13º Capitulo

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"Acho que já chegamos" a voz do homem no banco da frente acorda-me do meu transe

Espreito pela janela e tremo quando encaro a casa onde morei durante anos.

"Desculpe, eu- eu estava distraída" fungo do nariz e limpo o resto de água dos meus olhos o que lhe parece chamar a atenção

Maldita a hora em que o meu carro avariou. Já está à semanas na oficina.

"Esta tudo bem?" a sua cabeça deixa de me olhar pelo espelho e ele roda-a

"Sim sim, obrigada" pestanejo freneticamente para conseguir voltar a focar a minha visão

"Demoro cerca de meia hora, prometo que lhe pago cada minuto aqui" ele dá-me um sorriso mais relaxado do que eu estava à espera antes de eu fechar a porta e tento retribuir-lhe

De todas as minhas viagens de táxis acho que nunca encontrei alguém tão simpático quanto ele.

Subo finalmente o olhar e sinto o meu corpo congelado. Fico especada a olhar para a porta da minha antiga casa.

Oiço o som do carro atrás de mim ir se embora e à algo que parece não me querer deixar avançar.

À meses que não entro cá. Quem me têm visitado sempre é o meu pai. Eu quase nunca venho cá.

Fecho os olhos e respiro fundo sentindo tudo o que vivi aqui passar pelos meus olhos.

Eu era tão feliz quando era pequena. Eu nunca devia ter desejado crescer.

O meu pai não tinha o direito de destruir a nossa familia. Ele não tinha direito de nos arrastar com ele. E como se não bastasse depois de tudo, ele não tinha o direito de destruir a minha vida. 

Sinto o sangue pulsar-me nas veias e a minha raiva cresce. O buraco que tenho no coração parece engolir-me e não penso duas vezes quando estou a tocar à campainha freneticamente.

Não oiço rigorosamente nada do outro lado mas consigo imaginar-me a correr do outro lado.

A abrir a porta e a receber o Zayn com o abraço mais apertado que eu lhe pudesse oferecer.

"Emma! Hà quanto tempo menina com -" passo pela Marihana assim que vejo o meu pai sentado no sofá

Ele têm uma manta no colo e parece fraco. Tem um penso colado no braço. Pouco cabelo e o olhar desgastado.

Não consigo ver nele o homem de fato que me pegava ao colo sempre que me via.

Ele sorri quando me vê e tenho que fechar os olhos para não me desfazer.

"Emma filha" a voz dele magoa-me

"Como é que foi capaz?!" grito e imediatamente toda a sua expressão muda

Fecho novamente os olhos e tento ganhar forças para discutir com ele, estando ele neste estado.

"Filha-"

"Como é que foi capaz pai?!" grito novamente e os meus olhos ardem

"Eu não estou a perceber-" ele olha para trás de mim para poder encarar a Marihana como se ela o pudesse ajudar de alguma maneira a perceber o que eu estou a dizer

"Não está a perceber?!" sinto-me louca pela maneira como gargalho

"Como é que foi capaz de me dizer que tinha sido o Zayn a matar a mãe?!" a minha voz sai fraca e sinto um pedaço de mim morrer

A sua expressão congela, e a sua pele torna-se pálida. Os seus olhos aumentam de tamanho e sinto que ele vai desmaiar a qualquer segundo.

"E como é que foi capaz de dizer ao Zayn que eu ia abrir uma queixa por maus tratos sobre ele?!" a minha voz cospe nojo e repugnância e consigo ouvir a Marihana deixar cair algo no chão atrás de mim

Fire 2 || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora