Capitulo 14

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- Aí! - Exclamo novamente.
- Desculpe de novo alteza.
Onde está Hale nessas horas? Cora está arrumando umas coisas não terminadas antes da festa. Iris sumiu, e esse cara nem sabe o que está fazendo no meu vestido.
Meu vestido ficou lindo com a minha cor de pele, meu cabelo, combinou super bem comigo. Mas sem os ajustes atrás, vai ficar caído e feio.
- Deixe-me tentar. - mamãe aparece e caminha até mim.
Estou a salvo em suas mãos, esse é o seu dom. Se tivesse tempo, ela desenharia a melhor linha de roupas já vista.
Ela começa a ajeitar com perfeição a parte de trás do meu vestido.
- Obrigado mãe. - sussurro.
- De nada querida.
Ela continuou e depois parou na minha frente admirando seu trabalho.
- Você está tão linda. - Ela diz. - Está a cara do seu avô. Linda como o avô, indecisa como a avó, encantadora como o Ahren, bagunceira como o Osten, inteligente como o Kaden e perfeita como Eikko...
- E poderosa como a Eadlyn. - digo e ela abre um sorriso.
- Vamos? - Papai diz parando na porta.
Papai ofereceu o braço e mamãe foi ao seu lado e eu caminhando atrás.
O salão está perfeito. Tudo exatamente como eu planejei. Dei duro para essa festa ficar incrível, e estou satisfeita com o resultado.
Meus pais são anunciados e entram no salão. Depois, sou anunciada e meus joelhos tremem, mas caminho com elegância.
Assim que entro no salão Jeremy já veio ao meu encontro. Ele me abraça sem se importar com o que qualquer outra pessoa vai achar, e adoro isso, pois sei que ele não faz por vantagem.
- Obrigado Kerttu, não tem ideia do quanto isso significa pra mim.  - Ele diz quando me solta.
- De nada. - Digo e o abraço de novo. Ele fez um gesto de supresa indo para trás, mas depois me abraçou também.
Me afasto e então vejo Iris, com um lindo vestido branco, que ficou incrível com o tom de pele negra dela, realmente linda. Ela faz um sinal desesperado para mim.
Vou até ela com calma e sorrindo, como se eu nem soubesse que pela sua expressão, vinha notícia ruim.
Ela age naturalmente e enlaça o braço no meu.
- Você viu quem está aqui? - ela diz ainda sorrindo, falsamente.
- Não, quem?
- Marid Íllea.
- O cara da televisão?
- Esse mesmo. - ela aponta com a cabeça.
Olho para ele, me lembro perfeitamente, o jeito de galã, o queixo perfeito, os olhos lindos, mesmo velho ainda parecendo tão novo. Entendo porque a mídia achou que minha mãe teria um caso com ele.
- Minha mãe sabe? - pergunto sendo cautelosa.
- Não, Alex foi avisa-los.
- Alex? Voltaram a se falar? - Não que eu me importe.
- Aí! Tenho que te contar tudo depois! Mas resolva as coisas com o Marid. - ela diz e depois some pelo salão.
Olho para o lugar onde ele estava antes, e para a minha supresa, não está mais.
Meu olhar percorre todo o salão.
Vou até a entrada e então o vejo e ele se vira para mim.
- E então minha querida... - Ele diz como se fossemos conhecidos.
- Não me chame assim. - ordenei.
- Como quiser alteza. E como vai a primeira ministra?
- Por que quer saber?
- Porque ainda há tempo de me tornar um primeiro ministro. O que acha? - ele diz em tom de deboche a última frase, como se a minha opinião não importasse.
- Acho que você devia ir embora.
- Você sabe por que estou aqui?
- Certamente pela comida, pois não vai conseguir mais nada aqui.
- Estou aqui por você princesa. Sua mãe não ensinou? Aja com naturalidade e sorria.- ele diz e se ajusta rápido do meu lado e um flash dispara no meu rosto.
- Ficou boa. - o cara com a câmera diz.
- Não me toque! - empurro ele para longe.
- Nos veremos em breve, e diga para a sua mãe que mandei lembranças.
Começo a chamar os guardas, mas ele entra no carro na frente do palácio e se vai.
Seria melhor para o público se ele tivesse sido tirado a força.
Sinto que a foto tirada terá muito a ser dito, já imagino a manchete "pai vai visitar filha no palácio?". Me dá até um gosto ruim na boca.
