16º Capitulo

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"O que é que fizes-te, durante estes últimos 4 anos?" a sua voz soa e a sua pergunta roubam todo o ar dos meus pulmões

Nos últimos 4 anos?

Pensei em ti.

Imaginei, onde estarias, com quem estarias e se estarias bem todos os dias.

Perguntei-me todos os dias se estavas fechado naquela prisão, se estavas ferido, se estavas magoado, e no que tu estarias a pensar?

Imaginei como seria o dia em que te voltasse a ver. O dia em que tu saísse-se da prisão e viesses a correr pedir-me desculpas, ou dizer-me que havia uma explicação lógica para o que tinha acontecido e que nunca tinhas morto a minha mãe.

Tentei todos os dias esquecer-te, e convencer-me que não tinhas passado de um namoro adolescente. Convencer-me que tu não tinhas significado assim tanto para mim, convencer-me que te odiava, que poderia facilmente retomar a minha vida sem tu ocupasses alguma memoria e sombra do meu passado, e quis convencer-me que poderia encontrar alguém melhor que tu.

"Nada" a minha voz falha quando os meus olhos voltam a chocar contra os dele

Eu ainda não acredito que ele está mesmo aqui.

"Nada?" ele parece surpreendido pela minha resposta

"Estás a trabalhar, pelo que sei começas-te assim que acabas-te o teu curso. Estás em outra casa, nesta casa, suponho que tua, e vais-me dizer que não fizes-te nada estes anos?" o seu tom não é rígido mas não consigo perceber o sobre-tom que transparece

É como se ele não estivesse nem a ser 100%simpático, nem 100% rígido.

"Se eu te perguntar o mesmo tu respondes-me?" a sua expressão muda por segundos e sei que o apanhei de surpresa

"Okay é justo, não tens que me responder" ele dá uma trinca numa das suas torradas sem nunca retirar os olhos de mim e o silêncio instala-se

O som do vento lá fora é tão alto que consigo ouvi-lo daqui e este mistura-se com ambos os sons da nossa respiração.

A minha cabeça não consegue parar de reproduzir imagens de ontem, e é como se eu ainda não conseguisse imaginar que ele realmente veio ontem e esteve aqui comigo. Que eu desabafei com ele como fazia antes e que eu voltei a sentir os seus braços á vinha volta a apertar-me contra si como eu nunca pensei que iria voltar a acontecer, tal como acordar e poder olhar para ele.

"À alguma coisa que queiras perguntar-me Emma?" acordo e apercebo-me que estive a olhar para ele durante este tempo

Eu quero perguntar-lhe tantas coisas.

"Como é que descobriste que eu vivia aqui?" pergunto a primeira coisa que me vêm à cabeça e bebo o ultimo golo do meu sumo

Os seus olhos continuam sem sair de cima de mim e é como se ele conseguisse ler os meus pensamentos pela intensidade com que me olha.

"Os teus gostos não mudaram muito Emma, este apartamento é a tua cara" ele olha em volta e sinto o meu coração encher

Ele têm razão. Fui eu que escolhi cada parte dele, cada objeto, cada cor. É sem duvida o sitio onde eu sempre quis viver.

É um apartamento alto, um pouco mais isolado do centro da cidade e da confusão além de que têm um jardim partilhado entre todos os meus vizinhos lindíssimo.

"De certeza que não andas-te por toda a cidade à procura do apartamento que mais se parecia comigo" quase consigo ver a sombra de um sorriso quando falo e levanto-me da minha cadeira segurando os pratos na mão

Fire 2 || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora