11º Capitulo

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"Não me convidas para a entrar?" a sua voz é extremamente rouca talvez por ele não falar à algum tempo e isso faz me pensar quanto ele deve ter demorado para bater à porta

Sinto o sangue aquecer nas minhas veias quando ele dá um passo em frente mas paro-o.

"O que é queres?" dou um passo colocando-me à sua frente não o deixando entrar e pela primeira vez a minha voz não falha

Os nossos olhos estão colados desdo primeiro segundo em que nos encaramos e é como se houvesse uma força à nossa volta que nos obrigasse a esse gesto mais do que a pestanejar ou respirar.

"Conversar" a voz dele arrepia-me por toda a ironia que ela carrega

Ele está tão diferente. Tão mau e tão provocador em tudo o que diz.

"Só conversar. Queres vir tu para o corredor?" A sua tentativa de piada não faz despertar um único pingo de graça nem em mim nem nele

O contacto e a força que as perolas castanhas têm em mim enfraquecem-me e sinto o ar voltar aos meus pulmões quando o quebro e me afasto para ele entrar.

O seu corpo entra pela minha sala e a imagem faz o meu coração apertar por todas as vezes que inconscientemente eu o tinha imaginado a ele, a entrar pela minha casa.

"Então é mesmo verdade que estás a morar aqui" ele olha para todos os pormenores e apenas vejo as suas costas

"Como é que descobriste?" fecho a porta e deixo-me ficar encostada a ela

Não consigo estar relaxada na sua presença. Não consigo deixar que o meu coração pareça que vá rebentar a cada segundo, e não consigo ficar calma nem descontraída.

"Foi mais fácil do que tu pensas" ele roda o corpo na minha direção e os seus olhos voltam ao meu corpo

O que é que ele quer? O que é que ele pretende com este tipo de respostas?

"Como é que te deixaram subir?" ele solta uma gargalhada irónica antes de voltar a rodar costas e o silêncio toma a sua resposta

Vejo-o de novo a analisar cada pormenor do espaço. A olhar fixamente para cada moldura e para cada objeto e ele continua sem dizer nada.

Os seus braços mexem-se juntamente com o seu corpo e ele despe o casaco que tapava o seu tronco poisando-o em sima do sofá.

Os segundos parecem dias, e o tempo parece ter congelado como se todo o mundo lá fora estivesse parado, e apenas nós nos poêssemos mexer.

Dava qualquer coisa para saber no que ele está a pensar neste preciso momento. Ou pelo menos para conseguir voltar a ler os seus gestos e expressões como antes conseguia.

"Zayn o que é que vieste mesmo cá fazer?" a forma como prenuncio-o o nome dele fa-lo fechar ainda mais os punhos mas rapidamente se recompõe

Afasto-me finalmente de onde estou andando para mais perto dele e ele roda nos calcanhares para ficar de novo virado na minha direção. Sinto um arrepio passar por todo o meu corpo quando os meus olhos se colam aos seus braços e a sua estrutura mais rígida, mais forte, consigo perceber que ele têm o corpo mais trabalhado e mais tinta preenche a sua pele. Tanta tinta quanto histórias novas que ele deve carregar.

"Ainda não paras-te com as perguntas" ele passa a língua nos labios enquanto me finta

Onde é que ele quer chegar?

"Zayn, eu não estou com cabeça para estes jogos, o que é que vieste aqui fazer?" sinto a minha voz enfraquecer mas ele não perde a sua posição rígida em momento algum

Fire 2 || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora