Ritual de Boas-Vindas

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Almika me dirigiu até onde os outros estavam e, enquanto caminhava, avistei Cristian, Pietra e Leonato perto da fogueira. Cristian estava com o cabelo macioo e brilhante, vestia apenas uma espécie de saia masculina e tinha uma enorme tatuagem de águia no peitoral. Em seu pulso e seu calcanhar tinha muitas pulseiras e tornozeleiras, feitas de madeira esculpida em cubos. Pietra usava uma roupa parecida com a minha, pulseiras de diamantes e uma maquiagem parecida com a minha. Seu enorme cabelo caía sobre as costas e as tatuagens se destacavam seu corpo esbelto. Leonarto usava uma roupa igual a de cristian e, um colar enorme cheio de ossos de animais pequenos, em seu peitoral destacava-se uma tatuagem de escorpião, e seu cabelo extremamente liso pendia sobre seus olhos azuis.
Chegando perto, Cristian me fitou me estudando e Leonato deixou escapar um olhar malicioso. Pietra, vendo a reação deles, cruzou os braços e bufou com raiva.

- Oi pessoal. Vocês estão ótimos. - Falei, cumprimentando.

- Olá bela dama. - Falou Leonato, beijando minha mão.

Sorri para ele e, logo a rainha aproximou-se de nós.

- Vejo que meus irmãos trataram bem de todos vocês. - Falou ela rodiando Leonato. - Talvez o cavalheiro possa acompanhar a rainha em uma dança. - Ediana puxou Leonato sem dar tempo de ele responder.

- Eu também não quero ficar parada. - Falou Pietra. -  Cristian, vamos dançar?

- An, claro. - Ele me fitou por alguns instantes e os dois saíram.

Sentei em um tronco de árvore e, suspirei de frustração. Tanta produção pra nadaFiquei pensando por alguns segundos até que Tarak se aproximou e me puxou para dançar com ele.
Tentei seguir os passos das sagazes dançarinas da tribo e, até que não fui tão mal. Tarak me fez esquecer tudo e, eu me diverti bastante com ele. Logo estávamos rindo e, dançando ao redor da fogueira, que creptava. Quando estávamos cansados de dançar, Tarak me ofereceu uma bebida típica da tribo feita com morango, hortelã e menta. Alguns Alcanianos solicitaram seu auxílio para buscar mais lenha para a fogueira e então fiquei sozinha novamente. Estava quase voltando para a barraca, para ver se Almika se encontrava por lá, quando uma mão quente pousou sobre meu ombro.

- Não guardou nenhuma dança pra mim?

Me virei e dei de cara com Cristian me perfurando com seus olhos azuis.

- Você estava bem ocupado para dançar comigo.

- Mas agora não estou mais.

Ele me puxou contra seu peito e, fomos para perto da fogueira.

- Eu nunca vou conseguir te entender.- Falei.

- Ué, porquê não?

- Pensei que você quisesse ficar longe de mim.

- Querer, é diferente de conseguir.

- Você estava cumprindo bem sua tarefa até agora.

- Você por acaso quer que eu continue, é isso?

- Não. Não é isso.

Ele soltou um sorriso luminoso. Aproximando seu rosto do meu, na intensão de me beijar, porém eu coloquei os dedos em seus lábios.

- Não faça isso.

- Porquê?

- Sempre é assim. Você me beija, me dá esperanças, mas no final sempre me deixa sozinha e confusa.

- Desculpa se eu te faço sentir assim.

- Só não faz mais isso.

Ele soltou um suspiro e, apoiou o queixo na minha testa.

- Tudo bem.

Aos poucos os festejos foram parando e, eu e Pietra fomos conduzidas a uma barraca onde se encontravam nossas mochilas. Troquei de roupa e me preparava para dormir, quando Pietra se aproximou de mim com uma expressão séria.

- Lauren, será que a gente pode conversar?

- Claro.

- O que você tem com o Cristian?

- Porquê você está me perguntando isso?

- Eu vi o jeito que ele te olha.

- Bem, nós não temos nada um com o outro. Pelo menos não mais.

- E algum dia já teve algo?

- O que houve entre a gente não passou de dois beijos. E isso já faz algum tempo.

- Entendi. Sabe, tem um tempo que eu gosto dele. E confesso que sinto ciúmes quando vocês estão juntos.

- Não precisa sentir ciúmes. Eu e ele não temos nada.

- E quanto ao Leonato? Ele também parece gostar muito de você.

- Eu e ele somos apenas bons amigos. Não passa disso. - Deitei e virei para o outro lado da barraca. - Boa noite.

- Boa noite.

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No dia seguinte, Acordei com Almika mexendo em algumas coisas dentro da barraca. Ela rapidamente me entregou algumas roupas leves e, uma armadura de metal pesado.

- O que é isso?

- Lokesh está se aproximando. Ele planeja tomar nossas terras hoje mesmo. Vista isto ou será estraçalhada em pedaços durante a batalha.

- Onde estão os outros?

- A rainha, Tarak e seus amigos estão em uma outra barraca discutindo estratégias de batalha. Eu conduzirei a senhorita até lá.

Seguí Almika que andava apressada até uma barraca do outro lado da pequena aldeia. Sentei ao lado de Tarak e, ouvi em silêncio enquanto a rainha falava.

- As tropas de Lokesh são fortes, mas se cada um de vocês usar seus talentos nós temos uma chance. Com os poderes combinados as possibilidades de ataque são infinitas e, nós usaremos todas as armas da tribo para derrotar os monstros que se aproximam.

- nós faremos tudo que está ao nosso alcance. - Disse Pietra.

A rainha nos instruiu sobre os pontos fracos do monstro, sendo o pescoço e os olhos, além de que, se você acertasse o monstro exatamente no meio da nuca poderia levá-lo a óbito. Porém, não adiantaria nada matar esses animais, sem matar aquele que os tornou agressivo. Lokesh. Se ele sair vivo da batalha, poderá recrutar novos alcens e, voltar a aldeia para tomar suas propriedades. Discutimos quanto a quem mataria o feiticeiro e acabamos chegando a conclusão que Cristian tinha melhor controle sobre seu poder de fdogo e poderia atingi-lo de certa distância. Saímos da barraca e todos os homens da tribo já se encontravam posicionados com suas armaduras e espadas em mãos. Eu e os outros guardiões assumimos a linha de frente ao lado da rainha. Tarak deu um assobio silencioso e vários tigres negros enormes surgiram entre as árvores. Tarak colocou todas as mulheres e suas crianças montadas nos animais e ordenou que elas fossem levadas a uma caverna onde ficariam seguras e longe da batalha. Ediana, a rainha subiu em um dos tigres porém ficou para guerrear conosco. O chão começou a tremer com o peso dos grandes monstros que corriam ao nosso  encontro por entre as árvores. Logo eles surgiram e, a grande batalha começou.

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