De repente, interesse

Bebendo, rindo e dormindo.

Sasuke e Sakura já não dirigiam a palavra um ao outro a quase 3 semanas e meia. Ela ainda frequentava sua casa de vez em quando mas sempre acompanhada por um dos amigos dele.
Jogaram 4 partidas vencendo todas elas, agora nas quartas de final eles mudavam suas táticas de jogos para irem além e vencer a competição.

Com poucas aparições na casa do Uchiha ela teve tempo o suficiente para ajudar a mãe no negócio, desta vez sem mais mentiras.

-Você tem me apoiado bastante querida, está tendo tempo de fazer suas coisas?

-É, estou mãe- respondeu- Meio que estou de folga por enquanto.

Dezessete anos de convivência, sua mãe sabia muito bem de todas suas fraquezas e o quanto andava deprimida ultimamente. Sempre olhando para as paredes com uma expressão vazia, às vezes chegava a pensar se ela estava contente com a vida.

-Tem pensando no que fazer logo depois que terminar o ensino médio?

-Hum... Talvez uma faculdade quem sabe... Ou um emprego fixo. Não sei bem- se recostou no braço do sofá- Porquê?

-Não, eu só estou curiosa pra saber o que minha filha tem em mente- se sentou ao lado- Não quero que de forma alguma você passe pelas necessidades e angústias que tive nesta vida.

Sakura a olhou e ela continua.

-Quero que tenha sua vida, sua independência e não dependa de homem algum, como eu fiz. Todas as escolhas que fiz na vida foram as erradas e meu único acerto foi você.

Sakura não se aguentou jogando todo seu peso no colo da mãe, que já marejava pelos olhos.

As únicas coisas que o Sr. Haruno deixará para a mãe fora a padaria e a filha, de resto poderia queimar no inferno.
Assim que se casaram foram um casal feliz, porém não durou muito. A padaria já não dava mais tanto lucro quanto antes, pra piorar ele passará a beber demasiadamente chegando a agredi-la de todas as formas que se é detestável para uma mulher. Quantas e quantas vezes ela havia inventado um acidente diferente para cada hematoma em sua pele?
Quando mais velha Sakura pode notar que os acidentes da mãe eram frequentes e então tentou descobrir o que realmente estava acontecendo, até o dia em que pegou o pai num ato violento e ali pode tirar suas próprias conclusões sobre o sexo masculino.

Depois de tanto beber o corpo do Sr Haruno não aguentou mais e então Deus a levou desça para melhor, deixando algumas dívidas que a mãe teve que assumir. Aos 12 anos Sakura já ficava em casa sozinha, ausência da mãe que trabalhava arduamente para pagar o que devia e para por o sustento na mesa.
Após anos de luta a padaria se encontrava numa situação melhor, já estava tudo certo incluindo as dívidas. Agora ela tinha uma poupança para o futuro de Sakura e ajuda de alguns de seus familiares como por exemplo sua irmã que a alertou sobre relacionamentos com homem.

Na mente da tia de Sakura os homens eram verdadeiros animais sem coração. Sempre que via a sobrinha infiltrava em sua cabeça pensamentos negativos sobre eles.
"Nunca confie num homem, eles sempre nos trocam por carne nova", "Os homens só querem saber de uma coisa minha filha e sabe do que estou falando!", "Fique longe dos homens! No dia em que se apaixonar será sua perdição minha querida"

É talvez esse dia já tenha chegado para Sakura que roía as unhas constantemente, sentia dores de estômago e noites mal dormidas. Tinha ouvido tantos conselhos no entanto não deu crédito à nenhum, sendo esta sua maldição.

-Oh minha filha- acariciou o cabelo da menina- Espero que você possa encontrar alguém que seja digno de merece-la- Sakura sorriu triste. Ter até tinha mas não sabia se a merecia.