz a mesma. Peguei uma calça jeans preta desfiada nos joelhos e uma blusa cigana vinho.
Londres até que não estava tão frio levando em consideração que era primavera.
Entrei no banheiro e tranquei a porta.
[...]
Sai do banho vestida e sentei no sofá. Pelo que parecia, Sara havia saído e Theo provavelmente fora atrás de Camila.
Me levantei e comecei a andar pelo apartamento. Vi algumas pinturas penduradas na parede e uma cozinha que me fez lembrar de minha avó.
Minha avó mora perto da faculdade e devo vê-la amanhã. Ela é a única que sabe que estamos em Londres e até me apoiou a vir morar aqui.
Ela diz que nós temos que seguir o nosso sonho mesmo que as pessoas insistam em falar que não podemos ou não conseguimos.
Sempre admirei a minha vó por isso,e,isso pode soar meio clichê, mas eu quero ser igual à ela quando for mais velha.
Fui para meu quarto e arrumei a minha roupa nas gavetas e num armário pequeno de madeira escura que ficava de frente para cama.
— Ali,você está aí? — Camila gritou do corredor.
— Estou aqui no quarto. — gritei de volta.
— Amiga, você viu aquele Theo? Ele é um gato. — Ela se abanando insinuando que o achara irresistível. — Enfim, ele nos chamou para uma festa. Vamos, por favor?!
— Mila, eu não estou nem um pouco empolgado para ficar bêbada logo no primeiro dia. E você sabe o que eu sempre digo.
— 'É bonitinho mas é ordinário'. — disse numa tentativa falha de me imitar.
Eu nem falava daquele jeito.
- Exato. Eu disse que eu estou aqui para estudar, garotos são uma distração. E também eu estou cansada e pretendo dormir o dia todo.
Ela revirou os olhos e saiu do quarto dizendo algo parecido como "larga de ser careta"
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Para Sempre
RomanceO que você faria se o garoto de sexta á noite fosse o professor de segunda de manhã? Alice Becker deixou o Brasil fugindo de suas possíveis responsabilidades, com a ajuda de sua amiga Camila, elas puderam deixar o país em rumo à Londres. Mas ela não...