O Último Guardião

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Um monge já de certa idade nos recebeu, sorridente e, nos informou que Leonato se encontrava no pátio central, ouvindo os conselhos de um monge experiente junto com outros jovens.

Ele nos dirigiu ao local e apontou um jovem, de pé, virado de costas.

Ele era muito semelhante ao Cristian apesar da pele mais pálida. O monge chamou seu nome e, quando ele se virou, olhou diretamente para Edward e deu um sorriso largo e luminoso com covinhas charmosas de cada lado do rosto.

Sua marca de nascença dobrou-se com o sorriso e, o lindo rapaz caminhou em nossa direção. Felizmente ele não era como os outros monges, vestia roupas normais e um cabelo incrivelmente bem tratado e liso, uma mistura de marrom com mel.

Seus olhos tinham um azul mais forte e, seu rosto expressava uma paz acolhedora.

- Edward, a quanto tempo! - suas palavras eram calorosas e com um sotaque português.

- Leonato! Que bom ver você! - os dois se abraçaram, brevemente. - Esta é Lauren, a garota de quem falei.

- És ainda mais bonita do que pensei. - Falou Leonato, me dirigindo aquele sorriso.

- Prazer em conhecê-lo. - Falei retribuindo o sorriso.

- Como tem passado, esse tempo que ficou aqui? - Falou Edward.

- Muito bem. Tenho aprendido muitas coisas com estas pessoas. Porém confesso que senti muitas saudades de ti e de meu irmão.

- Nós também sentimos a sua falta. Mas agora, podemos ficar todos reunidos, novamente. Vá pegar suas coisas Leonato.

Leonato saiu e, voltou instantes depois com a mala pronta. Seguimos até o carro e, enquanto tio Edward dirigia, eu e Leonato ficamos sentados no banco detrás. Sentir seu cheiro de hortelã me fazia sentir uma paz dentro de mim.

- E então, de onde tu vieste pequena? - Perguntou Leonato puxando assunto.

- Eu sou de Nova York. Morei lá minha vida toda.

- Eu sempre quis conhecer a cidade luz. Quem sabe, quando tudo isso acabar, tu não podes me apresentar à tua cidade.

- Se você me apresentar a sua, quem sabe.

- Está combinado. Tu vais gostar daqui.

Assenti e sorri para ele. Ele fitou meu rosto por um tempo, o que me deixou sem graça.

Chegamos em casa e encontramos Cristian e Pietra nos esperando no jardim. Quando Leonato desceu do carro os irmãos se olharam com emoção e, depois Cristian veio e, abraçou o irmão.

Pietra se aproximou e, falou algumas palavras para Leonato que eu não pude escutar. Todos entramos na casa e sentamos nas cadeiras em volta da bancada para compartilhar nossas experiências com o novo integrante da família.

- E então, como vocês conseguiram encontrá-las? - Perguntou Leonato se referindo a mim,e Pietra.

- Bom, foi fácil encontrar Lauren, ela morava com meu irmão e, a esposa dele, em Nova York. Pietra é que estava um pouco mais difícil. Mas, felizmente conseguimos encontrá-la antes de Luck.

- Onde tu estavas? - Perguntou Leonato a Pietra.

- Estava... Na cadeia.

Leonato assentiu, um pouco sem graça.

- Bom, eu também tenho algumas coisas a falar com vocês. Enquanto estava no mosteiro, descobri um pergaminho antigo e,acho que vocês vão querer saber.

- É sobre a profecia? - Perguntei fitando seus olhos azuis.

- Exato.

- Que profecia? - Perguntou Pietra, com uma expressão de confusão.

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