Fire 2 || Z.M

15º Capitulo

                  

Forço os meus olhos a abrirem.

Sinto-os inchados e dormentes mas mesmo assim tento abri-los.

A minha visão demora um pouco a focar, mas quando isso acontece encaro a minha sala. As imagens na televisão passam num som quase inaudível e assim que me tento mexer uma dor aguda percorre o meu pescoço.

Esfrego um dos meus olhos violentamente e começo a encarar o corpo de baixo de mim.

A sua camisa esta desajeitada no seu corpo deixando-me ver a pele morena do fundo de um dos seus lados da barriga. As suas pernas cobertas por calças pretas estão caídas para além do sofá e é tudo o que consigo ver.

Não quero levantar-me mas também não quero voltar a fechar os olhos. Tenho medo que se acordar de novo me aperceba que isto foi realmente um sonho e ele não está aqui.

Subo a minha cabeça lentamente e tenho que fechar os olhos com a dor que sinto no meu pescoço.

Forço-me a subi-la mais uns centímetros e quando finalmente abro os olhos todo o meu corpo ganha vida.

O meu peito enche, e sinto o meu coração bater mais fortemente.

Ele ficou mesmo aqui comigo a noite toda.

Os seus olhos estão fechados levemente e as pestanas invejáveis dele tocam no topo das suas bochechas. Os seus labios estão fechados numa linha, e as suas expressões fazem-no parecer ele. O Zayn de que eu me lembrava.

Respiro fundo sentindo mais uma vez o seu cheiro e aconchego-me nele com mais força.

O seu cotovelo está apoiado no braço do sofá, e a sua cabeça cai na sua mão. Ele vai acordar com uma dor nas costas terrível.

Toda a minha atenção vai de novo para as suas expressões e tenho vontade de lhe tocar. De o acariciar, e mexer no seu cabelo com antes fazia para o acordar.

Fixo os meus olhos no seu cabelo e as pontas loiras continuam a chamar a minha atenção, nunca pensei que ele o fosse pintar mas sinceramente eu adoro. Desço de novo o meu olhar e ele cai numa das suas orelhas. Estico-me ligeiramente para olhar para a outra também e confirmo que ele fez dois novos furos, um em cada, ficando com dois brincos em cada orelha.

Continuo a encara-lo na forma mais inocente e vulnerável que acho nele, a dormir, e sinto uma faca no meu peito quando a pequena bola de prata no seu nariz chama a minha atenção.

Lembro-me de lhe ter dito para não o fazer, e ter gozado com ele na altura, mas claro que lhe fica bem. Claro que tudo nele fica bem.

Desço agora o meu olhar para o seu tronco e toda a tinta preta que a camisa branca deixa aparecer chama a minha atenção. Novas imagens e figuras que não conheço saltam-se à vista e dava qualquer coisa para saber o que elas significam, e porque é que ele as fez.

Uma nova frase que transparece no seu peito mesmo ao lado de onde deito a minha cabeça capta a minha atenção. Tento afastar-me ligeiramente para perceber através da camisa o que quer dizer mas é quase impossível. Tento rodar as letras ao contrário na minha mente, tento ler de baixo para cima, de cima para baixo, de trás para a frente mas continuo sem perceber.

Deve ser outra tatuagem escrita em outra língua como ele têm a do ombro.

Sinto-o mexer de baixo de mim e o meu coração aperta mas ele não acorda.

Mecho a minha mão por de baixo da manta e levo-a até a cara dele. Aproximo-a da sua bochechas mas é como se por mais que eu quisesse não pudesse tocar-lhe.