No dia seguinte acordo cedo, tomo um café preto, me arrumo, e começo o longo e estressante dia.
Passo pelo corredor dos selecionados com uma carta na mão.
Bato na porta e a entrego ao mordomo, certa que Lewis ainda não acordou.
Na volta, vejo Atari.
- Alteza... - ele olhou para os dois lados, com medo de que alguém nos ouvisse. - Que tal voltar aos velhos hábitos?
- Atari Kingdon! - dou um tapa fraco nele. - Isso é jeito de falar com uma princesa?
- Desculpe princesa. Alteza, princesa Kerttu Schreave Koshinen, quer me beijar em uma dessas salas? De novo. - ele se aproxima mas foi um passo atrás.
- As coisas mudaram Atari.- digo sem olhar nos seus olhos. - Podem ter sido só alguns dias em que ficamos afastados, mas nem tudo é como antes.
Ele engoliu em seco.
- Tudo bem. Eu entendo, farei de tudo para te reconquistar, porque sinto que estou empatado com os outros agora.
**
- Senhorita Brice? - Digo entrando na sua sala. - Eu sei que está ocupada garantindo que o reino não se desmanche, mas posso te perguntar uma coisa?
- Claro querida, sempre que precisar. -ela diz em um tom doce e segura minhas mãos.
- Você me acha capaz, de ficar no lugar dos meus pais? Eu, mais do que nunca, hoje, me sinto incapaz de fazer qualquer coisa.
Senhorita Brice, com as rugas na testa, as mãos meio trêmulas, e mesmo assim sem querer deixar seu posto, se ajeita na cadeira e me olha.
- Eu acho que você é capaz de fazer tudo o que quiser, porque você tem a determinação da sua mãe e a bondade do seu pai, e só com essas coisas, você faz qualquer coisa. Por isso eles são o casal perfeito. E você, é o produto disso, tem tudo o que uma rainha, uma monarca precisa ter. Mesmo que tenha um primeiro ministro por trás.
Respirei fundo. As palavras por mais simples que fossem, mudaram o meu dia.
- Obrigado senhorita Brice. - Digo e a abraço. - Eu realmente precisava ouvir isso.
Saio correndo, ignorando tudo que me ensinaram sobre como uma princesa deve andar e agir.
Sempre tive dúvidas sobre poder ou não subir ao trono. Me sinto como uma garotinha, colocando uma tiara de plástico na cabeça e fingindo ser uma princesa.
Balanço um pouco o corpo para voltar a mim.
Caminho lentamente até o meu escritório.
Abro a porta e me deparo com um buquê enorme em cima da minha mesa.
Caminho devagar até elas. Um cartão se encontra entre as mais lindas flores.
O cheiro se espalha pela sala, me dá uma sensação de leveza.
Pego o cartão tomando cuidado com as flores." Tecnicamente estamos nos ignorando um pouco depois do que aconteceu no meu quarto. Mesmo com a dança, me sinto distante.
Pensei no que um príncipe encantado faria.
Bom, não sou muito bom com isso, então tenha paciência comigo.
Sabe que estou aqui porque você é quem eu quero para a minha vida. Não se esqueça de mim.Sorrio ao perceber que não preciso ler o nome no final para saber de quem é.
Phillip... mesmo não me surpreendendo com isso, me surpreendo do quanto meu coração pula por esse simples gesto.
Seguro a carta contra o peito. Queria colocá-la no mais famoso museu do mundo para todos admirarem.
Coloco a carta no meu porta joias. Eu tenho milhares de joias, as mais simples, as minhas favoritas, ficam nesse porta joias. A carta de Phillip, é simples, mas uma das minhas joias favoritas.Comecei a descer para o almoço com mil coisas na minha cabeça. Mas então me lembro, prometi a Oscar um almoço.
Saio correndo da maneira mais certa possível.
Bato na porta do quarto dele e o mordomo abre.
- Alteza. - ele diz baixinho e faz uma reverência.
- Eu já falei, deixa que eu abro! - Oscar diz de dentro do quarto.
O mordomo abre a porta e Oscar me vê.
Não consegui me arrumar, fiquei exatamente como estava, e mesmo assim fiz ele paralisar.
- Hum, Ker...Alteza, poderia dizer ao gentil senhor, para que ele me deixe ficar sozinho de vez em quando. - ele pede sem tirar os olhos dos meus.
- Senhor, poderia nos deixar a sós? - peço com o olhar ainda em Oscar.
O mordomo faz uma reverência e sai.
Oscar pisca algumas vezes e volta ao que estava fazendo.
- Ele não me deixa abrir a porta, escovar os dentes sozinho, sair quando eu quero...
- Mas não deve sair tarde da noite. - digo e sorrio.
- Eu não sei se já pedi desculpas pela minha ignorância daquela noite.
- Já, já pediu. - chego mais perto.
Percebo que a cada passo meu na direção dele, ele respira mais forte, como se se eu encostasse, o coração dele ia parar.
- Sempre teve dificuldade com gravatas?
- Eu nunca usei muitas na verdade.
- Com o que trabalhava? Antes de vir para cá, digo.
- Eu tocava em festas. Minha irmã canta e eu toco.
- E você sabe cantar?
- Mais ou menos.
- Eu puxei o hobbie da minha avó, e sou melhor que a minha mãe tocando piano.
- Posso ouvir algum dia?
- Eu gostaria de ouvir você tocar... - dou mais um passo para frente.
Como vou descobrir se é você, se você não me deixa se aproximar?
Com um pé na frente do outro, bem devagar, eu me aproximo e coloco a mão no seu rosto.
Segundos antes seu coração estava batendo rápido, como se fosse saltar do peito. Agora, bate normal.
- Oscar, eu tenho uma pergunta para fazer. - digo.
- Pergunte.
- Eu queria saber por que tem medo de mim.
Levanto meus olhar até seus olhos, que estão concentrados nos meus.
- E-eu, não é você exatamente. Você não tem culpa por eu ser assim.
- E por que você tem essa fobia a pessoas?
- Não chamaria desse jeito.
- Se você não me deixar ver você de verdade, eu não posso te conhecer.
- E se eu não querer que você me conheça?
- Eu não vou poder me apaixonar.
Ele para de falar.
- Eu vou tentar. - Ele diz.
- Eu também.Desculpem a demora pra postar, fiquei com bloqueio criativo.
Me contem quais são os shipps e deixem a estrelinha se gostaram!
E o que acharam da nova capa?

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Depois de A Coroa
FanfictionFanfick de A Seleção... "Senhoras e senhores! Este ano, 15 anos depois da seleção da rainha Eadlyn, a princesa Kerttu resolveu fazer a sua própria Seleção, como a da mãe, de garotos. 35 garotos serão sorteados para vir ao palácio disputar pelo cora...