Capítulo 20

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— Você passou no teste! — Exclamou e eu paralisei. — Está tudo bem? — Disse enquanto tentava chamar a minha atenção.

— Cansada das suas piadinhas. — Falei voltando ao meu estado normal e saindo de perto de Daniel.

— Isso não é uma piada, cara. Isso é verdade. — Ele dizia frustado enquanto me seguia.

— Aquela moça lá já deixou bem claro que não fui aprovada. — Disse parando em frente a Daniel enquanto cruzava os braços.

— Awn que biquinho lindo. — Daniel disse e só então percebi que eu parecia uma criança birrenta fazendo bico.

— Não muda de assunto. — Falei encenando um olhar ameaçador.

— Já entendemos porque não passou no teste. — Ele disse se referindo ao meu falso olhar ameaçador.

— Nossa, babaca. — Dei um tapa no seu braço direito e nossa, que braço direito! Vocês entenderam a referência, né?! Haha

— Amanda, eu juro que não estou mentindo. Deus não gosta disso.

— Daniel, ficou bem claro que eu não passei. Eu ainda pedi confirmação a ela.

— Cara, essa mulher é incompetente. Já é a segunda vez que ela faz esse tipo de coisa. — Ele disse tentando me convencer de que não estava mentindo. — Meu pai demitiu ela quando soube que ela não te aprovou. Você foi a melhor naquele teste. Você tem muito talento, Amanda. O fato de você ser uma boa pessoa abriu essa porta. Porque se não fosse pela sua bondade, você não teria disponibilizado semanas da sua vida para se preparar para uma peça em outra cidade para ajudar crianças e ninguém teria descobrido seu talento.

— Você me convenceu. — Eu disse pensativa. — Eu passei no teste!

Foi aí que a ficha caiu.

[...]

Era tarde da noite quando eu estava deitada na cama do meu quarto refletindo sobre a vida em meio a toda aquela tempestada que acontecia lá fora. Daniel tinha dormido com Brandon porque o menino tinha medo dos barulhos de trovões e Diego havia sumido do mapa.

Ligamos uma vez, mandamos mensagem outra vez, ligamos de novo, mensagens de novo e nada de Diego responder.

Eu não espero menos do que isso de Diego. Ele é simplesmente irresponsável e sem consideração.

— Amanda... — Diego chamou e assim eu ouvi o estrondo de um trovão do lado de fora do quarto.

Não vou mentir, adoro esse "clima", sabe? Tarde da noite, luzes apagadas, o delicioso som da chuva e o clarão da tempestade invadindo o quarto.

É bom pra variar um pouco do intenso calor da Califórnia.

— Onde você estava? — Perguntei e Diego entrou no quarto fechando a porta.

— Posso ficar aqui? — Ele perguntou com a voz fraca e logo imaginei que o mesmo estivesse com medo da tempestade e não pude controlar a minha gargalhada.

— Ah! Para de palhaçada. — Disse ainda gargalhando escandalosamente. — Eu não acredito que um homem — e que homem! — desse tamanho todo esteja com medo da chuva lá fora.

— Não seja patética. — Ele disse entrando e fechando a porta lentamente. — Posso? — Perguntou.

— Onde você vai dormir? — Perguntei.

— Com você. — Ele respondeu se ajeitando em meio aos meus edredons.

— Olha, isso não faz parte de uma amizade, não. — Eu falei desconfiada, mas mentalmente eu estava rindo.

— Cala boca. — Ele disse me apertando sobre o corpo dele.

Eu estava de frente a ele e por Diego ser grande isso dava um encaixe perfeito.

— Diego, o que está acontecendo? — Perguntei sem perder a oportunidade.

— Vamos dormir. — Ele disse passando as mãos entre os meus fios de cabelo.

Ele realmente parecia não estar confortável em responder a minha pergunta. Eu nunca imaginei que ele pudesse ter um lado tão... Carinhoso?! Pra mim, ele era assim só com o Brandon e Daniel. Um carinho diferente desse daqui, claro.

O estado físico e emocional do meu moreno me preocupava muito. Ele está de férias da faculdade, então isso não seria desculpas para os sumiços, as olheiras, a instabilidade...

— Eu prometo que não te odeio. — Ele disse e as palavras fizeram meu corpo arrepiar, e ele sentiu o meu estado naquele momento. — Mas também não te amo. — Completou após alguns minutos de silêncio fazendo eu desanimar.

— Foi o que eu imaginei. — Falei me aconchegando no seu corpo.

— Eu juro que vai ficar tudo bem. — Ele disse enquanto acariciava minha bochecha.

Aquilo não parecia uma frase de tranquilização, e sim uma despedida...

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Babygirl (COMPLETO EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora