23º Capitulo

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Todo o ar do quarto é sugado e o tempo parece congelar.

Sinto o meu coração apertar, e toda a cor dos olhos dele vai-se.

"Podes por lá outra vez, eu falo depois" a minha voz quebra-se a meio da frase e sinto a minha garganta apertar

Por favor Zayn volta.

"Podes atender agora, eu já me ia levantar" ele estica de novo o telemóvel na minha direção e meche-se debaixo de mim

Não Zayn.

"Não, não é por causa de ti é que eu-" a minha voz falha

Merda Emma.

"Não quero falar agora" ele não tira os olhos dos meus por um segundo e a força com que ele me encara parece retirar tudo de mim

"Eu compreendo Emma, eu já me estava a levan-"

"Estou" paro tanto o seu corpo que se tenta levantar como a sua voz e atento o maldito telemóvel

Quero que ele perceba que não é o facto de ele poder ouvir a conversa que me faz não querer atender.

"Emma como estás?" a voz rouca houve-se do outro lado

Merda Harry.

"Eu fiquei tão preocupado contigo quando descobri o que aconteceu e vi que não estavas em casa" os olhos do Zayn não saem de mim por um segundo e sinto o ar a nossa volta cada vez mais irrespirável

"Está tudo bem Harry não precisas de te preocupar" ele estremece e deixa os meus olhos assim que ouve a palavra Harry soar pelos meus lábios

"Eu vou ter contigo agora, em que hospital estás Emma?" a voz dele é apressada mas não consigo dar-lhe a minha atenção agora

"A- não é preciso Harry, eu não estou em-"

"Eu não tenho que estar a ouvir isto" a voz rígida dele corta-me e sinto um chuto no meu estomago

Ele afasta-me de cima de si brutamente empurrando-me, e levanta-se no segundo a seguir.

Sinto o meu coração apertar de uma forma que não apertava à anos, e é como se estivesse a voltar a trás no tempo, e congelo por segundos.

"Harry eu depois ligo-te" sou mais rígida do que pretendo e quebro o que quer que fosse que ele estava a dizer

"Emma o que é que se passa?"

"Harry por favor eu não posso falar agora, eu depois ligo-te, espera que seja eu a ligar-te" é a ultima coisa que digo depois de desligar o telemóvel e o mandar para uma ponta qualquer da cama

Levanto o meu corpo dos lençóis onde estava à minutos a achar tudo bom de mais e sinto o frio atacar as minhas pernas.

Ando até a porta por onde ele saiu à segundos e ajeito a sweat no meu corpo, prendendo também o meu cabelo num rabo de cavalo.

O chão frio por de baixo dos meus pés ataca-me assim que piso o chão do corredor e sinto-me meio que perdida.

A claridade não é muita e consigo reconhecer uma fonte de luz vinda da escadaria à minha direita. Caminho até ela não dando a mínima para os pormenores da casa e desço a escadaria flutuante de pedra preta de dois em dois.

O meu coração para quando começo a avistar o espaço do primeiro piso e desta vez é impossível não reparar em todos os pormenores.

Nada têm haver com a antiga casa.

Sim, as paredes continuam a ser em tons de branco e cinza mas esta parece vazia e fria, ainda mais fria e triste que a anterior.

Levo alguns segundos até parar de observar cada canto e quando chego ao fim das escadas oiço barulho vindo de novo da minha direita.

Fire 2 || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora