Reino de Lotis

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Acordei presa em um abraço suave, dado por Leonato que dormia tranquilamente. Ao redor não havia mais ninguém, e o silêncio dominava o lugar. Me perguntei onde estariam os outros e, logo depois fiquei observando Leonato. Seu sono era tranquilo e, apesar do tempo abafado poderia jurar que seu corpo transmitia um frescor de hortelã que anulava o calor mesmo que apenas em parte. Minutos depois seus olhos abriram devagar e, penetraram os meus, em uma especie de conexão. Em seguida ele abriu um lindo sorriso com suas covinhas à mostra.

- Bom dia. - Disse eu.

- Como podes ser tão linda pela manhã?

Desviei o olhar ficando vermelha e sentei no chão da nossa barraca.

- Pare com essas brincadeiras Leonato. - Disse eu, tentando esconder um sorriso que insistia em sair da minha boca.

- Eu não estou a brincar. - Disse ele, sentando-se ao meu lado.

Nos encaramos por alguns segundos até que Pietra irrompeu pela porta da barraca.

- Desculpa atrapalhar os pombinhos mas, Cristian tem algo a falar.

Ajeitei o meu cabelo emaranhado e, fui até o lado de fora, aonde Cristian nos esperava de pé, andando de um lado para o outro impaciente. Em seguida, levantou a cabeça abruptamente me lançando um olhar tão frio que congelou minha espinha. Suspirei e me juntei aos outros. Cristian se posicionou à nossa frente e, começou a falar.

- Bem, eu chamei todos aqui porquê, o amuleto me mostrou as coordenadas para chegarmos ao reino de Lotis. Será apenas umas duas horas de caminhada, mas precisamos estar preparados para escalar as paredes do vulcão.

- A gente vai escalar um vulcão? - Perguntou Pietra.

- Um super vulcão, na verdade.

- Não eh melhor eu arrancar um pedaço do chão e, levar a gente até lá em cima?

- Faça isso e, vai soltar toda a lava embaixo desse chão em cima da gente.

- Droga, detesto caminhadas.

Pietra bufou e, começamos a seguir Cristian que começara sua caminhada com passos firmes, ignorando nossos esforços para alcançá-lo. Depois de meia hora caminhando sem parar, achei que meus pulmões fossem estourar. O ar rarefeito me fazia sentir tonturas frequentes e, eu achei que não fosse aguentar dar mais um passo.

- Tu estás se sentindo bem? - Disse Leonato, afetuoso como sempre.

- Não. Estou sem ar.

- Permita-me ajudar.

Uma brisa leve entrou nas minhas narinas e pude voltar a respirar com facilidade. O ar atingiu a todos do grupo, fazendo com que a caminhada fosse mais suportável para todos. No fim da caminhada, encontramos um portal de ouro maciço com entalhes de guerreiros por todos os lados. Cristian cravou a espada de ouro na fechadura da grande porta e, com um ruído estrondoso, o portal se abriu deixando transparecer a grande cidade que nos esperava. Estranhos arranha-céus se espalhavam, mostrando a grande riqueza do local. Caminhamos lentamente até o outro lado dos portões e, de longe via-se um castelo que se destacava de todos os outros edifícios, provavelmente a casa do rei. Antes de darmos mais um passo à frente, um grande soldado aproximou-se de nós, com olhar de desconfiança.

- Quem são vocês? Como conseguiram entrar aqui?

- Eu sou Cristian e, estes são, Leonato, Pietra e Lauren. Somos guerreiros vindos de muito longe e, viemos falar com o rei, Lotis.

- E o que vocês querem falar com o rei?

- Viemos entregar isto. - Cristian empunhou a espada.

- Como vocês conseguiram isso?! - Perguntou o homem, espantado.

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