Capítulo 8

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Seus olhos de um verde intenso me distraíram quando a sua espada veio da esquerda, subi minha espada rapidamente, mas outra espada já veio da direita, sem muito o que fazer esquivei da espada me jogando para trás. Os meninos ainda não haviam aparecido, tinha que segura-la até eles chegarem. Como um raio ela deu várias estocadas, me esforcei ao máximo para não ser partido ao meio.

- Quem é você? - Tentei perguntar, ela se vestia como uma menina normal, mas lutava como se conhecesse aquilo a anos, seus braços se mexiam em conjunto com as espadas, seus passos eram silenciosos e inesperados, impossível saber onde ela iria - Você não é desse mundo - Insisti, ela diminuiu a frequência de ataques, o que me fez agradecer bastante, e me encarou.

- Nem você, apenas mais um sujo, imundo, que sabe falar minha língua - Ela acha que eu sou um andarilho, idiota - agora, cale a boca.

Ela passou alguns segundos me encarando antes de me atacar mais uma vez, talvez tentando memorizar meu rosto antes de me matar. Suas espadas cruzaram a minha e ela me deu um chute, agora sem equilíbrio ela aproveitou e passou a lamina mirando na minha cabeça, puxei a cabeça para trás no momento exato, a lamina acertou minha bochecha e pude sentir o sangue quente escorrer pela lateral do meu rosto. Muito sangue jorrou o corte havia sido profundo.

- Não sou de lá, sou desse mundo - recuei, ela passou a espada na minha perna, cortando minha calça e minha perna, o corte foi apenas como um aviso. Ela queria me escutar, ou já teria me matado - Acredite, acho que você pode reconhecer as diferenças.

Ela me encarou com as espadas em punho, a cena era realmente intimidadora, seu rosto claro e seus cabelos ruivos eram espantosos, seu rosto era extremamente definido, e cobertos por algumas sardas, seus cabelos caiam como cascatas sobre uma roupa simples, um casaco preto fino sobre uma camisa verde clara, calças de couro preto, o cinto com as bainhas. Seu corpo era cheio de curvas, sua cintura era encantadoramente fina, seu quadril largo, suas pernas fortes.

Certo, ela é uma gata.

- Verdade, você é magrelo demais para ser um deles, seu rosto não é grande, seus dentes são limpos - ela me olhou por mais um tempo e colocou as espadas nas bainhas, continuou a me encarar, seus olhos verdes eram de dar arrepios - O que faz aqui e por que veste essas roupas?

- Eu matei alguns deles e vim aqui ver se tinha sobreviventes? - não devia contar a ela sobre isso - essas roupas são mais quentes. E você? Não é daqui certo?

- Sim, são - ela me encarou por um período e suspirou. Ignorou minha pergunta e disse - vá lavar esse rosto e volte aqui, rápido.

Sem entender, segui para o banheiro. Lavei o rosto, e encarei o corte no espelho, ela realmente havia feito um talho enorme no meu rosto, o sangue estava começando a secar, mas ao tocar o sangue voltou a escorrer.

...

Assim que acabei de lavar o rosto, sai do banheiro e fui atrás da garota mais uma vez. Encontrei ela no mesmo lugar e encarado o céu. Os rapazes são uns mortos mesmo, ainda estavam lá deitados no chão, enquanto eu quase morri. De novo.

- Vamos - ela começou a andar, me levando a algumas salas espalhadas pelo colégio.

- Quem é você? - Perguntei, enquanto ela seguia seu caminho, ela não me respondeu mais uma vez - cara, assim é meio complicado fazer amigos sabe.

Ela continuo calada e abriu uma porta, uma sala a princípio vazia, quando ela acendeu as luzes da sala, surgiram pessoas, talvez umas dez. Na sala não havia cadeiras, apenas colchões e várias pessoas, crianças, jovens, adultos, até uma senhora. No canto da sala um cara vestia-se com roupas diferentes, usava uma camisa de mangas longas na gola alguns cordões, sua calça feita de pele escura, seu rosto era claro, parecia ser forte e tinha cabelos negros que batiam em seu nariz, quando me viu, ficou rígido e começou a me encarar, parecia ter saído de um filme e do seu lado havia uma espada.

Between two worlds - Terra de Ninguém Onde histórias criam vida. Descubra agora