28º Capitulo I

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P.O.V Zayn 

Tenho o meu coração a bater de uma fora estranha e estupida que não consigo controlar e estou mais nervoso do que pretendia.

Abafo a minha cara contra as minhas mãos e faço os meus dedos puxarem o meu cabelo violentamente enquanto deixo uma respiração pesada sair pelos meus lábios.

Ela está lá em cima a trocar-se, eu emprestei-lhe umas daquelas calças elásticas que as raparigas usam cinzentas, leggins? legings?

Há foda-se.

Eu emprestei-lhe umas dessas coisas cinzentas que tinha cá por casa de uma das minhas irmãs uns ténis também de uma delas e uma camisola minha, e ela está lá em cima ao que parecem ser 3 anos a vestir-se, como se eu não pudesse estar lá com ela.

Não consigo parar de andar de um lado para o outro enquanto ela não descer, e enquanto não me contar o que é que se passou, o que é que a deixou naquele estado e a fez vir ter comigo com os olhos feitos em agua.

É uma dor tão agoniante e tão forte vê-la chorar, é uma dor ainda maior que antes porque eu agora não posso fazer nada. Posso estar aqui para ela como estou agora, mas não a posso manter sobre a minha visão sobre 24 horas como fazia antes e proibir que o que quer que seja lhe toque e a magoe. Não posso fazer nada.

Passos leves e calmos fazem-se ouvir no topo das escadas e ela têm toda a minha atenção nesse preciso momento.

É impossível conter a forma como o meu peito aperta quando a vejo com a minha camisola vestida e quero soquear-me a mim próprio por isso.

O seu corpo parece frágil, muito muito frágil agora que ela saiu do seu vestido de adulta e dos seus saltos. Os seus olhos ainda estão vermelhos tal como os seus lábios também estão um pouco mais rosados, qualquer vestígio da pouca maquilhagem que ela usa abandonou a sua cara, o seu cabelo está solto e as ondas já meio desfeitas e naturais deixam-na com a aparência da miúda que eu conheci, e expulsão qualquer traço da mulher que ela construiu.

"Mais calma?" pergunto assim que ela desce do ultimo degrau

"Desculpa ter vindo" ela finalmente olha para mim e a voz dela magoa-me

Quero dizer-lhe que não têm que pedir desculpas, que pode vir quando quiser à hora que quiser mas eu não a posso iludir ainda mais do que já iludi.

Não lhe posso dar esperanças de uma coisa que depois não vou conseguir dar-lhe.

"Tudo bem Emma, não te preocupes com isso agora" aproximo-me dela num impulso instantâneo e imediato, e faço a minha mão tocar na sua testa para desviar uma mecha de cabelo

O meu toque parece causar algo nela e isso deixa-me feliz, ela continua com a cabeça para baixo e parece completamente perdida e confusa.

Puxo-a de novo para mim e ela encosta imediatamente a cabeça ao meu peito. As suas mãos abraçam as minhas costas e eu aperto-a contra mim. O cheiro do cabelo dela preenche-me quando inspiro fundo e como eu tinha saudades disso.

O corpo dela parece ainda mais frágil e quebrável agora, e adoro quando ela está sem saltos e desta altura, sinto realmente que por momentos consigo agarra-la e formar um escudo à sua volta e que nada nem ninguém consegue tocar-lhe sequer.

"Isto nunca vai acabar pois não?" a voz dela é como um suspiro no vazio quase inaudível e sinto que ela está a falar para si própria

"Isto?" passo uma das minhas mãos no seu cabelo

Fire 2 || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora