Correndo pela casa atrás das armas e dos rapazes me deparo com o medo eminente. De acordo com Eily, dezenas de andarilhos estariam chegando aqui, prontos para batalha, pronto para matar a todos. Encontrei João e Ítalo na cozinha, Lucas ainda estava no sofá, sem meio de se por de pé ou algo do gênero.
Menos um.
Logo agora que precisamos de todos. corri até onde Eily com os rapazes no meu encalço, meus olhos se focaram na nuvem densa que só fazia cresce acima de nós. Eily encarava o caminho a frente com fome nos olhos, em seu ombro estava um grande arco e uma aljava de flechas pendia da sua cintura. Quando me viu seguindo em sua direção, ela tirou o arco do ombro e disse algo para Jon que fez o mesmo. Os dois estavam com dois enormes arcos em mãos, sem falar das flechas, espadas e adagas em suas cinturas. Pareciam dois assassinos profissionais.
- Só esses? - seus olhos focados na espada que estava na minha cintura - são poucos. Precisamos de mais.
- Não tem mais, somos os únicos que sabem como usar uma dessas - disse João sinalizando para a espada.
- Vocês não sabem usar - Jon disse secamente - apenas acham que sabem.
Seus olhos continuavam fixos no caminho a frente, a pista de asfalto banhada por um enorme espelho de agua, oscilante com os pingos de chuva incessantes que caiam. Uma sombra surgiu entre os pingos de água.
Jon levantou o arco e tirou uma flecha da aljava. Pronto para atirar, mas abaixou o arco e se virou para Eily.
- Vamos - ele parecia nervoso - chega de conversas, eles estão logo a frente - apontou com o arco onde a figura era firme entre a chuva e as sombras das nuvens.
Todos se puseram em uma linha. Ombro ao lado de ombro. Ítalo, Victor, João, eu, Eily e Jon.
- Quando a batalha começar - começou Jon.
- Não recuem, não fraquejem, podem ter enfrentados alguns andarilhos perdidos por ai, mas esses que vão enfrentar, não estão perdidos, então em bando e juntos eles são realmente mortais. Sejam rápidos e não morram. Já está bom se isso acontecer e no fim todos estiverem vivos - Eily parou um instante - Todos lá dentro depende de nós.
- Obrigado pelo incentivo - Praguejou Victor, sorri com o comentário - e agora?
- Esperamos.
Jon respondeu, seus olhos fixos a frente. A chuva já havia encharcado seus cabelos e roupas, seus braços fortes marcados pela camisa. Eily parecia calma, seus olhos verdes eram enormes e centrados nas sombras inimigas, seus longos cabelos ruivos, estavam colados na pele, o laranja claro assumiu um tom mais escuro. Continuei a lhe encarar, seus olhos passaram rapidamente encontrando os meus, algo em seus olhos me chamou atenção.
Medo. Até ela estava com medo.
Seus olhos escaparam dos meus no momento em que a porta da casa se abriu, da casa saíram dois jovens, uma garota e um jovem da minha idade, alto, braços fortes, os dois se aproximaram de mim.
- Viemos ajudar, sabemos o que vai acontecer - disse a garota, ela era enorme, quase do tamanho do outro cara.
- Sabem usar uma dessas? - perguntou Jon antes de mim. Os dois negaram - Tem espadas sobrando lá dentro?
- Sim, na carroça, nos fundos da casa - respondi.
- Vão pegar, rápido - Jon falou, seus olhos focados nas sombras. Já haviam cinco sombras - Eu digo o que terão de fazer.
Alguns minutos depois os dois voltaram com espadas em mãos. Espadas longas porem finas, de material gasto, não pareciam ser tão pesadas. Jon disse algo a eles, as palavras se perderam com a chuva que aumenta. Os dois confirmaram e ficaram atrás dele, como dois guarda-costas.
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Between two worlds - Terra de Ninguém
General FictionO que você acha que pode acontecer de mais louco na sua vida? e se um dia alguém chegar e perguntar se você quer viver uma aventura? e se você negar e ele dizer que não há mais volta, e que se você não deter essa força que esta matando tudo e todos...