Babygirl (COMPLETO EM REVISÃO)

Capítulo 6

                    ''O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.'' - José de Alencar

Já se passaram um mês e eu continuava na mesma situação. Morar na rua estava cada vez mais difícil, eu não conseguia arrumar emprego de jeito nenhum. Meu dinheiro estava acabando. Daniel tentava sempre me ajudar, mas eu ficava sem graça algumas vezes. Ele tinha um apartamento alugado em Chicago, ás vezes ele deixava eu dormir lá, tomar banho. Mas não era sempre porque eu realmente sintia como se eu estivesse incomodando, ele dizia que estava tudo bem, que eu poderia ficar até eu achar um emprego legal, mas eu realmente não conseguia. Não que eu fosse orgulhosa, mas eu iria continuar tentando. Se eu não conseguisse arrumar um emprego bom eu aceitaria a proposta dele e continuaria tentando.

— Bom dia, flor do dia! — Disse Daniel feliz (sim, mais feliz do que ele já é) enquanto me abraçava forte.

Eu retribui o abraço, mas logo me soltei e perguntei sorrindo:

— O que aconteceu, loirinho? — Perguntei enquanto bagunçava os cabelos dele com a minha mão direita — Está mais feliz do que o normal hoje.

Daniel estava sentado na grama da praça, logo ele se deitou (na verdade, ele praticamente se jogou) sorrindo e disse:

— Tenho novidades! — Ele exclamou — E são boas, muito boas!

— Ai fala logo, Daniel. Está me deixando agoniada! — Eu disse enquanto puxava a manga da camisa branca do mesmo.

— Só se você pedir com muito carinho e amor. — Ele disse me provocando, o que me deixava mais nervosa

— Anda, Daniel! Conta.

— Ué, cadê o amor e o carinho nisso?  — Ele disse confuso e eu ri com a cara dele. — Pede assim, ó! "Daniel, o loiro mais lindo dos Estados Unidos, conta, por favor! Amor da minha vida, razão do meu viver."

— Vai, Daniel. Conta, bebê.

— Você compara um homem desse porte a um bebê? Eu não acredito nisso. — Ele disse revirando os olhos enquanto se referia a si mesmo.

— Mas é o que você é! Um bebê. — Disse apertando as bochechas dele. Ai gente, fala sério, ele é muito fofo.

— Desisto. — Ele disse rindo e prosseguiu. — Adivinha quem arrumou trabalho para a melhor amiga do mundo?

— Sério? — Eu disse extremamente surpresa e feliz. — Meu Deus, eu não acredito!

— Que no caso não é você, claro. — Ele disse e minha cara foi no chão. — Ela vai ficar tão feliz!

— Você é babaca.

— Não seja tola. Óbvio que estou falando de você. — Ele disse rindo, óbviamente um deboche a minha pessoa.

Abracei Daniel e o mesmo retribuiu.

— Sim, eu sou o melhor irmão do mundo, né? — Ele disse se soltando do meu abraço.

— Sim, sim! — Eu exclamei super feliz. — Meu Deus, me conta mais.

— Então, eu tenho um amigo que mora a duas quadras daqui. Ele tem a nossa idade, dezoito anos e tem um irmão mais novo. O problema é que a criança só tem cinco anos de idade e meu amigo não consegue tomar conta direito porque ele trabalha e faz faculdade.

— Ele não tem pais? — Perguntei curiosa.

— Não. Mas enfim, você vai ter que tomar conta da criança, quer?

— Meu Deus, claro que eu quero. Você é um anjo mesmo! — Eu disse muito feliz. — Mas esse seu amigo é confiável?

— Olha, deixa eu explicar. — Ele disse ficando sério. — Ele tem um passado muito complicado e vive sob pressão por não ter pais e ter que cuidar do irmão mais novo. Tem uma conduta enorme de brigas, mas eu tenho certeza que com você ele não vai fazer nada, ele só briga se você irritá-lo, mas como você é mulher você passa longe desse risco já que ele detesta que batam em mulheres. Você pode sentir medo dele ás vezes porque ele se mostra extremamente difícil e mau, mas saiba que isso é só por fora. Quando você o conhece de verdade, o que só eu fiz até hoje, você ver que ele é uma pessoa excelente, você só tem que ter paciência. Ele tem cara de bravo, mas é só a cara mesmo. — Ele disse e riu.

— Daniel, tem certeza que posso confiar nesse cara? — Eu perguntei preocupada.

— Claro! Ele é meu melhor amigo de infância, um irmão para mim. — Ele disse tranquilo. — São que horas?

— São 8:56 am. — Eu disse enquanto olhava as horas no meu celular.

— Poxa, que pena! Eu até te levaria na casa dele agora, mas agora ele está na faculdade. — Ele disse pensativo. — A tarde, ele vai pro trabalho e só volta 19:00 pm. Então vamos fazer assim, eu te levo na casa dele nesse horário, você conhece o irmão dele e você me diz o que acha.

— Okay, mas qual é o nome do irmão?

— Brandon!

— Ah sim... — Disse pensativa.

— Agora eu preciso ir, mocinha! Beijos. — Disse enquanto me dava um beijo na testa e foi embora

[...]

No final do dia, eu e Daniel estávamos indo até a casa do amigo dele para conversarmos sobre o meu novo trabalho.

— Você acha que seu amigo irá me aceitar como a babá do menino? — Eu disse nervosa olhando para Daniel.

— Claro, você é ótima! — Disse o loiro me olhando enquanto sorria.

— Mas se o irmão do menino ainda está procurando uma babá e ele trabalha e estuda, com quem estaria o menino nesses dias? — Eu perguntei confusa.

— Com outra babá. — Respondeu sério. — A menina vai para Minnesota semana que vem.

Nós andamos por mais cinco minutos até que finalmente chegamos a casa do tal amigo de Daniel, tocamos a campainha e logo em seguida pudemos ouvir uma voz de dentro da casa dizendo que já estava a atender quem estava na porta. Aquela voz me parecia muito familiar. Quando abriram a porta Daniel já foi logo falar com o amigo dele dando um daqueles abraços de "mano".

Quando eles se afastaram a primeira coisa que eu vi foi uma criança linda sentada no braço direito do irmão mais velho. Parecia que ele tinha acabado de tomar banho, pois estava molhado com uma daquelas toalhas de crianças que tem um capuz muito fofo de bichinho com orelhinhas e tudo. A dele era bege e parecia um ursinho e a criança realmente era a coisa mais linda que eu já vi. Cabelos pretos e lisos, olhos azuis enormes e um sorriso encantador. Naquele instante eu já sabia que era Brandon. Fiquei o admirando por uns segundos até que finalmente desviei meu olhar a quem estava segurando a criança em seus braços. Congelei por uns segundos, mas logo em seguida revirei meus olhos ao ver quem era. Realmente decepcionante!

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