Capítulo 8

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A aula correu mais rápido que eu esperava, todos deixavam a sala com suas bolsas. Eu e as garotas fomos as últimas a sair, mas assim que eu estava alçando a porta uma voz me interrompeu.

— Srta. Becker, pode esperar cinco minutos? E feche a porta, por favor. — Liam disse enquanto retornava até a sua mesa.

Fiz o meu caminho até ele e parei em sua frente.

— Fingindo que não me conhece, uh? Vai me usar como escrava como vingança pela sua varanda? — resmunguei impacientemente.

— Eu não costumo dividir a minha vida pessoal com alunos, então não achei necessário. E não se esqueça que aqui dentro eu sou o seu professor. — deu uma pausa enquanto terminava de fechar o zíper de sua bolsa. — E não é uma vingança, só gostei daquela gororoba escura que você levou.

Boa, Alice, isso que da ser boazinha com todo mundo.

— E como você sabe que eu sou uma boa aluna para esse tipo de cargo? — cruzei os braços.

— Você não ia vir para outro continente se não quisesse estudar. O seu sotaque te entrega.

Revirei os olhos e esperei ele dizer que eu poderia ir. Desligou as luzes da sala enquanto eu saí o mais rápido possível, mas antes que eu virasse para o corredor esquerdo ele disse mais uma coisa:

— Alice, por que não vai pegar o seu vidro em minha casa? E até que não seria uma má ideia que você levasse mais daquele negócio escuro. — sorriu enquanto eu só assenti com a cabeça.

Abusado.

(...)

Sara e Camila me esperavam nas escadas da entrada do prédio. Elas conversavam empolgadas sobre alguma série.

Me aproximei e parei ao lado de Sara.

— Ei! Nós temos mais de dez anos de amizade e você nunca foi a minha assistente. Por que você aceitou? — Mila resmungou enquanto batia o seu pé no chão.

— Vá à merda. — rolei os olhos. — Eu não tenho escolha, é meio que um trabalho obrigatório. E eu definitivamente não vou pegar café para ele!

— Rolou uns boatos que a última assistente dele saiu correndo chorando. — Sara disse logo após de checar uma notificação em seu celular. — Mas é óbvio que isso não vai acontecer com você.

Não iria mesmo. Estava começando a me sentir mal por não ter contado para Camila e Sara que eu já o conhecia, e nem iria contar.

Camila tende a ficar empolgada demais com esse tipo de assunto. Já perdi as contas de quantas vezes ela pagou de cupido para cima de mim, mas nenhum deu certo.

De acordo com ela a culpa era minha, porém Camila nunca notou que quem tinha o dedo podre era ela mesma.

— Podemos ir logo? Já são quase 13:00 e o meu estômago está implorando por comida. — Camila fez uma careta de dor e saiu nos arrastando pelo Campus até alcançarmos o caminho até o apartamento.

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