- Querida, onde está Marid? - Mamãe chega.
- Ele já foi. E acho que vai dar muito o que falar.
- Tudo bem, você não precisa se incluir nisso, volte para a festa. Eu preciso falar com a Brice sobre isso. - mamãe diz - Amor você poderia..
- Eu estou indo. - papai, como se lesse a mente da minha mãe, se foi pelo corredor.
- Mãe o que está acontecendo? - Amber surge, seguida por Heidi.
- Nada queridas. Voltem para o salão. - Mamãe diz.
- Venham comigo. - Chamo.
Elas me seguem para dentro do salão.
- Alteza? - Phillip chega perto e as garotas saem. - Acho melhor não perguntar o que aconteceu. Mas quero perguntar se posso fazer algo a respeito.
Sempre tão doce. Alivío minha cabeça só do jeito que ele fala comigo, o jeito que minha mão se encaixa perfeitamente na dele, o jeito que os nossos lábios se movem quando está me beijando.
Balanço a cabeça rápido ao tentar me livrar do pensamento. Foco.
- Dance comigo. Só você para conseguir me tirar dos problemas. - Digo e ele sorri. Sem querer, fiz um elogio.
- Seria um prazer. - Ele estende a mão e eu aceito.
Ele me leva ao centro do salão e dançamos com a música tocada ao vivo.
Danço com meu corpo totalmente colado no de Phillip e a cabeça encostada em seu ombro. Queria poder chorar nesse ombro quando precisasse, e abraçar sempre que quisesse. Mas não é bem assim. Ainda tenho 20 selecionados na minha casa, e hoje, vou eliminar 10 deles, os que tenho certeza que não sinto nada.
Me agarro mais forte em Phillip, como se a minha força o prendesse aqui.
- Ei? - Phillip diz e olho para ele. - Vai ficar tudo bem. Você vai dar um jeito. Não importa o que aconteceu, ou virá a acontecer, você dará um jeito, eu sei disso.
Ele me abraça como se não estivéssemos em um salão lotado. Continuamos abraçados com o salão todos girando a nossa volta, todos dançando, estou com vontade de chorar sem muitos motivos, mas talvez não seja capaz de parar se eu começar.
Me solto dos seus braços com calma.
- Obrigado Phillip. Queria fazer o mesmo por você algum dia. - digo.
- Não precisa. E saiba que se precisar, eu estou aqui, não se esqueça. - ele dá um beijo de leve nos meus dedos e sai da minha frente.
Logo Atari aparece na minha frente e quero dar um soco na cara dele pelo jeito sarcástico e irritante só do seu olhar.
- Não era para olhar para a sua cara até o final da semana. - digo.
- Então acho que eu perdi a aposta. - ele, sem a minha permissão, me puxa e me gira e começamos a dançar.
- Não aguentou ficar longe de mim? - pergunto debochada.
- Descobri que não consigo ficar longe de você tanto quanto não consigo dançar. - quando diz isso dá um passo errado e pisa no meu pé sem querer. - Desculpe. - Rio. - Podem me tirar o que for preciso, que eu não ligo, mas só vou conseguir me afastar de você, se me tirar daqui a força.
Atari, o garoto que queria ir para casa nos primeiros dias aqui, agora só vai sair daqui arrastado?
- Então eu sou... irresistível? - jogo o cabelo para trás e faço a voz exatamente do mesmo jeito que ele fez e ele ri.
- Com certeza alteza. Isso talvez seja até perigoso para você, deveria andar com guardas o tempo todo, mas espere, eles também iriam se apaixonar.
Depois dessa dou uma risada alta e escandalosa. Olho em volta, ninguém notou muito, mas não é a atitude de uma princesa.
Dou um tapa um pouco forte em Atari e ele ri.
- Nunca mais me faça passar vergonha assim. - digo furiosa.
- Não está passando vergonha alteza. Todos adoram ver você rindo. Parece algo difícil de se conseguir.
Mesmo com todas as preocupações na minha cabeça, ainda consigo parar de pensar, parar de me preocupar, por ele.
Atari conquistou uma parte do meu coração sem querer, e mesmo se isso acabar e ele não for escolhido, ele sempre terá um lugar especial no meu coração.

Não esqueçam da estrelinha e do comentário! Estou colocando capítulo novo de dois em dois, mas amanhã vou postar mais um

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