Vizinhos

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Acordei ainda cambaleante, e fui até o banheiro tomar uma ducha rápida. Fitei meus olhos negros brevemente no pequeno espelho e, me despi para entrar no chuveiro.

Eu me chamo Lauren.

Sou de estatura media, magra, de cabelos e olhos negros, com a pele em um tom branco pálido.

Fui até meu quarto, que ficava a alguns centímetros do banheiro e vesti meu uniforme escolar.

Coloquei meus brincos de pérolas, que foram um presente de minha avó e, no pescoço coloquei meu cordão, com um pingente de diamante e escondi sob a camisa.

Normalmente não ando com jóias mas aquela tinha um valor muito especial.

Fiz um rabo de cavalo nos meus longos cachos e organizei minha mochila para que não faltasse nada.

Desci as escadas a fim de chegar a cozinha, e escorreguei em uma poça d'água que surgiu de repente.

Gritei e meus pais correram em minha direção.

- Querida! Você está bem? - perguntou minha mãe, enquanto me ajudava a levantar.

- Sim, só escorreguei nessa poça de... - Olhei o chão e a poça havia desaparecido. -Água.

Meu pai me ajudou a sentar-se no sofá e trouxe um pouco de gelo para o meu pé.

Após um tempo, tomei café e quando me senti melhor, meu pai me levou de carro até a porta da escola.

Caminhei lentamente até sala e sentei-me perto da janela. Daqui a pouco as aulas terminam e as férias de verão chegarão, e francamente não vejo a hora de acontecer.

Abri o livro de biologia e passei os olhos na matéria que cairá na prova de hoje, e tentei decorar algumas coisas para pelo menos ficar na média.

Na hora da prova tentei concentrar toda a minha atenção nas respostas, mas senti algo queimar sobre minha pele, onde estava depositado meu colar.

Olhei minha camisa e vi que ele brilhava intensamente. Neste momento começou a chover.

Ergui o olhar por um minuto para olhar a chuva cair lá fora, e ao observar meu colar novamente ele havia voltado a normalidade.

Terminei a prova e a entreguei a professora, arrumei meu material e saí em meio a chuva.

Conforme as gotas caíam suavemente sobre minha pele, senti uma alegria invadindo meu corpo, como se a água me conectasse ao meu eu interior.

A quem eu sou de verdade, ainda que eu não saiba bem quem sou.

A chuva foi ficando mais forte e dificultava minha visão. Via apenas uma imensidão branca se apoderar da rua.

Decidi abrigar-me debaixo de um velho alpendre de uma casa abandonada, e enquanto a chuva não passava escrevi em meu pequeno diário sobre os últimos dias de aula. (Ainda bem que a minha mochila é impermeável).

Após alguns minutos a chuva diminuiu sua fúria e pude chegar em casa, ainda que encharcada.

Corri até o banheiro e tomei um banho quente para suportar o frio que a chuva deixou para trás, depois desci para almoçar com minha família.

Minha mãe havia preparado uma panela de sopa, coisa que eu detestava, então tomei apenas um chocolate quente e preparei uma salada para almoçar.

Depois disso, meus pais tiveram que sair para fazer compras e eu fiquei assistindo por um tempo, até que a um relâmpago acabou com a energia elétrica.

Depois disso, ouvi um carro chegar na casa ao lado, onde ninguém morava a muito tempo, e corri até a janela para ver do que se tratava.

Um caminhão de mudança estacionou e um carro sedã preto de vidro fumê veio logo atrás. Primeiro saiu um homem que usava terno e gravata pretos, de aproximadamente 30 anos, pele clara, cabelos e olhos castanhos.

Guardiões Da ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora